terça-feira, 7 de agosto de 2018

Morro da Cruz em São Francisco do Sul + Mirante de Joinville - SC

Vou fazer um breve relato da minha ida à São Francisco do Sul em visita aos meus primamigos que se mudaram pra lá a pelo menos 4 anos. E eu como uns do que não tinha colado pra lá, essa foi a hora. Mesmo com as férias fracionada, foi possível passar uma semana na casa dos meus primos, pra matar a saudade e poder comemorar dois aniversários, o do Gulão e da Guria. Foi show! Só tenho a agradecer a recepção! No caso já cheguei no dia de um baita churrascão que fazia tempo que não colava. 

São Francisco do Sul fica em Santa Catarina e é a mais antiga desse estado. Região litorânea, então possui praias, porém não visitei as praias e vou relatar a ida ao pico da cruz e no aniversário da Guria fomos pro Mirante de Joinville.

Morro da Cruz e a projeção da consciência ou vice-versa

...Tento respirar andando em busca de terra
Mais que a terra quero a serra
Que com mais terra berra
Pra que tornemos a ela...
(Astralização - Casa das Máquinas)

Enquanto digito, os meus ouvidos estão no álbum Lar de Maravilhas, por isso já não sei se a projeção da consciência veio antes ou depois, eu também não quero que reflita no meu rosto, sombras, cinzas ou impurezas desse ar cinza que é o de São Paulo. O escape do corpo físico pode ajudar a ver o mundo de outra perspectiva, sem antes olhar pra si mesmo. Assim, as vezes o que vale é acertar o ângulo correto para poder apreciar os aspectos naturais, mesmo que seja por tempo determinado, ainda. O vale verde, ou os reflexos da lua, ou o reflexo ativo do sol. 

O plano inicial era ir pra praia de bicicleta, mas no meio do caminho decidimos dar uma passada no Morro da Cruz. Pra subir a trilha, que dura por volta de 30 minutos, as bikes foram nas mãos, mas foi tudo tranquilo. No role estava eu e o Fepa. Depois decidimos continuar até a praia, mas no meio do caminho já não aguentava mais, talvez não pela quilometragem, foi mais o banco que não me adaptei e fiquei com dores. Isso já era umas 17h20. E o sol quase se pondo.

O Morro da Cruz pode ser conhecido como Morro do Pão de Açúcar sendo o pico mais alto de São Francisco, contando com 150 metros de altitude. Do cume se avista o litoral, a cidade e no horizonte outros municípios. De trilha fácil e pode ser feita por n faixa etária. Vale colar!

Lado do Centro Histórico

de boas no pico

fim de tarde na praia Paulas

Olha o pico lá


Mirante de Joinville e o dia do bolo!

Neste dia fomos comemorar o niver da dona Helenir lá em Joinville pra na volta cantar os parabéns numa confraternização bacana.

Situado na rua Pastor Guilherme Rau, o pico pode ser acessado de ônibus ou a pé. Fomos de ônibus e custou R$4,00. O trajeto foi rápido, não mais de 15 minutos.  Lá de cima se tem uma visão de 360º da cidade e com uma altitude de 250 metros. Na entrada do parque tem uma Zoobotânica e ambos atrativos são gratuitos. Um programa legal pra fazer em família, ou para se exercitar ou para levar a criançada. Passeio daora!

nóis no mirante

No Expoville, Gulão, Guria, Carla

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Ibiticaminhadas no Parque Estadual do Ibitipoca - MG

Salve salve! Segue um breve diário da minha ida ao Parque Estadual do Ibitipoca, Minas Gerais. Deixarei, antes, algumas informações referentes ao parque, de como chegar, alguns custos, etc.


Janela do Céu, cartão postal do Parque


Situado no sul de MG, no Arraiá Conceição do Ibitipoca, o Parque Estadual do Ibitipoca abrange uma área de 1.488 hectares e foi criado no ano de 1973 (Lei Estadual nº 6.126 de 4 de julho de 1973). Nesta reserva concentra-se incríveis belezas naturais, que com caminhadas em trilhas bem cuidadas e sinalizadas se chega em cachoeiras, grutas*, picos, lagos e além da famosíssima janela do céu. Portanto, cabe em variados gostos. Coube no meu perfeitamente. Compensando todo o trajeto a se fazer e todo o gasto tido, que mostrarei abaixo.

Preços do Parque - (ver link site)

Ingresso para Visitante(Por pessoa) Dias úteis R$ 20,00

Ingresso para visitantes (Por pessoa) Sábado, domingo e feriados nacionais e/ou estaduais do Estado de Minas Gerais, considerando seus dias intercalados. R$ 25,00

Estacionamento de veículos (Diária)

Bicicletas - Isento

Motocicletas - R$ 20,00

Veículos de passeio (para até 7 pessoas) *van, micro-ônibus, ônibus, caminhão e outros
R$ 25,00

Veículos de passeio (para MAIS de 7 pessoas) *van, micro-ônibus, ônibus, caminhão e outros R$ 65,00

Uso de infraestruturas (Diária):

Camping por pessoa independente do dia da semana
R$ 60,00 

*A gruta constitui uma cavidade natural resultante geralmente do contato com agentes físicos e químicos. As grutas existentes no Parque do Ibitipoca são Quartzíticas, constituídas através da erosão fluvial de muitos anos atrás.
  
