terça-feira, 28 de março de 2017

Caminhando até o Pico do Lopo - Extrema MG

Caminhando até o Pico do Lopo - Extrema MG
Março de 2017

Essa caminhada por estrada e trilha sentido a Serra do Lopo em Extrema, foi feita após eu ter passado por alguns picos de Monte Verde, já estava totalmente ambientado com o clima da natureza, com uma certa pegada rural misturada com aventura e exercício, de ter sentido a superfície de uma folha de árvore e de ter tido contato com aquela terra. Nesse link a primeira parte do relato, que contem o primeiro e o segundo dia, e aqui nessa postagem vou relatar o terceiro dia de viagem.

Pico do cume - Extrema MG

"Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão..."

Dia 3 - Carona pra extrema e subida ao Pico do Lopo

Tocou o despertador do celular as 05h00, após um bom descanso eu acordo na hora. Bom, na verdade tive o sono interrompido algumas vezes por um pessoal que chegou no camping aquela noite e fizeram barulho demais, principalmente no converseiro alto, prometi pra mim mesmo que não sairia de jeito nenhum do quarto, só teve uma hora que acendi a luz e acionei a descarga pra vê se percebessem que incomodavam, reduziu um pouco mas continuaram, por sorte consegui apagar e nem sei que horas o grupo foi dormir, só lembro que uma mulher gritava, pois era o primeiro camping dela e tava chovendo, ela culpava alguém da turma pela "enrascada" rs. Tinha um carinha que fazia as piadas mais sem graça e parece que ele se vangloriava em soltar puns dentro da barraca. Eu só escutava as reclamações da companheira do cara. Pelo sotaque eram de SP.

As 05h45 eu já tinha me despedido do camping e estava aguardando o busão pra Camanducaia. Foi aí que em 10 minutos veio uma grande e muito bem vinda surpresa... um senhor me ofereceu uma carona, eu disse que ia pra Camanducaia e ele "bora, entra". Poxa, que ótimo, logo cedo uma gentileza dessas e o melhor ainda, poder trocar várias ideias com o Sr Wilson, que estava indo pra SP, e logo que falei do meu destino, ele disse que me deixaria em Extrema. De ônibus eu teria que ir pra Camanducaia e de lá pegar um pra Extrema. Antes ele me perguntou se eu morava lá, eu disse que não. Aí ele perguntou onde eu morava em Monte Verde, aí eu repeti que não morava lá, e que estava hospedado no Camping Recanto dos Bambus (Camping Monte Verde). Foi então que ele disse pra eu falar mais alto. O sr Wilson tinha já seus 86 anos, mas ainda vivendo muito e aceitando desafios na vida. Ele era dono de uma pousada a 3km do centro de Monte Verde e a vendeu, mas quem disse que ficaria parado... naquele momento ele estava investindo numa fábrica de linguiças, pois aprendera a fazer desde a infância. O papo fluiu bem bacana, algumas coisas tínhamos gostos em comum, como por exemplo: Jogar Truco, e isso ele fazia com a pinguaiada de MV rs. Logo quando ele falou de fazer linguiça, veio a pauta da operação "Carne Fraca", que eu estava totalmente por fora. Aí eu me orgulhei por estar por fora dessas pautas e de ter me desligado de tudo já indo pro terceiro dia. 

Em Camanducaia paramos pra tomar um café na padaria, ele muito solicito não quis de jeito nenhum que eu pagasse a conta e de lá fomos pra Extrema, onde me deixou na rodoviária. Eu muito agradecido, me despedi e percebi que se não fosse uma trilha um pouco puxada ele iria junto rs. Com certeza o espirito da viagem já estava renovado mais uma vez, após trombar uma pessoa bem bacana e cheia de histórias de MV e região.

Sei que era 07h30 e estava eu caminhando pela Rua Hélio Pedroso de Alvarenga. A serra estava bem a frente, mas lógico que tinha uma pernada boa ainda. O inicio tinha umas casas que aos poucos foram diminuindo, essa rua se revesava de asfalto e terra, e logo tornou-se bem íngreme já pra mostrar o que teria pela frente ainda. Nessa hora tive muita cautela, fui no meu ritmo, não sei se era um ritmo bom ou não, mas se tava bom pra mim logo era uma cadência adequada. Deu trinta minutos de subida e três rapazes passaram por mim numa facilidade rs, e logo sumiram da minha vista. 

