quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Em busca dos Muriquis no Sitio Cheiro de Mato - São Francisco Xavier

Em busca dos Muriquis no Sitio Cheiro de Mato - São Francisco Xavier - SP
21 e 22 de Junho de 2017

"Eu sou tão inseguro porque o muro é muito alto 
E pra dar o salto 
Me amarro na torre no alto da montanha"

Mais um dia em que fui pra bela São Francisco Xavier, dessa vez com meu amigo pio Neto, tirando a zueira do pio, Neto é um grande artista, músico, esportista, educador, sociólogo. E trampamos no mesmo local, só que em turnos diferentes. Mas dessa vez trabalhamos no mesmo horário e já foi a deixa pra fazermos esse bate volta depois do expediente.

Primeiramente, colocamos as opções de lugares a visitar e como ele conhecia um pessoal em São Francisco, que fazia um certo tempo que ele não visitava, pra lá fomos. Eu só não imaginava que seria do jeito que foi. Fomos muito bem recebidos por pessoas que vivem a boa energia da tranquilidade.

Encaramos a estrada de carro, saímos de Santo Amaro, região sul de sp, pra em menos de duas horas já iniciarmos as curvas sinuosas da Rodovia Monteiro Lobato (SP-50), viagem agradável por demais e fomos sem pressa, apreciando a paisagem já na estrada. Neto, no volante, fazia questão de deixar os mais apressados passarem, chegava até a estacionar no acostamento. Sim, era pra curtir o trajeto, o momento. Velocidade nos 20, 30, 40, bem lento. 

Primeira parada em São Xico foi na casa do Tiago, e lá já foi momento pra organizarmos um churrasco, meio que quebrando a dieta vegana/vegetariana do pessoal. E lógico muito som rolou, energia fantástica a tarde toda. O pessoal acredito ser do Xamãs nas Montanhas, de São Francisco Xavier.

Depois, já ao entardecer, partimos rumo ao Sitio Cheiro de Mato, agora lá no meio da montanha. Mais uma recepção acalorada da amiga de outras datas do Neto, a Silvana. Ao anoitecer teve o luau regado de mais música, mas eu já cansado do dia de trampo e fui dormir.

O Sítio tem uma vasta área para camping, lugar organizado, muito bem cuidado e arborizado. Fica bem na entrada da trilha para o Mirante Pedra da Onça e também de onde parte para a travessia São Francisco x Monte Verde. Quem não quiser ou não puder acampar lá no mirante, a melhor opção é passar nesse sítio. Além disso, mesmo que não seja pra ir até o mirante, vale a pena passar o dia ou vários dias pelo sítio mesmo, pois se têm diversas trilhas com lugares interessantes e contato com a natureza exuberante de São Xico. 

Andamos por essas trilhas tendo a companhia da Silvana que nos guiava em meio ao paraíso. O dia já tinha começado com uma graciosa manhã, e a expectativa era de ver o grupo de muriquis, mas dessa vez não tivemos sorte, após muito ir atrás contando ainda com a ajuda dos cachorros do sítio, nada. Não foi dessa vez, mas não reduziu nosso rolê. Foi mágico!

Bateu a tarde e já era hora de voltar pra sampa, mesmo que a vontade seja nem voltar mais pra sp rs.

Até a próxima!
Péde Natureza!

Saiba mais sobre o Sítio/Camping na página do facebook:
https://www.facebook.com/S%C3%ADtio-Cheiro-de-Matosfx-488655111160152/


São Francisco Xavier é um distrito do município brasileiro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 3 852 habitantes, sendo 1 965 homens e 1 887 mulheres, possuindo um total de 2 117 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº 59, de 16 de agosto de 1892.O distrito fica a 59 quilômetros do centro de São José dos Campos e o acesso é feito por estrada asfaltada, utilizando a rodovia SP-50, através do município de Monteiro Lobato. A estrada até o distrito é em meio à Serra da Mantiqueira, sendo que o trecho entre Monteiro Lobato e São Francisco Xavier foi restaurado no início de 2009. Outra opção é a ligação por trilhas e estrada de terra para o distrito de Monte Verde de Camanducaia, em Minas Gerais.Possui uma área de preservação ambiental (APA) que abriga inúmeros animais como jaguatiricas, pacas, capivaras, esquilos, cobras, lagartos e o famoso macaco muriqui; e tem várias cachoeiras, como as Cachoeiras Pedro David, das Couves, e do Roncador.
fonte wikipédia