Como cheguei:

Saindo do Terminal Rodoviário Tietê em São Paulo, embarquei no ônibus Juiz de Fora pela viação cometa, preço da ida R$ 119,20. De juiz de fora peguei o ônibus para Lima Duarte (R$ 17,20). Já de Lima Duarte eu teria que ir no ônibus Ibitipoca (R$ 17,00), porém devido o horário restrito da linha, tive que pegar carona e foi tudo tranquilo.

Ida:
SP x JF - 21:30 x 05:00

JF x LD - 06:00 x 07:15 - Viação Bassamar: (32) 3215-1109

LD x Ibiti - carona

Volta:
Ibiti x LD - 08:00 x 09:40

LD x JF - 10:30 x 11:45

JF x SP - 12:30 x 20:30

obs: os preços são referência de julho de 2018

Outras opções:
Para se chegar ao Parque Estadual do Ibitipoca a partir do município de Belo Horizonte, o acesso é feito na direção de Juiz de Fora pela BR-040. Antes da chegada à referida cidade, entra-se no trevo de acesso (BR-267), prosseguindo em direção a Lima Duarte. Para chegar ao distrito de Conceição de Ibitipoca são 27 km de estrada de chão e mais 3 km até a portaria do Parque. Para se chegar ao PEIB, os meios de transporte comumente utilizados são o automóvel, em sua maioria (75%) e 20% de ônibus (Plano Diretor de Organização Territorial e Desenvolvimento do Turismo em Conceição do Ibitipoca, 2000). Ao se locomover com o automóvel, o visitante tem a disponibilidade de, inclusive, estacioná-lo dentro do Parque.
Já o deslocamento feito por ônibus, leva o visitante até Lima Duarte, e daí até Conceição do Ibitipoca, sendo necessário que este se desloque por mais 3 km até o Parque em veículo locado. O trajeto que vai de Lima Duarte a Ibitipoca leva, em média, 1h15m.
O Parque está localizado a 80 km de Juiz de Fora, 260 km do Rio de Janeiro, 340 km de Belo Horizonte e 470 km de São Paulo

(...)Aspectos naturais
O Parque Estadual do Ibitipoca situa-se no domínio fitogeográfico da Floresta Atlântica. Inserida em meio à Cordilheira da Mantiqueira, em sentido paralelo a Serra do Mar, a Serra do Ibitipoca constitui-se em uma elevação rochosa com altitudes variando entre 1.100 e 1.782 m, onde predominam vegetações campestres denominadas, genericamente, por campos de altitude. Seus campos apresentam fisionomia com semelhanças aos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais e Bahia, mas sua flora recebe forte influência de elementos da Floresta Atlântica. (...)

disponível em <http://www.wikiparques.org/wiki/Parque_Estadual_do_Ibitipoca> acesso em 15/07/2018


1º dia no parque

Eram 07h15 da manhã quando cheguei em Lima Duarte, e já sabendo que o ônibus para Conceição de Ibitipoca já havia saído - o mesmo tem dois horários por dia, das 06h15 e das 15h15 - eu não ia ficar esperando o da tarde, a principio até pensei em fazer um tempo por Lima Duarte, mas o cobrador do ônibus me indicou que talvez eu conseguiria uma carona para o arraiá tranquilamente. Assim, desci no local indicado, e andei até uma ponte onde existe quase a obrigatoriedade de frear um pouco e já é a deixa. Um rapaz desceu do mesmo ônibus antes de mim e foi para o mesmo local, mas eu acabei chegando primeiro e lá ficamos pedindo uma carona. O rapaz se chama Ronaldo, ali começamos a trocar uma ideia até que em menos de 20 minutos conseguimos uma carona, porém não ia até Conceição só que nos deixaria faltando 4 km, então entramos na caminhonete pick up (picape). O rapaz da carona trabalha na empresa que detêm as terras ao redor do parque e disse ele que o parque em comparação à essas terras é minusculo, e que foi esse dono da empresa que vendeu as terras para o parque. Bom, até então não sei a veracidade disso, o fato é que ele conhecia bem a região ao tratar do projetos nas estradas, climas, etc. Ou também ele não quis falar que a Igreja Católica era proprietária de tudo.

Descemos, altamente agradecidos por esta carona, e então nos pusemos a andar o restante até o arraiá. Puxa, foi questão de 10 minutos que notamos a necessidade de pedir outra carona, a subida tava bem íngreme e conforme íamos conversando o folego acabava. Ronaldo é de Juiz de Fora e estava em Conceição do Ibitipoca à trabalho, pois faz um belo trabalho com madeiras e decoração de estabelecimentos, no caso estava trabalhando numa tabacaria. Passou um carro de passeio e nada, o próximo carro que vinha era uma saveiro, indicamos o sinal de carona e o moço que dirigia parou e disse < vocês vão ai atrás, mas agachados pra eu não tomar multa com o carro do serviço>. Opa, lógico. E assim ele nos deixou na entrada do distrito. Agradecidos mais uma vez, continuamos a caminhada. Ronaldo parou pra tomar um café no Ibitipão, já eu segui direto sentido parque, que estava uns 3 km dali, pois queria aproveitar o dia ainda e tentar chegar antes das 10h00.

Caminhei por mais 3km até a entrada do parque, sobre o caminho não se tem complicações, é apenas seguir pela estrada parque ibitipoca (link). Ao chegar na entrada do parque, apos ter enfrentado uma subida consideravelmente íngreme, me apresentei com o RG e informei o interesse em acampar. Então já paguei as três diárias, colhi algumas informações básicas e segui rumo ao local de acampamento, distante dali 1,5 km. Passei pela central de visitantes, mas estava fechada devido uma reunião com os bombeiros. 

