quinta-feira, 23 de março de 2017

Picos em Monte Verde e Extrema – MG

Picos em Monte Verde e Extrema – MG
Março/2017

O mês de março estava na sua metade quando fiz essas trilhas, a ideia era de trilhar até picos de Monte Verde, principalmente o Selado, e no dia seguinte pegar um ônibus até Extrema pra subir o Pico do Lopo tendo um contato com a natureza da região pela primeira vez. Em Monte Verde não atingi o Selado, mas passei em outros picos da região que até então eu não sabia que existiam, a Pedra Redonda e a Pedra Partida. Vou relatar como foi um pouco do meu role.



Notícia (Oswaldo de Camargo)

A nuvens trouxeram-me notícias
do céu...
As aves disseram-me como iam
as montanhas...
Coisas estranhas 
começaram a dar-se então 
com minha alma... 

Dia 1 – Indo pra Monte Verde

Chegou uma folga no trabalho e eu já tinha em mente conhecer o Pico do Lopo, vários relatos que li disseram ser um bom pico pra quem tá ainda adquirindo experiência, mas como eu tinha três dias tava com ideia de acampar, ao olhar a previsão do tempo percebi que nas tardes a chuva estava presente e, também, não tava disposto a fazer uma trilha pra acampar, no meu caso eu precisava primeiro dormir pra depois trilhar. Como em Extrema não tem camping, (pelo menos não encontrei), pensei numa outra cidade ou distrito por perto que tivesse camping, e esse foi Monte Verde. A partir de então o distrito de Monte Verde entrou no roteiro e já fui caçando infos bem rapidamente, pois tinha pouco tempo.

As 10h30, enviei uma mensagem de whats app pro camping “Recanto dos Bambus” ou “Camping Monte Verde” (é o mesmo), perguntando da diária e tal. Após uma breve conversa foi acordado que eu ficaria num quartinho por um preço um pouco maior que o camping, mas que compensaria pois não precisaria levar muito peso, isso já pensando no bate-volta em Extrema. E também eu precisava dormir bem, pois havia trabalho a madrugada toda e tinha chegado em casa só as 09h30.

Ajeitei minhas coisas pra por na mochila e as 11h30 segui pro Terminal Rodoviário do Tiete. Como não tem passagem direto pra Monte Verde, comprei a passagem pra Camanducaia que saiu as 15h00, paguei R$ 31,33. Esse ônibus fez duas paradas, uma em Extrema outra em Itapeva, e na sequência chegou em Camanducaia, num total de duas horas de viagem pela Rodovia Fernão Dias. Ao chegar em Camanducaia, paguei  R$ 08,20 pra pegar o último busão pra Monte Verde que saiu as 18h00. Sei que às 19h horas eu já estava no camping já me preparando pro descanso pra acordar cedão no dia seguinte.

Vale Lembrar que essas linhas têm horário restrito, vou deixar uma foto da tabela de horários no final do texto. (Foto 20)


Dia 2 – Trilhas em Monte Verde

Dormi muito bem, capotei na verdade, pois foi um sono diretão sem pausas. Acordei as 06h da manhã, olhei no celular o horário e bastou isso pra bateria finalizar de vez, pois é esqueci de carregar, mas até tinha uma certa carga, é que durante a noite toda foi chegando mensagens de broadcast da claro, tinha umas trinta, o que é isso eu nem sei mas comeu carga, mesmo assim não atrapalhou meu descanso. O fato é que eu teria só 30 minutos pra carregar o celular e fui com pouca carga mesmo. Numa conversa na noite anterior, o dono do camping disse que passava um micro-ônibus (Cassalho Turismo) as 06h50 sentido monte verde, então sai as 06h35 do camping, esperei um pouco a mais pois veio a passar as 07h10, mas tudo tranquilo, uma ida de um pouco mais de 4km. Só sei que quando deu 07h35 estava eu começando a minha caminhada rumo aos picos de monte verde.