Depois de uma hora fiz uma primeira pausa pra tomar água e cinco minutos depois continuei. Eis que o tempo fechou de vez, num piscar de olhos. Fiquei de certa forma bem incomodado com a mudança repentina e mais ainda porque caia uns pingos. Ora parecia pingos da neblina ora parecia inicio de chuva mesmo. Apertei o ritmo, mas logo voltei ao meu normal porque senão ia me dar mal antes de chegar lá em cima. Vale lembrar que é tudo bem sinalizado e não tem erro é só subir e subir seguindo as placas de voo livre e trilhas.Sei que as 09h35 cheguei no portal de inicio das trilhas, após ter passado o estacionamento e a rampa, e também de ter feito mais duas paradas de cinco minutos.

Passando o portal, em poucos metros cheguei numa pousada e lá estavam cobrando a taxa de R$5,00, paguei e segui por mais alguns metros descendo até chegar ao inicio da trilha à esquerda, tem uma placa sinalizando. Na verdade essa trilha é bem aberta, coisa que antes era uma estrada onde os matos cresceram, Coisa de 10 minutos chegou a primeira bifurcação, no caso peguei o da direita descendo (Foto 4). Menos de 15 minutos cheguei em outra bifurcação onde a trilha se fecha, tudo isso tem placa sinalizando (foto 5). Mais 7 minutos atravessei um córrego e segui sempre pela principal, nesse momento trilha bem demarcada, sem erro. Mais 15 minutos e sai na Pedra das Flores, me deparei com visual das neblinas, não enxergava nada da paisagem. Fiz um tempinho ali, mas já logo segui rumo a pedra do cume ainda na intenção e torcida de que o tempo se abrisse. Na extremidade da direita na Pedra das Flores, tem a continuação da trilha, acredito que em mais 15 minutos veio uma bifurcação importante, essa parece ser a unica que pode confundir, mas tomei à esquerda (foto 8), existe umas marcações na árvore. Dali foi papo de 10 minutos pra chegar ao pico, após uma subida mais íngreme nas pedras, tendo em um dos pontos uma corda pra ajudar na escalada.

Chegando lá, sensação de liberdade, vento forte na cara, mas o visual nada ainda. Andei pelo pico e achei um lugar bacana pra comer meu lanche e relaxar um pouco. O tempo não abriu, apenas um momento que deu uma brecha e consegui ver um pouco da potência do visual. Mas parecia que seria só aquilo mesmo e então decidi descer após uns 40 minutos de curtição do pico.

Pra voltar fiz o mesmo caminho e fui num ritmo bom. Só fui parar na descida do morro, já na estrada. Fiz duas pausas, uma de meia hora e outra de quinze minutos, mesmo na descida senti um pouco do cansaço, mas era 15h15 eu já estava na rodoviária de volta, comprei a passagem pras 15h30 e bem rapidamente fui me trocar no banheiro pra então voltar pra sampa. Sim, bastante satisfeito com o rolê, foi um bom reconhecimento do local pra investir em outras caminhadas na região mais pra frente!

Ônibus: Extrema x São Paulo (tietê) --> R$22,80

É nois! Péde Natureza

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


Fotos:
Começo da caminhada na Rua Hélio Pedroso de Alvarenga


Direita

Inicio de uma trilhas mais fechada à esquerda

cruzando um riachinho

Já pra sair na Pedra das Flores

À esquerda aqui, bifurcação importante

Visão antes de subir o último trecho

corda pra ajudar


O topo, a neblina e eu.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Picos em Monte Verde e Extrema – MG

Picos em Monte Verde e Extrema – MG
Março/2017

O mês de março estava na sua metade quando fiz essas trilhas, a ideia era de trilhar até picos de Monte Verde, principalmente o Selado, e no dia seguinte pegar um ônibus até Extrema pra subir o Pico do Lopo tendo um contato com a natureza da região pela primeira vez. Em Monte Verde não atingi o Selado, mas passei em outros picos da região que até então eu não sabia que existiam, a Pedra Redonda e a Pedra Partida. Vou relatar como foi um pouco do meu role.



Notícia (Oswaldo de Camargo)

A nuvens trouxeram-me notícias
do céu...
As aves disseram-me como iam
as montanhas...
Coisas estranhas 
começaram a dar-se então 
com minha alma... 