Outras vezes que estive em SFX:

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP
https://pedenatureza.blogspot.com.br/2017/06/pico-do-queixo-danta-sao-francisco.html

De São Xico até Monte Verde + Cachoeira Pedro David + Itapeva

Fotos:

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:









domingo, 1 de outubro de 2017

Pedra do Baú e Cachoeira dos Amores - São Bento Sapucaí - sp

Segue um pouco de um grande rolê que fiz sozinho por São Bento do Sapucaí, interior de São Paulo. Apesar de ter sido de dois dias, pude alcançar meu objetivo. Fiquei acampando na Cachoeira dos Amores e claro que subi até a Pedra do Baú (alt.1950m). Foi magnifico!

Data da viagem: de 09/06/2017 a 11/06/2017.

Existem diversos motivos para viajar, seja viagem longa ou curta, pra perto ou longe, o que conta é a sensação de sair. Pode ser considerado ainda um privilégio para alguns, já que nem sempre é tão fácil ou simples pegar as coisas necessárias, fugir um pouco da rotina e viajar. Tem a questão da falta de tempo e grana, a questão do excesso de compromisso, outras prioridades, outras dificuldades. Na minha realidade da periferia de São Paulo, apesar de ter mudado muito, ainda existe uma fixação pelo território. Então além dos pontos apontados tem essa questão de não almejar conhecer outros lugares. 

Tá, escrevi isso porque quis escrever, mas na verdade queria falar de motivos para viajar. Eu mesmo já tive diversos motivos, mas dessa vez eu precisava disso, dessa forma. Sozinho! Precisava tentar me encontrar, precisava de uma reflexão. Se isto reflete minha vida? Não, acredito que não. É voluntário? Se eu disser que sim, estarei mentindo; se disser que não, serei dramático. Existem lutas diárias, existem também lutas para meu povo, pela pretitude e em respeito aos meus ancestrais. Existe a saudade! Existem os sonhos! Os versos de uns poemas e algumas canções no meu ouvido. Seu eu sou vazio, a natureza me preenche. Se eu sou incompreensível com as pessoas, deixe-me compreender a mim primeiro.

Pedra do Báu - vista da trilha Pedra Ana Chata


Era uma sexta feira de junho, e de manhã já estava eu no Terminal Rodoviário do Tietê para embarcar num ônibus até São Bento do Sapucaí. A empresa era a Pássaro Marron e essa linha vai de São Paulo para Brasópolis passando por Paraisópolis. Custa entre R$40,00 e R$45,00 (contatar a empresa para saber dos horários). Fiz uma viagem tranquila que durou, se não me engano, um pouco mais de duas horas. Basicamente, o plano era ir à Pedra do Baú e ficar acampando ao longo dos dois dias. O camping escolhido foi o Cachoeira dos Amores, que fica 5 km da rodoviária de São Bento, Bairro do  Paiol Grande. (mapa google aqui)

Só que essa linha não para na rodoviária de são bento, tive que desembarcar na beira da estrada bem próximo do portal de entrada da cidade. Eu tava meio apreensivo e com medo de deixar passar a cidade, quase desci antes, em Sapucaí Mirim. Foi aí que o motorista me disse que ainda iria chegar São Bento. Logo quando desci e peguei minha mochila do bagageiro, um rapaz me perguntou para onde eu ia. Eu ainda meio que perdido disse que não sabia ao certo, mas era pro camping da cachoeira dos amores. Ele perguntou se eu ia de táxi. Eu disse que ia a pé. Ele disse que tinha um caminho considerável e que cobraria um valor simbólico, além do mais já estava ali pra dar uma carona a uma senhora. Eu agradeci e mencionei que iria a pé mesmo. Ele disse "Entra aí vai". Mesmo nesse tom de carona eu paguei no final, foi barato.