11:00 da manhã já se passava quando montei minha barraca, portanto, ainda tinha metade do dia para curtir parte do parque. Vale lembrar que existe um limite de horário para inicio das trilhas de acordo com a distância e dificuldade de cada circuito. (Não sei se é levado a risca). Existem três circuitos no parque: Janela do Céu, Pico do Pião, das Águas. Com base nisso escolhi parte do circuito das águas para visitar. Antes, passei pelo restaurante que se já tivesse servindo almoço eu iria almoçar, mas não estava, então pedi um lanche e segui rumo a trilha da cachoeira dos macacos pra na volta almoçar no coma à vontade por R$25,00. Foi minha opção por 3 dias no parque. Muito boa a comida e uma vista esplêndida enquanto se fazia as refeições. 

*Os horários máximos para saída por circuitos são:
- Circuito Janela do Céu de 16km: 10h00;
- Circuito Pico do Pião de 11km: 12h00;
- Circuito das Águas de 5km: 15h00
Lembrando que as distâncias de cada circuito é de ida e volta.

Parti pra Cachoeira dos Macacos que faz parte do circuito das águas, apesar de não ser delimitado circuito por circuito, pois para ir ao pico do pião passa-se pelo mesmo caminho de parte do circuito das águas, assim como se tem acesso à Janela do Céu, mas é inegável a tamanha organização do Parque tendo suas trilhas totalmente autoguiadas e bem sinalizadas (mesmo com a possível negligência do Estado em investir nesse setor). Então não se faz necessário detalhar os caminhos aqui, nem andar com mapas ou guias. 

Cerca de 1,5 km me separava da cachoeira dos macacos e assim iniciei a trilha por um terreno rochoso, à minha esquerda tinha o ribeirão do salto esbanjando beleza pela sua corredeira e pela cor de sua água bege ou avermelhada (devido a decomposição de matéria orgânica vegetal), vale lembrar que se parece com a Cachoeira Shangri-la de São Thomé das Letras que já tive a oportunidade de visitar. O paredão Santo Antonio também estava na esquerda da trilha e antes de chegar até a cachoeira passei por alguns atrativos como: A Ponte de Pedra, o Mirante do Gavião e Mirante da Cachoeira.

Quando cheguei na Cachoeira dos Macacos além de me encantar com o local me pus a dar um mergulho, já que o sol rachava de lindo e forte naquele dia. Mas bastou colocar as pernas na água que senti que não seria tão fácil assim permanecer ali. A água era tão gelada que as pernas formigavam e quase adormeciam. Nunca tinha entrado numa cachoeira tão gelada. Criei coragem para um mergulho rápido em seu poção, sem nem chegar perto da queda. E ali na beira fiquei contemplando a paisagem e lendo um livro, já para absorver de vez o clima do parque ao ver as águas do Rio do Salto continuarem seu fluxo.

Voltei pelo mesmo caminho e cheguei as 15:40 no restaurante. Me alimentei super bem e então fui pros preparativos do descanso. 


Paredão e Rio à esq. da trilha

trecho da corredeira rio salto
Ponte de Pedra, vista do paredão

Cachoeira dos Macacos




2º dia no parque

Despertei bem cedo, era madrugada ainda, mas minha noite foi de preocupação. Pois é, após mais de dois meses de estiagem no parque eis que a chuva resolveu aparecer na minha primeira noite de camping. De fato não foi uma chuva pesadona, mas molhou um pouco em duas arestas da barraca. Mas fui secando das vezes que acordava em meio à noite e sob os pingos. Já às 06:00 da manhã não chovia mais, saí da barraca e fui pro banho. Li um livro até tomar o café da manhã às 08h00 no restaurante e segui rumo ao Pico do Pião, a neblina havia tomado todo o parque, mas assim segui rumo aos quase 5km até o cume.

Que manhã bela e leve, realmente não tinha nem como reclamar da chuva, já que com certeza foi ela a responsável pela leveza daquela atmosfera. E logo em breve pra me surpreender de vez, a neblina se foi e o tempo se abriu. Foi a partir de então que acredito que comecei a reparar realmente na beleza daquela reserva ambiental conservada após ter ficado um tempo sem vê-la. Parece que foi uma revelação perante a escuridão.

Em menos de uma hora já estava eu na bifurcação que leva à esquerda pra Janela do Céu e à direita foi o meu destino do dia. Ainda tinha uns 2km de trilha, trecho que agora seria mais íngreme e constante. Existem diversas grutas ao longo do caminho e as que têm permissão de entrada estão devidamente sinalizadas. (Gruta do Monjolinho, Gruta do Pião e Gruta dos Viajantes).

A caminhada estava agradabilíssima, a chuva da madrugada fez com que toda a visão se tornasse mais limpa e assim se concretizou quando alcancei o Pico do Pião um pouco depois das 10:00 horas. Imagina um cara deslumbrado com o mar de morros no horizonte. Praticamente 360º de vista, já que é o segundo ponto culminante do parque com 1720 metros de altitude. Lá em cima, o que seria uma capela em outros tempos, agora só restou fragmentos e serviu de apoio para que eu pudesse contemplar a paisagem mineira.