Dia 1 – Indo pra Monte Verde

Chegou uma folga no trabalho e eu já tinha em mente conhecer o Pico do Lopo, vários relatos que li disseram ser um bom pico pra quem tá ainda adquirindo experiência, mas como eu tinha três dias tava com ideia de acampar, ao olhar a previsão do tempo percebi que nas tardes a chuva estava presente e, também, não tava disposto a fazer uma trilha pra acampar, no meu caso eu precisava primeiro dormir pra depois trilhar. Como em Extrema não tem camping, (pelo menos não encontrei), pensei numa outra cidade ou distrito por perto que tivesse camping, e esse foi Monte Verde. A partir de então o distrito de Monte Verde entrou no roteiro e já fui caçando infos bem rapidamente, pois tinha pouco tempo.

As 10h30, enviei uma mensagem de whats app pro camping “Recanto dos Bambus” ou “Camping Monte Verde” (é o mesmo), perguntando da diária e tal. Após uma breve conversa foi acordado que eu ficaria num quartinho por um preço um pouco maior que o camping, mas que compensaria pois não precisaria levar muito peso, isso já pensando no bate-volta em Extrema. E também eu precisava dormir bem, pois havia trabalho a madrugada toda e tinha chegado em casa só as 09h30.

Ajeitei minhas coisas pra por na mochila e as 11h30 segui pro Terminal Rodoviário do Tiete. Como não tem passagem direto pra Monte Verde, comprei a passagem pra Camanducaia que saiu as 15h00, paguei R$ 31,33. Esse ônibus fez duas paradas, uma em Extrema outra em Itapeva, e na sequência chegou em Camanducaia, num total de duas horas de viagem pela Rodovia Fernão Dias. Ao chegar em Camanducaia, paguei  R$ 08,20 pra pegar o último busão pra Monte Verde que saiu as 18h00. Sei que às 19h horas eu já estava no camping já me preparando pro descanso pra acordar cedão no dia seguinte.

Vale Lembrar que essas linhas têm horário restrito, vou deixar uma foto da tabela de horários no final do texto. (Foto 20)


Dia 2 – Trilhas em Monte Verde

Dormi muito bem, capotei na verdade, pois foi um sono diretão sem pausas. Acordei as 06h da manhã, olhei no celular o horário e bastou isso pra bateria finalizar de vez, pois é esqueci de carregar, mas até tinha uma certa carga, é que durante a noite toda foi chegando mensagens de broadcast da claro, tinha umas trinta, o que é isso eu nem sei mas comeu carga, mesmo assim não atrapalhou meu descanso. O fato é que eu teria só 30 minutos pra carregar o celular e fui com pouca carga mesmo. Numa conversa na noite anterior, o dono do camping disse que passava um micro-ônibus (Cassalho Turismo) as 06h50 sentido monte verde, então sai as 06h35 do camping, esperei um pouco a mais pois veio a passar as 07h10, mas tudo tranquilo, uma ida de um pouco mais de 4km. Só sei que quando deu 07h35 estava eu começando a minha caminhada rumo aos picos de monte verde.

Um amanhecer lindo, o céu azul e seus desenhos em forma de nuvem, me indicavam que o dia seria bom e o clima já estava mesmo ótimo! Faz qualquer pessoa sorrir gratuitamente, do nada, estando sozinha ou não! Passando o portal e depois o centro de monte verde, segui pela AVENIDA DAS MONTANHAS. Quando cheguei nessa avenida, não tive problema algum com navegação, é tudo muito bem sinalizado e essa avenida me deixou já na entrada da trilha, porém é o seguinte...depois de uns 50 minutos de subida. Lá em cima vi que além do Chapéu do Bispo (alt 1955m), Platô (alt 1945 m) e Pico do Selado (alt 2082m), tinha outro roteiro seguindo direto pra Pedra Redonda (alt 1950m) e Pedra Partida (alt 2040m). Como o objetivo era o Selado, pra lá eu fui.