Um amanhecer lindo, o céu azul e seus desenhos em forma de nuvem, me indicavam que o dia seria bom e o clima já estava mesmo ótimo! Faz qualquer pessoa sorrir gratuitamente, do nada, estando sozinha ou não! Passando o portal e depois o centro de monte verde, segui pela AVENIDA DAS MONTANHAS. Quando cheguei nessa avenida, não tive problema algum com navegação, é tudo muito bem sinalizado e essa avenida me deixou já na entrada da trilha, porém é o seguinte...depois de uns 50 minutos de subida. Lá em cima vi que além do Chapéu do Bispo (alt 1955m), Platô (alt 1945 m) e Pico do Selado (alt 2082m), tinha outro roteiro seguindo direto pra Pedra Redonda (alt 1950m) e Pedra Partida (alt 2040m). Como o objetivo era o Selado, pra lá eu fui.

As 08h30, comecei a trilha subindo pro Chapéu do Bispo, agora sim a sensação de liberdade tomou conta novamente, não tava rindo à toa, mas me peguei cantando em meio a mata, observando a flora ao redor sob o brilho dos raios de sol. O suor que escorria era de uma leveza imensa, e assim naveguei numa boa, numa trilha bem demarcada. Muito rapidamente cheguei no Chapéu do Bispo, um pouco antes eu via a pedra do selado à esquerda do mirante e também uma queda bem numa pedra lá em baixo do visual. Passei direto e as 09h00 estava eu no Platô, uma formação rochosa bem extensa a 1945 metros acima do nível do mar. 

Esse Platô é sensacional! Visual do porreta pra lá de bom. Olhando de frente se avista a direção do estado de São Paulo, pra esquerda fica a Pedra Partida e Redonda e à direita, o Pico do Selado. Me parece que a maioria das pessoas terminam o rolê por ali, que de fato já compensa mesmo, mas as mais aventureiras continuam até o Selado. Nesse momento não tinha ninguém no Platô, alias não trombei com ninguém na trilha, pois era uma sexta-feira. Uma coisa que percebi é que no caminho se tem vários trechos alternativos que juntam na mesma trilha, uns mais longos outros mais curtos, isso deve ser pelo tanto de gente que acessa o local ocasionando congestionamentos. Mas assim, nada que confunda, pelo menos até o platô...







Após quinze minutos ali, eis que as 09h15 comecei a seguir sentido o Pico do Selado, que seria meu único objetivo nessa viagem. A trilha se iniciou bem no canto direito do platô, isso tendo como referencia o morro do selado de frente, tem uma plaquinha escrito "Selado (alt 2080m)". Desci o platô e fui, passou um trecho com lama, pois se tinha um fluxo de água e assim continuei. Por uns trinta minutos a trilha se mostrou muito bem batida, sem problemas de navegação e ainda sim, aquele negócio de ramificações da trilha devido o número de pessoas, até certo ponto eu consegui acompanhar... Tava trilhando num ambiente bem agradável quando de repente tomei um susto! Fiquei em estado de alerta ao ver um cavalo no meio do nada, e parece que ele se assustou um pouco também, mas ao contrário de mim, nem se mexeu. Foi questão de mais quinze minutos que comecei a perceber que o caminho já não estava demarcado e que as opções de trilhas eram várias. Na hora já pensei que algo estava errado, pois de acordo com vários relatos a trilha seria praticamente auto guiada e sem muitas bifurcações. Quando olhei pra trás, percebi que não conseguia enxergar o caminho por onde eu vim, fiquei mais ressabiado pois não me lembro de ter sido tão desatento assim,

Saí num descampado onde eu via o Selado bem na minha frente e não parecia muito longe (Foto 7), mas a trilha a partir dali não consegui achar. Tinha várias e todas com bosta de cavalo no caminho, mostrando que no mínimo os próprios que haviam navegado por ali. Continuei e comecei a seguir o fluxo de um córrego, que logo depois tornou-se um vara mato da bexiga, Quando olhei pra minha perna, estava toda arranhada e sangrando um pouco. Depois de muito zigue-zague procurando a trilha, decidi retornar até onde a trilha tava demarcada, saí de novo no descampado e de lá subi mais. Quando voltei na trilha demarcada percebi uma unica fita branca numa arvore, foi aí que tentei novamente seguir o caminho a procura dessa fitinhas, mas já não a achava mais. Esse trecho perdia altitude e tinha algumas pedras na mata, mas enfim, após uma hora de pra lá e pra cá, decidi voltar pro Platô pra pegar mais infos, se caso estivesse alguém por lá, e quem sabe voltar ou simplesmente me conformar de voltar outra ocasião.