Para quem pensou que meu dia acabaria por aí sem maiores novidades, eis que na volta da trilha resolvo passar pelo Lago dos Espelhos, que faz parte do circuito das águas, porém eu não havia visitado no dia anterior, então foi a hora. Já estava no 500 metros finais pra chegar nos lagos, quando encontrei com uma moça que pediu para que eu tirasse fotos com minha máquina e enviasse para ela depois. O fato é que ela estava com o celular descarregado, pois tinha enfrentado longas caronas até chegar em Ibitipoca. Jamile estava em seu mochilão de férias percorrendo diversos estados do Brasil de carona e acomodação gratuita, gastava apenas com alimentação quando precisasse gastar. Realmente não é todos os dias que se encostra pessoas com essa disposição, e é algo que eu admiro muito. Não foi diferente com ela assim que pude ter contato com suas histórias dessa e de outras viagens. Além do mais de Salvador, Bahia. Show!!!

Nosso contato foi breve, um pouco mais de duas horas, mas mesmo assim fomos fazer o circuito das águas pela trilha de cima do paredão até chegar na Cachoeira dos Macacos e voltamos pelo lado da corredeira do salto. Passados 15h da tarde, eu fui almoçar e a Jamile seguiu rumo à cidade, pois ela iria pra São Thomé das Letras ainda. Muita disposição!!!


No Pico do Pião

recompensa da caminhada

opa, cheguei também

entrada gruta monjolinho

corredeira rio do salto

mirante cachoeira dos macacos


3º dia no parque

O desconforto dessa noite foi o extremo frio que fez. Minha nossa, todos os campistas concordaram comigo. Gelou de verdade, ainda bem que o saco de dormir segurou legal. Com relação ao rolê, esse seria o dia da famosidade e da caminhada mais longa. Atrativos de tirar o fôlego: mais grutas, cruzeiro, Lombada (ponto culminante do parque 1787 m.), Cachoeirinha e Janela do Céu.

Normalmente, a trilha se inicia próximo do centro de visitantes, porém fiz a travessia inversa, comecei pelo mesmo caminho que vai para o Pico do Pião. O motivo basicamente era poder voltar com o sol na direção de se pôr.

De fato achei mais fácil quando pude chegar na Cachoeirinha, eram 10h15, eu estava sozinho no local que resguarda raríssimo encantamento. O arco-iris um espetáculo à parte, a queda pouco volumosa, mas alta e linda. Aquela cor diferenciada e ao mesmo tempo límpida, contrastava com a vegetação apoiada nas rochas ao redor do pequeno poço. Muito convidativo para um banho se não fosse a característica gélida do seu líquido. Gostei tanto dessa cachoeira e desse momento que quase apostei comigo mesmo que a Janela do Céu não iria superar, se é que essa palavra cabe.

Andei mais 500 metros até a entrada pra Janela do Céu. O sol pipocava, mas nada demais já que eu estava me hidratando legal e comendo umas barras de cereais nas paradas que fiz. Cheguei primeiro também nesse atrativo, e deslumbrado procurei uma maneira de tirar fotos sem precisar entrar na água (realmente a experiência na Cachoeira dos Macacos me inibiu rs). A Janela do Céu dispensa comentários, é uma vista esplendida no topo de uma queda d'água onde a vegetação esculpiu a janela em si. Toda natural, bela e perigosa. Muita atenção!

Continuei a caminhada, e nesse momento passou na minha cabeça um arrependimento em ter feito o circuito ao contrário, pois ao sair da Janela do Céu, enfrentei uma pirambeira lascada. Alguns caminhantes desciam e já cansados perguntavam se estava chegando a janela, eu dizia que sim, logo bem próximo, enquanto eu subia de passos leves e pés no chão! Uma moça perguntou porque eu fiz ao contrário e eu respondi a questão do sol, mas assim, para o sol se pôr ainda faltava muito tempo rs. Então esse argumento não valia mais.

Bem próximo de chegar no ponto máximo do parque, a Lombada, aquele negócio de arrependimento sumiu logo, pois de fato eu teria apenas descidas a partir de então, e podendo apreciar todo o visual constante, limpo e totalizante daquela caminhada. No topo foi 360º a se perder na imensidão. O lugar é show!!!

Já no restaurante para almoçar, foi difícil disfarçar a felicidade e foi o momento de tomar algumas latinhas de cerveja para comemorar todas essas Ibiticaminhadas bem feitas e revigorantes em meio às terras de Ibitipocas!!! 

Um dos parques mais visitados de Minas é muito bom, talvez algumas pessoas não curtam trilhas autoguiadas e também nos fins de semanas deve certamente lotar de gente. Algo que nos faz pensar no paradoxo de preservação e visitação turística e como relacionar isso com alguma forma sustentável, se é que há sustentabilidade nisso. Porém é inegável que é necessário podermos ter acesso consciente à esses espaços, assim como é visível o potencial para pesquisas na área de Biologia, Espeleologia, Geologia, Geografia, etc. 

Péde Natureza, até a próxima!!!