As 08h30, comecei a trilha subindo pro Chapéu do Bispo, agora sim a sensação de liberdade tomou conta novamente, não tava rindo à toa, mas me peguei cantando em meio a mata, observando a flora ao redor sob o brilho dos raios de sol. O suor que escorria era de uma leveza imensa, e assim naveguei numa boa, numa trilha bem demarcada. Muito rapidamente cheguei no Chapéu do Bispo, um pouco antes eu via a pedra do selado à esquerda do mirante e também uma queda bem numa pedra lá em baixo do visual. Passei direto e as 09h00 estava eu no Platô, uma formação rochosa bem extensa a 1945 metros acima do nível do mar. 

Esse Platô é sensacional! Visual do porreta pra lá de bom. Olhando de frente se avista a direção do estado de São Paulo, pra esquerda fica a Pedra Partida e Redonda e à direita, o Pico do Selado. Me parece que a maioria das pessoas terminam o rolê por ali, que de fato já compensa mesmo, mas as mais aventureiras continuam até o Selado. Nesse momento não tinha ninguém no Platô, alias não trombei com ninguém na trilha, pois era uma sexta-feira. Uma coisa que percebi é que no caminho se tem vários trechos alternativos que juntam na mesma trilha, uns mais longos outros mais curtos, isso deve ser pelo tanto de gente que acessa o local ocasionando congestionamentos. Mas assim, nada que confunda, pelo menos até o platô...







Após quinze minutos ali, eis que as 09h15 comecei a seguir sentido o Pico do Selado, que seria meu único objetivo nessa viagem. A trilha se iniciou bem no canto direito do platô, isso tendo como referencia o morro do selado de frente, tem uma plaquinha escrito "Selado (alt 2080m)". Desci o platô e fui, passou um trecho com lama, pois se tinha um fluxo de água e assim continuei. Por uns trinta minutos a trilha se mostrou muito bem batida, sem problemas de navegação e ainda sim, aquele negócio de ramificações da trilha devido o número de pessoas, até certo ponto eu consegui acompanhar... Tava trilhando num ambiente bem agradável quando de repente tomei um susto! Fiquei em estado de alerta ao ver um cavalo no meio do nada, e parece que ele se assustou um pouco também, mas ao contrário de mim, nem se mexeu. Foi questão de mais quinze minutos que comecei a perceber que o caminho já não estava demarcado e que as opções de trilhas eram várias. Na hora já pensei que algo estava errado, pois de acordo com vários relatos a trilha seria praticamente auto guiada e sem muitas bifurcações. Quando olhei pra trás, percebi que não conseguia enxergar o caminho por onde eu vim, fiquei mais ressabiado pois não me lembro de ter sido tão desatento assim,

Saí num descampado onde eu via o Selado bem na minha frente e não parecia muito longe (Foto 7), mas a trilha a partir dali não consegui achar. Tinha várias e todas com bosta de cavalo no caminho, mostrando que no mínimo os próprios que haviam navegado por ali. Continuei e comecei a seguir o fluxo de um córrego, que logo depois tornou-se um vara mato da bexiga, Quando olhei pra minha perna, estava toda arranhada e sangrando um pouco. Depois de muito zigue-zague procurando a trilha, decidi retornar até onde a trilha tava demarcada, saí de novo no descampado e de lá subi mais. Quando voltei na trilha demarcada percebi uma unica fita branca numa arvore, foi aí que tentei novamente seguir o caminho a procura dessa fitinhas, mas já não a achava mais. Esse trecho perdia altitude e tinha algumas pedras na mata, mas enfim, após uma hora de pra lá e pra cá, decidi voltar pro Platô pra pegar mais infos, se caso estivesse alguém por lá, e quem sabe voltar ou simplesmente me conformar de voltar outra ocasião.

Consegui voltar de boa e no platô encontrei com um rapaz da Granja Viana em SP que estava com sua família. Primeira coisa que ele fez foi me perguntar das condições da trilha até o selado e disse que não tinha ido ainda, eu disse que ia fazer a mesma pergunta pra ele e expliquei o que aconteceu. Ele comentou que o pessoal tava indo mais com guia pra lá. Dali decidi ir até a Pedra Redonda e Pedra Partida, só que não tinha informação alguma sobre essa trilha.

Em vinte minutos eu já estava no estacionamento de novo, agora já tinha um estabelecimento aberto e alguns carros estacionados, pra precaver comprei uma garrafinha de água (R$05,00), mas ainda tinha no meu cantil. Como eu não sabia da trilha resolvi prevenir, já estava sem bateria do celular e da câmera fotográfica também acabando.

