quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ


Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ
30-31/10/2019



Hey! Hoje segue um breve relato da subida ao Pico das Agulhas Negras, o 5º ponto mais alto do Brasil, de acordo com dados do IBGE (alt.2791m), e que se situa no Parque Nacional do Itatiaia, o primeiro parque de conservação a ser criado no país e isso foi em 1937. O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) sendo um dos berços do montanhismo contando com vários picos no ranking das montanhas mais altas brasileiras, faz parte então da famosa Serra da Mantiqueira.
É importante frisar que o acesso ao Pico das Agulhas Negras, assim como às Prateleiras, deve se dar com acompanhamento de guia e equipamentos de segurança. Contudo, existem outros picos e atrativos para serem visitados no parque (Morro do Couto, Pedra do Sino, Asa de Hermes, Circuito 5 lagos, Pedra do Altar, etc.), lembrando que estou tratando da parte alta, o planalto do parque.
Nessa parte do parque a logística para ir de ônibus é um tanto complicada, percebi nas minhas pesquisas que se deve ir até Itamonte e de lá contratar um táxi para levar até a entrada Posto do Marcão. Parece-me que Itamonte está a 20km da Garganta do Registro, que fica a 13km da portaria parte alta. Enfim, pra ir a pé se torna difícil.
Com isso, eu me juntei ao grupo Aventureiros Anônimos, que é uma agência de viagens focada sobretudo no ecoturismo. Desde já recomendo o serviço deles, pois tive uma boa experiência com eles, tudo correu bem planejado, organizado e com preço justo. Custou R$199,00 um bate volta saindo do Tatuapé em SP, na noite de 30/10, para chegarmos na portaria umas 04h15 da manhã (31/10) e voltar no mesmo dia.
A ideia de fazer uma trilha no meio de semana me possibilitou de ir, geralmente aos fins de semana não consigo participar, então essa foi mais uma deixa pra eu seguir junto com os Aventureiros. O grupo era reduzido, estávamos em 6 pessoas, assim a viagem ocorreu sem maiores problemas e de forma confortável na van própria da agência. Fizemos uma parada de 20 minutos pra então chegarmos na portaria e poder descansar um pouco até a abertura do parque, que seria às 7h00 da manhã.
Acordamos, fomos ao banheiro e após preencher uma ficha fomos autorizados a ir de van até o abrigo Rebouças, poupando então alguns km de caminhada. Tem uma concessionária (BR parques) que auxilia em algumas questões do parque e estão cobrando o estacionamento agora, (sobre isso ver mais infos no site do parque, aqui).


Agora bora trilhar!

Por volta das 07h20 demos início à caminhada, uma trilha bem demarcada passando pelo abrigo Rebouças, sem maiores dificuldades. Sempre trilhando com cuidado para não esmagar os sapinhos que vivem em meio à trilha e quando percebem a aproximação de alguém eles meio que se desesperam e não dá pra prever pra que lado vão, são bem pequeninos mesmo e representam o símbolo do parque.
Ao passar por uma espécie de barragem/reservatório a referência a seguir (depois de 1km) é uma ponte pênsil sobre o Rio Negro, - outra característica do parque é que possui algumas nascentes que acabam por drenar para grandes bacias hidrográficas, tal como o Rio Grande, afluente do Rio Paraná. Nesse trecho ainda com navegação bem tranquila, passamos por uma bifurcação e por um riacho onde é possível carregar os cantis e as garrafas, dali já estamos perto da base das agulhas negras.
Chegamos na base com menos de 1 hora de trilha, a partir de então acabou a “brincadeira”, foi preciso usar as mãos nas sucessivas escalaminhadas e ter muita atenção na aderência dos pés nas rochas, sempre no sentido de evitar escorregões e quedas. Existe uma orientação para seguir, mas não é uma trilha demarcada especifica, a gente ia trilhando e fazendo caminho sobre as rochas de acordo com a intuição de cada pessoa. Ao passarmos dois paredões sem a necessidade de uso de corda, eis que chegou um ponto onde a subida se dá de forma segura por corda. Nesse paredão ainda tem a opção de contornar por um caminho mais longo e bem perigoso, no caso foi esse que o guia me levou já que eu não estava preparado pra subir o paredão pelas cordas, até tentei, mas faltou jeito e força nos braços pra aguentar e confiar no meu peso rs.
Depois nos embocamos a subir por uma fenda entre a montanha, sempre com cautela e seguindo as dicas dos guias. Adiante, passamos por outro trecho de corda, agora mais tranquilo pra subir, porém ainda perigoso. Bastou mais alguns minutos para que pudéssemos estar no topo do Pico das Agulhas Negras, após muito suor derramado e muita força despendida na natureza. Um total de um pouco mais de 3 horas de subida desde o abrigo Rebouças.
Durante todo o trajeto tivemos um tempo aberto podendo ver que cada vez mais o nosso horizonte se ampliava, no entanto, bastou chegar ao topo que as nuvens foram chegando e por vezes surgia uns pingos de chuva. Bom, o risco de chuva era fato já que estávamos no final de outubro e não deu outra, por volta das 11h30 a chuva veio pra valer e assim colocou mais um desafio na nossa trilha de volta. A paciência mais uma vez se tornou virtude, mesmo com o frio e o risco muito maior de escorregar prosseguimos, pois não tinha outra opção, ainda bem que contávamos com o apoio dos guias. Num momento eu imaginei se tivesse sozinho a enrascada que eu estaria metido rs.
Na volta a exigência dos braços foi muito maior e nos paredões que tínhamos subido a pé, descemos de bunda no chão e apoiando a sola nas fendas para não escorregar ladeira abaixo. Em alguns trechos a tensão aumentava, pra mim foi mais no rapel tive que descer bem na calma. Por fim, acabou que tudo deu certo e a chuva acabou servindo de mais uma pitada de um bom sabor que é o de subir montanhas e poder contemplar a natureza!
Pé de Natureza! E nóis!

Guias: Ward e Daniel
Participantes: Heloísa, Jessica, Junior e eu.
Obs1: página Aventureiros Anônimos: https://pt-br.facebook.com/aventureirosanonimos/

Obs3: Na Garganta do Registro se tem diversas lanchonetes onde se vende muitas coisas, tais como: Queijos, Pimentas, Pamonhas, Cachaças, Doces, enfim uma variedade e diversos lanches também!

Fotos:

região das Prateleiras

depois da base, primeiro paredão

vamos subindo pela fenda

famosa escalaminhada

subida com sol

mais outro lance

quase chegando

na cautela quase lá

eis que cheguemo no topo

me preparando pra foto no cume

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

2 comentários:

  1. Parabéns pela conquista e obrigado pela confiança. Tamo junto ;)

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