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html


eita cachoeirinha

cachoeirinha ibitipoca

só faltou o tchibum

Abre a Janela do Céu

sem se molhar

na Lombada, ponto alto


terça-feira, 3 de julho de 2018

A trilha do quase: tentativa pico do gavião - Biritiba Mirim

Outras vezes que tive na região!
http://pedenatureza.blogspot.com.br/2016/04/pedra-do-sapo-no-bairro-manoel-ferreira.html

http://pedenatureza.blogspot.com.br/2018/03/pico-do-itapanhau-provando-do-proprio.html

Alguns meses atrás fui numa caminhada pra região de Biritiba Mirim, local já visitado por diversas vezes de forma intermitente. Nessa época a intenção era emplacar visitas mais frequentes pra poder encarar algumas travessias entre picos, algo que não consegui fazer devido às correrias das responsas do dia a dia. Após mais de três meses, venho então relatar brevemente um role que seria, a principio, para a pedra do Sapo, mas tentei o Pico do Gavião.

Digo: tentei, pois acreditei que havia chegado ao pico, mas ficou faltando um pouco. Se eu tivesse mais infos sobre o pico comigo naquele momento eu continuaria, mas enfim nem sempre é bom mudar de planos na última hora. Coisa que não faço normalmente, mas como eu tava com um relato no celular, resolvi tentar o tal gavião.

O relato que eu tinha indicava que o topo situava-se num marco topográfico marcando 878 metros de altitude, e nesse marco eu cheguei, mas já em casa ao pesquisar mais infos na volta do passeio vi que não era. No inicio deste texto coloquei dois links relacionados às outras vezes que estivesse por lá (até o inicio das trilhas). Assim, não é necessário eu descrever o caminho até porque é mais viável, nesse caso (em todos na verdade), seguir um mapa de gps e afins. Acredito que as imagens podem ajudar de alguma maneira a complementar o roteiro e prometo escrever mais detalhadamente quando eu voltar ou realizar enfim alguma travessia de fato pela região dos picos de Biritiba Mirim.

Confesso que fiquei ressabiado esses tempos, pois por pouco não pisei numa cobra que estava bem no meio da trilha, o coração foi a mil. O passo já havia sido feito e consegui desviar antes que eu pisasse nela. Ela apenas se enrolou e depois se arrastou um pouco. Quando tentei tirar foto, me parece que fez posição de ataque, mas nem vi muito e sai vazado. A partir de então, voltei olhando tudo ao meu redor e principalmente pro chão na trilha. As cores indicavam que era de cobra coral, agora já não sei se era verdadeira ou falsa. Pela foto também não dá pra identificar. Fica a dúvida... 


Até!!!

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


direita sapo, esquerda itapanhaú

direto Sapo, esquerda sentido Gavião

direita

passando riachinho

direita, subindo Gavião

no caminho do gavião

visão parcial

falsa ou verdadeira coral?

sexta-feira, 23 de março de 2018

Paraty: Praia do Sono + Antigos e Trindade - RJ

Paraty: praia do sono + antigos e trindade - RJ
14/01/2018

Roteiro
14/01/2018
Cheguei de viagem depois do almoço, conheci o centro histórico na parte da tarde e a noite assisti uma peça de teatro
15/01/2018
Bate-volta o dia todo na Praia do Sono e a Praia dos Antigos
16/01/2018
Bate-volta em Trindade + Caixadaço e na tarde Corredeira do Corisco
17/01/2018
Volta pra SP pela manhã  

"Corri como um louco em busca da felicidade e trouxe apenas as mãos vazias pendentes de ilusões. Caminhei então, devagar, em busca do meu próprio destino e hoje trago as mãos cheias carregadas de vida. Me aconteci, me manifestei, me existi. Sou um ser que está fora. Para fora estão os meus olhos que percebem as ilusões do mundo. De fora entra o ar que respiro e mantém o meu alento. Lá fora é que estão o céu e o inferno, os santos e os demônios, os que me envolvem de amor e os que me sufocam de tanto ódio. Como então posso retornar para dentro?” Ildegardo Rosa


Sono, vista da trilha Antigos
Dia 1: Centro Histórico de Paraty
O ano havia começado, muita coisa já tinha acontecido, os rumos e as novidades de 2018 estavam aparecendo, planos sendo feitos e assim segue a vida. Se a meta fosse metamorfose, talvez não mudaria tanto. Mas essa primeira visita em Paraty foi ótima, ainda que mudei de roteiro na última hora, pois ao invés de ir pra Trindade eu iria pras Cachoeiras na Penha. Como eu atrasei 3 minutos pro ônibus vai ficar pra próxima.

Do terminal rodoviário Tiete em SP, embarquei num ônibus rumo a Paraty, no Rio de Janeiro. A empresa foi a Reunidas Paulista e custou R$78,00. (link aqui) Foi uma viagem de 6 horas com algumas paradas e margeando algumas praias de Ubatuba e tal. Na verdade eu capotei na ida, aproveitei que foi uma corrida bem suave!

Da rodoviária de Paraty, eu tinha o mapa de dois hostels no centro, poderia escolher um deles e o escolhido foi o Macabea Hostel (link aqui). Ótima estadia, tudo bem organizado e o pessoal do atendimento bem gente boa. Fiquei no quarto compartilhado por R$40,00 a diária. Dali já fiz um tour por conta própria no centrinho histórico.

O centro histórico é tombado como Monumento Histórico Nacional do Brasil, então a arquitetura é ainda preservada desde o período colonial, o interessante é andar pela ruas de paralelepípedo e poder perceber o sistema de ecoamento das águas pluviais de antigamente. Já a arquitetura tem algo de Barroco. Passei pela Igreja Nossa Senhora do Rosário, que foi construída pelos escravizados e para escravizados daquela época, na frente dessa igreja pude ter o contato com o Anderson, que tem um grande acervo histórico na mente e se veste como cativo da época. É uma pessoa bastante conhecida, pois já vi algumas matérias sobre o trabalho dele em Paraty. 