Após atravessar o portal, tem uma placa com informações importantes sobre a APA Fernão Dias e também citou dados da trilha pra Pedra Redonda (FOTO 8). Menos de 1km e trinta minutos de trilha. Essa trilha já é mais turística e agora comecei a me deparar com mais pessoas de diversas idades, tem mirantes e até escadas pra facilitar o acesso até a Pedra Redonda. Então pra quem tá sem muitas informações e também não tem experiência em subir montanhas, a Pedra Redonda pode ser um bom inicio e é totalmente auto guiada. O trecho mais íngreme veio após a bifurcação Pedra Partida à esquerda e à direita Pedra Redonda. Fui à redonda primeiro, fiz uma pausa lá pra depois seguir pra Partida.

Da bifurcação até a Pedra Partida, demorei uns 50 minutos, mas dá pra ser menos já que eu tava cansado. A trilha começou bem tranquila, e foi questão de 10 minutos a subida começou a ficar mais e mais íngreme e com alguns obstáculos. Achei uma trilha fácil de se perder, mas tinha em várias árvores umas fitinhas amarelas que direcionavam o caminho correto. A trilha contornava algumas pedras e as vezes tiveram alguns mirantes, e quanto mais alto melhor a vista. A trilha não estava tão aberta, então pressupõe que não seja tão frequentada quanto as outras: Chapéu do Bispo, Platô e Pedra Redonda.

Depois de alcançar a pedra e já muito cansado, comecei a descer vinte minutos depois de chegar. O tempo já estava fechando e procurei impor um ritmo bom na volta. Mas mesmo assim demorei uma hora e quinze minutos pra chegar no portal, onde fica o estacionamento. Estava completamente satisfeito com o rolê, mas não tinha tempo pra comemorar ainda, pois tinha que vencer a descida pela avenida das montanhas e ainda torcer pra não tomar chuva, não pela chuva em si, mas pelos raios.

Ufa! As 15h00 já tinha chegado no centro de Monte Verde, embarquei no micro-ônibus as 15h40, sendo que as 16h cheguei no camping. Como eu saí mais cedo que o horário de inicio do café  da manhã no camping, eles disseram que eu podia tomar um café da tarde. Só deu tempo de pedir o café e enquanto eu comia a chuva veio bem forte, com trovões e raios.

Muito feliz com o desdobramento do dia, já me empolgava mais ainda por saber que no dia seguinte teria mais e seria o Pico do Lopo em Extrema. Lógico que aquela "alegria receosa", no sentido de que temos medo de estarmos felizes, é uma coisa estranha que as vezes acontece. Mas enfim, foi hora de descansar, pois no dia seguinte eu teria que sair cedo também, agora me despedindo do camping e de Monte Verde pra me apresentar a Extrema.

Não consegui o Selado, mas fui à Pedra Redonda e Pedra Partida, além do Platô e Chapéu do Bispo, quem sabe um dia eu volte pra chegar no Pico do Selado e fazer alguma travessia, ou fazer outras atividades outdoor na bela natureza de Monte Verde.

- Camping: R$ 100,00 duas diárias de um quarto com banheiro individual
- SP x Camanducaia: R$ 31,33 / Camanducaia x Monte Verde: R$08,20 (Viação Cambuí)
- Camping x Monte Verde: R$4
Março de 2017

Dia 3 - Carona pra extrema e subida ao Pico do Lopo
(Fica pra próxima postagem)

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

Fotos:


















quarta-feira, 1 de março de 2017

Cachoeira da Light - Biritiba Mirim - SP

Cachoeira da Light - Biritiba Mirim - SP
Fev/2017

É madrugada do dia 27/02/17 e enquanto ajeito minhas coisas para fazer uma trilha, convido minha irmã, a Carla, que está no sofá, as 04h20, assistindo o desfile do carnaval. "Iae bora fazer uma caminhada?"  Após alguns questionamentos por parte dela então ela decide ir junto comigo nesse rolê.

Sendo assim, saímos de casa as 05h10. Vinte minutos depois já no terminal Grajaú, embarcamos no trem sentido estação Pinheiros. Após algumas baldeações, chegamos por volta das 07h50 na estação Estudantes da cptm. De lá foi só ir pro Terminal Estudantes e embarcar no ônibus "Manoel Ferreira"(R$ 4,10), que saiu as 08h15.