Em um pouco mais de dez minutos pude fazer várias perguntas sobre a cidade, turismo, meio ambiente e como era viver lá. Descobri que o rapaz da carona era primo do dono do camping e logo quando o carro chegou já fui atendido pelo seu Mauricio. Ali já acertei as duas noites, perguntei da infraestrutura e sobre o caminho até a pedra do baú. Fui então montar a barraca, aliviar a mochila e já tinha previsão de subir pro pico pois ainda era antes das 13h. Mesmo preocupado com a refeição do dia, decidi subir antes pra depois comer. Eu tinha uns lanches e doces pra poder subir de boa. E assim dei prosseguimento. 

Parece que é sinal mesmo, após subida e mais subida logo de cara, eis que eu tomo um caminho errado à direita. A unica bifurcação até o pico seria essa à direita, pois o restante do caminho só na principal. Mas após ter começado por detrás da propriedade do camping e passando por algumas isoladas casas eu tomei à direita muito cedo, estava até que perceptível mas resolvi seguir, até que depois de uns 40 minutos constatei que não era ali, por dar entrada numa plantação. Esse trecho foi bem íngreme e eu senti um certo cansaço. Então resolvi abortar a missão e ir no dia seguinte, pois teria o dia todo pra curtir o pico e me preparar pra possíveis erros, ali já estava com tempo contado demais, não queria me afobar. E na hora de tomar a decisão de voltar pro camping, uma coisa que pesou foi o de eu imaginar que choveria no dia seguinte, mas mesmo assim desci pro camping. 

Ao voltar pro camping, nem parei lá e já fui direto prum restaurante ali perto, o restaurante "Sabor com Arte", que é muito bom (site aqui). Por incrível que pareça, bastou eu fazer o pedido e sentar para aguardar que uma chuva torrencial tomou conta de São Bento do Sapucaí. Choveu pra valer e se eu tivesse na trilha teria que voltar do mesmo jeito. Dei sorte!

Após uma hora de chuva, o tempo abriu um pouco pra depois fechar de novo e já escurecer o dia. Quando cheguei na barraca vi que ela tinha resistido bem às pancadas de chuva. Fiquei aliviado. Então me preparei para descansar.  

...---...

Mesmo que eu fosse mais otimista quanto possível, vocês nem podem imaginar. Acordei com um tempo belíssimo,  não sei o que aconteceu. Durante um certo tempo nem consegui mensurar como eu parei ali, como cheguei, de onde surgiu essa ideia? Puxa, eu tava besta. Ao meu lado o rio com seu fluxo liso, constante e tranquilizador, colocou-me a par da situação. Tá, eu tava cabreiro... é que eu sabia que pra subir até pedra tinha alguns lances de escada exposta pro tudo ou nada e eu sem equipamento nenhum. Na verdade, não queria chegar até lá e desistir de cagaço. Deixei pra pensar sobre isso lá na hora, mas mesmo me esforçando o pensamento vinha até mim rs.

Antes de iniciar a caminhada, dei uma olhada a mais na cachoeira, comi um prato que havia levado de viagem do restaurante e parti pra uma caminhada agradável por demais. Aquele dia estava bom demais, me agradeci tanto por ter ido praquele lugar e ter feito as escolhas que deveria ter feito, mas ainda estava eu ressabiado com os degraus.

Sem muitas dificuldades, cheguei na estrada que já leva direto pra entrada da trilha, sendo que já lá em cima tem um restaurante e uma estrutura de um parque, contando com sinalizações e mapas das trilhas. Já quase chegando pro inicio da trilha, ainda na estrada, trombei com um senhorzinho que tava a subir na casa do primo. Logo eu pensei, "Poxa, todo mundo é parente aqui". Que na verdade é uma realidade de muitas terras pelo interior a fora.