Era domingo, tinha alguns palcos nas praças, pois após a missa teria show, mas ao passar na casa de cultura eu comprei o ingresso pra uma peça de comédia, assim finalizei o dia! 

Dia 2: Praia do Sono e Praia dos Antigos
Acordei cedo, já estava bem empolgado para viver o dia que viria. O plano era pegar um busão no terminal urbano na rodoviária, que custou R$04,10 e já me deixou na entrada pra trilha da Praia do Sono. É sempre bom confirmar o local de descida com o cobrador, mas nesse caso não tem erro é só descer no final, e tem um outro ponto antes pro pessoal que vai de barco.

Pra chegar até a Praia do Sono encarei uma trilha de mais ou menos uma hora, na caminhada de leve. A trilha é bem demarcada tendo em vista que muita gente passa por lá, desde crianças aos mais velhos. Se tiver em época de chuvas é bem capaz de estar um lamaceiro só, assim foi minha trilha. Então prepare-se minimamente para encarar uma trilha, levar água, lanche leve, roupa e calçado apropriados! 

A Praia do Sono já se desenvolveu bastante, alguns preferem assim outros gostavam das características das antigas. O sistema de eletricidade chegou lá e em outras praias ao redor. Existem diversos camping's na praia do sono, já de cara com o mar. Sempre bom e nunca é demais lembrar de ir já pensando em fazer o minimo impacto pro meio ambiente, pra natureza. 

A paz ali reinou, que belo refugio e dali sai trilha pras outras praias e até pra cachoeiras, mas eu tava mesmo num descanso da folga do trabalho e de todas as correrias e me contentei a minha ida até a Praia dos Antigos.

Pra chegar até os Antigos, atravessei toda a extensão da praia do sono e segui por uma trilhinha, no inicio começou bem íngreme, mas na descida depois já se avista aos pouco a outra praia que tem um aspecto mais de deserta e não tem comércio, então se for comprar algo que faça no Sono.

Nesse rolê não tem erro, são trilhas autoguiadas, acho que não preciso descrever as praias, vou deixar alguns registros abaixo... e pra voltar fiz o mesmo caminho e fiquei atento no horário do último busão de volta pro centro. Fora isso foi dez, ainda deu tempo de jantar antes de encarar a trilha de volta.

Igreja do Rosário

um peixe e uma gelada, a hora!

apareceu o sol

pra sonhar, buscar o mar


Praia Antiguinhos lá no fundo


Praia dos Antigos


Dia 3: Trindade
Bom, para falar a verdade Trindade não estava nos planos pra essa vez, mas foi após eu perder o horário do busão pra Penha que eu improvisei a ida pra trindade (e que belo improviso). Isso pra perceber o potencial desse lugar, e ainda tem um monte de rolê e opções em Paraty e região que nem ao menos citei aqui.

No mesmo terminal urbano da rodoviária, embarquei no ônibus "Trindade", preço R$4,10. 
Ao chegar na região montanhosa, um caminho bonito, já tava avistando as praias. Menos de uma hora chegamos no destino. Lá também sem erro do trajeto das trilhas. Peguei até a Piscina do Caixadaço, a trilha também estava bem cheia de lama e certos pontos se fazia um pequeno congestionamento de pessoas, sinal que tava dificil a  navegação pela trilha.

Trindade no geral tinha muita gente e após curtir um pouco das praias voltei pro centro pra emendar com outro rolê, antes eu almocei... Quem sabe Penha?... mas nem deu pra ir pra Penha, então arrisquei e fui pro Corisco. Já no terminal novamente, perguntei pro cobrador se o Corisco passava por alguma cachoeira e ele me falou de uma corredeira.

Finalizei meu dia lá, mais precisamente num boteco que tinha bem em frente da corredeira do Corisco. Conheci um pessoal lá, entre eles o Paulista da viola, só faltou o violão pra fazer um som, mas ficou pra próxima...

Piscina Caixadaço

Praia Caixadaço

Trindade

Corredeira Corisco

Por fim, no 4º dia eu estava preparado pra retornar pra SP, iria trampar já nesse dia, mas só a noite! E assim se fez minha primeira visita a Paraty!!!
Até a próxima!

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

terça-feira, 20 de março de 2018

Pico do Itapanhaú, provando do próprio feitiço contra o veneno

Pico do Itapanhaú, provando do próprio feitiço contra o veneno.
17/03/2018

O pico do itapanhaú está localizado em Biritiba Mirim, SP. No topo possui basicamente uma Torre de comunicações e não se tem um visual bacana apesar de estar um pouco mais de 1000 metros de altitude. Bom, na verdade fui parar lá por um mero acaso do destino ou poderia dizer que o feitiço se voltou contra o feiticeiro. Ou ainda que provei do meu próprio veneno ao me basear num relato que fiz anteriormente. Em 2016 eu tinha conhecido a Pedra do Sapo e fiz um humilde relato, mas num descuido ou falta de atenção, em uma das bifurcações no lugar que segui à direita, no texto pus que segui à esquerda e isso foi crucial para ferrar com o plano de visitar a Pedra do Sapo novamente, por sorte parei nesse outro pico. Normalmente, antes de fazer alguma caminhada, procuro pesquisar e ler de varias fontes, mas como eu já tinha o meu texto, resolvi segui-lo.