Era segunda-feira de carnaval e tinha mais pessoas indo pra região de Biritiba Mirim, um grupo de mais de vinte jovens e outros grupos menores. Após menos de uma hora de viagem, chegamos na Balança do Km77 da rodovia mogi-bertioga. dali passamos numa lanchonete pra comer uns salgados e já botamos os pés na estrada antes do pessoal. 09h45 iniciamos a trilha próximo do quilometro 80,5 da rodovia. Essa primeira parte da caminhada foi marcada por bastante veículos descendo a serra, e nós sempre tomando cuidado em trechos que não se tem acostamento. O tempo tava lindo, céu azul e sol forte. Lógico que um pouco mais tarde o tempo mudou trazendo um ambiente cheio de neblina.

A trilha se iniciou aberta pra depois ir fechando no meio da mata e com isso o clima foi refrescando um pouco. Com 15 minutos de caminhada chegou uma primeira bifurcação, que na verdade é muito obvio o caminho da direita, pois a outra trilha tá com o mato alto, evidenciando o desuso da mesma. (Foto 3).

A trilha seguiu bem batida e ao contrário das outras vezes que estive ali, os trechos de lama estavam secos, facilitando a navegação e poupando de molhar ou sujar os pés. Mais 15 minutos, após ter passado por uns dois riachos, vímos uma bifurcação que tomamos o caminho da direita. Bifurcação que é vista na foto 4 e tem também umas fitinhas indicando o caminho correto. Lembrando que até nesse momento estamos trilhando no mesmo caminho de ida pra Cachoeira da Pedra Furada, que só muda na próxima bifurcação, pois à direita vai para a Pedra Furada e pra esquerda sentido a Cachoeira da Light, e foi a que pegamos. Seguimos à esquerda, e logo atravessamos um riacho o qual tínhamos passado antes da bifurcação. A trilha se fechou um pouco, mas continuou bem batida. Na nossa direita ouvíamos o barulho do rio e também em dois pontos saia uma trilha improvisada e bem íngreme que caia no topo da Pedra Furada. Andamos por mais uns 40 minutos até chegar numa trifurcação e partir de então seguimos à direita pra em menos de 10 minutos avistar o topo da cachoeira da light. Logo quando chegamos, vimos um pessoal acampando e isso é um fato bacana, pois existem diversos descampados para camping. Demos um breve salve e já descemos pra ver a cachoeira lá de baixo. O leito do rio é um pouco forte, mas procuramos um trecho mais suave e atravessamos, nossa vista então ficou de frente com as quedas, que davam um show, era um verdadeiro espetáculo da natureza. O relógio batia 11h15 e por ali ficamos até as 13h.

Um banho de leve, alguns clicks, lanches e fotos novamente. Vira e mexe a neblina chegava e saia de novo. Teve momentos que ofuscou tudo que eu nem conseguia enxergar a cachoeira na minha frente. Só de pensar que em menos de uma hora o tempo estava totalmente diferente, e naquele momento a neblina tomava conta, era muito loko. 

Ali tem diversos poços, mas o que parece mais seguro é no topo da queda e é sempre bom ir onde se enxerga o fundo, principalmente pra quem não sabe nadar. O cuidado pra não escorregar nas rochas também é imprescindível. Chegou um grupo logo depois de nóis, um deles já era da região daí o papo fluiu com ele explicando as possibilidades de trilhas. Ele disse que antes era caçador, mas agora tinha parado e tal. um dos animais que se caça é a anta, tem algumas na região e até de dia consegue-se ver, só saber o local. enfim, tomara que tenha parado mesmo, até pq a anta pode entrar em extinção. No Rio Sertãozinho tem gente que pesca também. 

As 13h10 já estávamos voltando e fizemos o mesmo caminho. Não passamos na Pedra Furada, pois meu tempo era curto. Minha irmã seguiu firme a trilha toda e pelo que me disse curtiu bastante o local. Também não tem como não se dar bem com toda aquela paisagem. um rolê barato na região metropolitana de São Paulo. As 15h20 esperamos o busão pro terminal estudantes que só veio 16h30, foi de fato uma espera longa, mas não teve problema. No final deu tudo certo.

É nois!

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


Fotos:












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