Cheguei pra trilha da face sul, pois a parte norte estava fechada devido desmoronamentos de rochas. Era cedo ainda e fui passando algumas pessoas. Eis que cheguei no pé da escada e sem pensar muito já fui subindo. Bastou quinze minutos pra que eu desistisse, pois não tava confiando muito, eu tinha que no mínimo ver alguém subindo rs. Voltei!

Quando desci, vi que duas pessoas estavam arrumando uns equipamentos e quando perguntei eles me disseram que trabalhavam lá, alugavam equipamentos e também faziam subida guiada. Aí eu relaxei e pensei na hora, alegre, que subir eu iria. Logo chegaram mais pessoas e já foram subindo, todas com segurança. Ali no pé das escadas ficamos esperando completar um grupo pra ir guiado por R$80,00, o nome do grupo era Primata do Baú. Eu trouxe um cartão deles, mas acabei perdendo então não poderei passar os contatos. Sei que os caras foram gente boa demais, trocaram maior ideia, várias dicas bem bacana. Nesse meio tempo, um grupo de 4 rapazes subiram sem nada de equipamento de segurança, eu até que desacreditei pois eram gordinhos como eu. Pelo que eu vi foram firmes e conseguiram.

Subir com segurança é bem tranquilo, só a sensação de estar cripado e não à merce de um deslise já traz mais conforto pra mente, pois grande parte é psicológico mesmo. Durou uns 40 minutos de subida bem tranquila, curtimos um visual mais que esplendido, aquele dia foi mesmo um dia bem abençoado. Lá no pico todo receio se foi, veio um sentimento de superação com super ação, equilíbrio espiritual, emoção. Até pensei no cachorro que subiu a trilha comigo, ele queria subir as escadas mas não deu rs. Se ele subisse ia curtir o visual também.

Ao descer da pedra do baú, ainda fui até a Pedra Ana Chata, outra trilha. Estava bem empolgado com o dia e as realizações, e apesar de ter levado pouca comida pude resistir bem ao percurso. Chegando lá, pude ver a pedra do baú de outro ângulo e assim como a tarde já queria ir embora, voltei pelo mesmo caminho. Tentei acelerar os passos pois já batia fome e sede.

Já era noite quando cheguei no restaurante da entrada da trilha, já estava fechado. Sorte a minha que os guias estavam voltando aquela hora também e me deram carona, me ajudando muito. Dali já fui matar quem tava me matando pra depois curtir uma bela noite com céu totalmente estrelado, atmosfera saudável e uma exuberante lua cheia! Detalhe, eu bem próximo da cachoeira do amores, momento que prefiro não descrever pra não alongar muito o texto. Mesmo sendo sábado, só eu estava acampado ali. Eu havia jantado no mesmo restaurante do dia anterior, e dessa vez pedi umas brejas pra viagem. Nem tomei todas e já tinha adormecido.

...---...

Manhã seguinte, um pouco de sereno, mas mesmo assim a lua se fazia presente. Decidi finalizar as duas latinhas e permaneci ali na cachoeira, momento contemplação às 06h00. Até que deu a hora de desmontar a barraca, arrumar a mochila e partir. 

Voltei andando pra rodoviária, chegando lá comprei a passagem pras 09h30, tinha 15 minutos pra ir até a estrada, já que o busão não passava lá na rodoviária. Embarquei na mesma linha da pássaro marrom sentido SP.

Informações:
Valor Camping = entre R$20,00 / R$25,00 (junho/2017)
Altitude Pedra do Baú = 1950 metros
Altitude Pedra Ana Chata = 1670 metros
Mapa Cachoeira dos Amores = https://goo.gl/maps/wyWdVeGJAz32
Site Restaurante Sabor com Arte = https://restaurantesaborcomarte.com.br/site/



Valeu a pena mesmo. Até a próxima!
Péde natureza!

Fotos:

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Cachoeira dos Amores

Queda dos Amores

visão  inicio da caminhada

mais perto agora

ele queria subir também

tão subindo

subindo guiado

uma pausa. tá certo

Bauzinho

Cidade lá no fundo

Visual de primeira

é nois!!!

cheguei na Ana Chata

olha a pedra do baú


mais um dia que se vai

mais um dia que se nasce

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