É então errei, já corrigi lá no relato e torço pra que se alguém estivesse lido e tentado seguir se baseasse em outras fontes juntas pra confrontar, mas admito que é raro esse tipo de desatenção.

Era sabadão de madrugada e eu já estava acordado, consegui chegar as 07h40 na estação Estudantes de trem cptm. No caso, teria que esperar o ônibus Manoel Ferreira 392A que viria as 08h10. Nisso, fui tomar uma vitamina nos trailers que ficam na parte externa do terminal e comprei uma bolacha. Na parte de dentro do terminal tinha um moço vendendo lanches e café, comprei um lanche pra levar pra trilha e tomei dois copos de café...

Sei que batia no relógio 09h10 quando iniciei a caminhada no bairro Manoel Ferreira. Do ponto de ônibus segui beirando o muro sendo que à direita um duto de ferro me acompanhava. Andei por vinte minutos nessa estrada de terra até fazer a primeira bifurcação, tomei à direita passando por debaixo duto. Logo em seguida o duto passou a se localizar à esquerda da caminhada e assim compartilhamos do mesmo cenário de plantações à esquerda e do outro lado já conseguia visualizar a pedra do sapo, acreditando eu que estaria ali em breve...

Menos de 10 minutos e a caminhada se torna um pouco mais arborizada pra logo surgir outra bifurcação com um portão de ferro preso num seguimento de muro branco em forma de trapézio escrito n*400, agora segui à esquerda. O tempo tava meio doido, da mesma forma que ameaçava garoar o sol aparecia. De fato eu via que só algumas nuvens estavam carregadas. No geral tava tudo suave.

Passada as 09h55 e avisto o Rancho da Dona Maria, ali faço uma pausa, bato uma prosa e compro água. Como eu tava confiante no meu destino, nem confirmei o caminho com ela e continuei.

Outra bifurcação aparece depois de 8 minutos do rancho e tomei à direita. Mais um trecho se passou pra chegar mais uma bifurcação (e essa foi a do erro) que me direcionei pra esquerda. Era 10h25 e eu já estava ressabiado por não lembrar daquele caminho e no caso eu já deveria enxergar a pedra de frente, mas nada. Portanto, confiei mais no relato do que na memória e assim vinha subida atras de subida. Chegou num momento que decidi ir até o final pra ver no que dava, pois se assemelhava muito com as características que eu havia lido do caminho pro pico da torre. Era uma antiga estrada em desuso que era apenas subir, só num momento logo após essa bifurcação do erro teve outra mais a frente que na verdade desemboca na mesma estrada. Então se a intensão for o Itapanhaú, pode subir não tem dificuldade de navegação a não ser a inclinação que tava forte. Fiz as devidas pausas e as 11h10 cheguei pra confirmar o pico. Dali só tinha vista pra um lado e mesmo assim bem pouco. Foi momento da minha pausa pro lanche e respirar mais.

Voltei de boa, ainda na duvida se encararia o sapo, mas decidi ficar suave apesar de ter bastante tempo ainda. Preferi tomar umas latinhas na Dona Maria pra depois seguir rumo de volta.
Por lá retorno em breve pra ir em outros picos!
Até logo.

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Minha ida a pedra do sapo
http://pedenatureza.blogspot.com.br/2016/04/pedra-do-sapo-no-bairro-manoel-ferreira.html


sexta-feira, 16 de março de 2018

10. Mochilão África do Sul / Zâmbia: Museu do Apartheid + finalização

Cheguei no aeroporto Oliver Tambo novamente, e agora para completar o último trecho do mochilão, os dias finais da viagem ou se preferir o capitulo derradeiro do meu relato.

Agora para entender um pouco da dimensão do apartheid vou deixar um trecho do livro 'Zenzele: Uma carta para a minha filha' de J. Nozipo Maraíre. No contexto da independência de Zimbábue.

(...) Para você e talvez para os estrangeiros, Zimbábue não passa de um nome que corresponde a algumas fronteiras geográficas aleatórias. Um substantivo como manga, caneta ou carro.Mas para mim é diferente. A Rodésia era para mim um país proibido, um centro de lazer do homem branco. Havia casas enormes, escolas imaculadas, parques de safári e clubes urbanos, mas eu não podia entrar nesses lugares por causa de minha cor. Sempre estava de fora, olhando para dentro, almejando e imaginando: como será isso? Que sabor tem aquilo? E, a não ser depois de anos de carnificina e tumulto, não fazia ideia de como podia ser doce a vida nestas paragens. Quem poderia saber que havia leite e mel ao alcance de mão, bem aqui, em meu próprio país? Jamais esquecerei o dia em que me detive, paralisada, numa calçada da cidade, enquanto retiravam da prefeitura as horríveis e proibitivas letras de Rodésia, substituindo-as, uma a uma, pelas do nome que me deu as chaves para o reino de meu país. Eu habitei a Rodésia, mas é no Zimbábue que vivo. Você é jovem demais para avaliar as cicatrizes de anos de exclusão e por isso não consegue ver que cada letra deste precioso nome encerra uma promessa. Este nome me garante que eu posso entrar legalmente em qualquer loja, qualquer escritório, qualquer hotel, qualquer restaurante; que posso andar de cabeça erguida, como me aprouver; me diz que posso usufruir como qualquer outra pessoa da beleza de seus campos e rios e, acima de tudo, que posso dispor de um pedaço de terra para mim e para meus filhos.(...) 