Consegui voltar de boa e no platô encontrei com um rapaz da Granja Viana em SP que estava com sua família. Primeira coisa que ele fez foi me perguntar das condições da trilha até o selado e disse que não tinha ido ainda, eu disse que ia fazer a mesma pergunta pra ele e expliquei o que aconteceu. Ele comentou que o pessoal tava indo mais com guia pra lá. Dali decidi ir até a Pedra Redonda e Pedra Partida, só que não tinha informação alguma sobre essa trilha.

Em vinte minutos eu já estava no estacionamento de novo, agora já tinha um estabelecimento aberto e alguns carros estacionados, pra precaver comprei uma garrafinha de água (R$05,00), mas ainda tinha no meu cantil. Como eu não sabia da trilha resolvi prevenir, já estava sem bateria do celular e da câmera fotográfica também acabando.

Após atravessar o portal, tem uma placa com informações importantes sobre a APA Fernão Dias e também citou dados da trilha pra Pedra Redonda (FOTO 8). Menos de 1km e trinta minutos de trilha. Essa trilha já é mais turística e agora comecei a me deparar com mais pessoas de diversas idades, tem mirantes e até escadas pra facilitar o acesso até a Pedra Redonda. Então pra quem tá sem muitas informações e também não tem experiência em subir montanhas, a Pedra Redonda pode ser um bom inicio e é totalmente auto guiada. O trecho mais íngreme veio após a bifurcação Pedra Partida à esquerda e à direita Pedra Redonda. Fui à redonda primeiro, fiz uma pausa lá pra depois seguir pra Partida.

Da bifurcação até a Pedra Partida, demorei uns 50 minutos, mas dá pra ser menos já que eu tava cansado. A trilha começou bem tranquila, e foi questão de 10 minutos a subida começou a ficar mais e mais íngreme e com alguns obstáculos. Achei uma trilha fácil de se perder, mas tinha em várias árvores umas fitinhas amarelas que direcionavam o caminho correto. A trilha contornava algumas pedras e as vezes tiveram alguns mirantes, e quanto mais alto melhor a vista. A trilha não estava tão aberta, então pressupõe que não seja tão frequentada quanto as outras: Chapéu do Bispo, Platô e Pedra Redonda.

Depois de alcançar a pedra e já muito cansado, comecei a descer vinte minutos depois de chegar. O tempo já estava fechando e procurei impor um ritmo bom na volta. Mas mesmo assim demorei uma hora e quinze minutos pra chegar no portal, onde fica o estacionamento. Estava completamente satisfeito com o rolê, mas não tinha tempo pra comemorar ainda, pois tinha que vencer a descida pela avenida das montanhas e ainda torcer pra não tomar chuva, não pela chuva em si, mas pelos raios.

Ufa! As 15h00 já tinha chegado no centro de Monte Verde, embarquei no micro-ônibus as 15h40, sendo que as 16h cheguei no camping. Como eu saí mais cedo que o horário de inicio do café  da manhã no camping, eles disseram que eu podia tomar um café da tarde. Só deu tempo de pedir o café e enquanto eu comia a chuva veio bem forte, com trovões e raios.

Muito feliz com o desdobramento do dia, já me empolgava mais ainda por saber que no dia seguinte teria mais e seria o Pico do Lopo em Extrema. Lógico que aquela "alegria receosa", no sentido de que temos medo de estarmos felizes, é uma coisa estranha que as vezes acontece. Mas enfim, foi hora de descansar, pois no dia seguinte eu teria que sair cedo também, agora me despedindo do camping e de Monte Verde pra me apresentar a Extrema.

Não consegui o Selado, mas fui à Pedra Redonda e Pedra Partida, além do Platô e Chapéu do Bispo, quem sabe um dia eu volte pra chegar no Pico do Selado e fazer alguma travessia, ou fazer outras atividades outdoor na bela natureza de Monte Verde.

- Camping: R$ 100,00 duas diárias de um quarto com banheiro individual
- SP x Camanducaia: R$ 31,33 / Camanducaia x Monte Verde: R$08,20 (Viação Cambuí)
- Camping x Monte Verde: R$4
Março de 2017

Dia 3 - Carona pra extrema e subida ao Pico do Lopo
(Fica pra próxima postagem)

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

Fotos:


















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