Apesar de eu não ter escrito nos mínimos detalhes toda a minha experiência e realização, acredito ter deixado um aspecto positivo no relato, que foi de fato a sensação que tive, a que tenho e acredito que terei por muito mais tempo. Por um lado tudo passa, de certa forma, rápido, além de meu momento pessoal ter influenciado um pouco no sentido de ter caído a ficha tarde, no que diz respeito ao pisar em África. Por outro lado, gostaria de poder ter mais tempo para aprender e interagir mais com as irmãs e os irmãos africanos. Agora, de fato o meu contato com os outros viajantes (eua e europa) foi pouco, apenas o básico devido o meu objetivo na viagem. E porque nesse caso especifico as experiências seriam outras e não confluentes, a exemplo de uma visita no vilarejo em Lesoto, que remeteu sentidos completamente diferentes do mesmo momento. Assim foi com Soweto também.

Aproveitando que falei de Soweto vai aí talvez a minha primeira advertência negativa de um passeio. No caso aconselho não fazer o Soweto Day Tour pelo Curiosity Backpakers de Joasnesburgo. Apesar de eles terem projetos sociais em Soweto e prestarem um bom atendimento, eu encarei como uma experiência artificial, há pontos a se passar que foram bem por cima. A exemplo da casa do Nelson Mandela. Ou no local de homenagem ao Hector Peterson, que vale uma ida descompromissada de um tour muito guiado. E adentrar a comunidade de Soweto por conta própria. Isso pode ser mais dificultoso pra quem não esteja de carro ou talvez não fale muito o inglês. Mas tem outro fator que é a questão de segurança que o próprio hostel alerta.

Meu roteiro em Joburgo

- táxi do aeroporto até o hostel curiosity backpackers, tá aí o que acredito ter sido uma segunda 'bica' na viagem, a primeira foi no caminho pra Zâmbia na troca do dinheiro, e por segundo, o preço do táxi (tendo em vista que eu havia planejado usar transporte público), ambas foram no aeroporto de joanesburgo (Oliver Tambo), mas em momentos diferentes.

Logo quando desembarquei do voo Livingstone até Joburgo, pedi uma informação e uma funcionária do aeroporto que me convenceu em ir de táxi devido à dificuldade de locomoção e facilitaria a segurança. Talvez se eu não fosse chorão, eu estaria agradecendo o informe ao invés de dizer que foi uma bica rs. Já que deu tudo certo. Preço do táxi = 435 Rands.

- 3 noites no Hostel Curiosiy
Primeiro dia foi a chegada
Segundo foi o Day Tour em Soweto + Museu do Apharteid
Terceiro dia foi ida ao Museu da Africa e andarilhada pelo centro de Joburgo. Gastos 705 Rands.

Dia 26/07/2017, vigésimo segundo dia de mochilhão e a volta para São Paulo.

Museu do Apartheid

"O racismo não implica apenas a exclusão de uma raça por outra - ele sempre pressupõe que a exclusão se faz para fins de dominação" Steve Biko

Palco de uma memória desagradável na história da África do Sul (não necessariamente do passado), o apartheid foi oficializado em 1948 com a ascensão do Partido Nacional no poder. Vale lembrar que os brancos eram minoria nesse pais, e ampliando a visão, são minoria no mundo.

O museu emociona pelo grande acervo e detalhes sobre esse período e também sobre as pessoas guerreiras e lutadoras que resistiram em prol de suas humanidades. A entrada se assemelha ao regime, pois expuseram já no acesso a segregação: uma catraca pra brancos e outra para não brancos.

Seria, também, hipocrisia da minha parte me estender acerca do racismo sul africano sem nem fazer um paralelo com o Brasil e refletir o quão racista o Brasil é, que mantem nas suas estruturas a segregação e a discriminação mesmo sem ter oficializado nas leis.

Como não vou me debruçar nem lá nem cá, haja vista que procurei mesclar um pouco de história no relato anteriormente. Sei também que é uma pauta extremamente necessária e que demandaria um artigo completo, só pra começar. Vou finalizar por aqui, deixarei os principais gastos abaixo e também algumas músicas nesse contexto.

Até a próxima!!!






- passagem ida: são paulo --> cape town / volta: joasnesburgo ---> São Paulo = R$1961,91
- Transporte do aeroporto até o centro de Cape Toen = 115 Rands
- Hostel Two Oceans- 5 noites = 750 rands
- Adaptador de tomada = 50 Rands
- Almoço 100 Rands
- Carga bilhete Mycity = 50 Rands
- Gasto com BazBus = 2725 Rands

- Hostel Jikeleza em Port Elisabeth - 160 Rands uma noite
- Hostel Curiosity em Durban = 360 Rands
- Alimentação = 150 Rands

- Drakensberg Amphitheatre Hostel = 3440 RAnds

- Passagem Joasnesburgo ---> Zâmbia = R$950,00 (ida e volta)
- Visto multi entry Zâmbia/Zimbabue = U$D50
- Táxi do aeroporto até o hostel = U$D 15
- Zinga Hostel - 4 noites = U$D40
- Parque Zâmbia Cataratas Victoria = U$D20
- Parque Zimbábue Cataratas Victoria = U$D30
- Chobe Safari Botsuana= U$D180

- Táxi Aeroporto --> Hostel Curiosity Joburgo = 435 Rands
- 3 noites curiosity + day tour = 705 Rands
- Souvenirs = R$300
- Livros = R$200


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