segunda-feira, 13 de maio de 2013

Acampamento Pico do Urubu - SP

Acampamento no Pico do Urubu - Mogi das Cruzes

Por: Dayane, Felipe e Carlos.

Bastidores

Com trilha marcada para o dia 11/05 (sábado) sabíamos que iriamos fazer algo, mas não tínhamos nada definido quanto ao local e o que fazer, claro que com algumas opções na manga pra ver qual se encaixava perante a situação. A ideia de um bate-volta foi ultrapassada pela ideia de acampamento, que de cara eliminou algumas opções. As alturas e o sol foi posto na mesa e deixou em evidencia Pedra Grande de Quatinga que na jogada de planejamento parou na rede, por falta de equipamentos básicos  de minha parte, pois os amigos estavam bem equipados. Fim de jogo!...e começo de uma boa aventura pela serra do Itapety num pico de fácil acesso, o Pico do Urubu.

Encontro e viagem

Sexta 23:30, Felipe e Dayane chegaram na plataforma da estação Luz sentido Guaianases, onde eu já estava esperando há 1 hora, pois tinha saído da faculdade e ido direto pro ponto de encontro. Após os cumprimentos básicos chegou o trem e embarcamos, uma viagem tranquila onde pudemos colocar alguns assuntos em dia e saber da expectativa de cada um para o acampamento. A Dayane falou que estava com receio por ser um pico perto da cidade e de fácil acesso, consegue-se subir até de carro lá. Realmente procede esse receio mas era talvez a melhor opção para aquele dia e aquela situação, pois estávamos carregando uma das barracas na mão e o violão também, alem das mochilas.

Caminhando

Às 01:10 h começamos a subir sentido pico, tem uma placa marrom no inicio da estrada mencionando o pico do urubu e o parque municipal, o caminho revesa de asfalto pra terra em determinados trechos e começou com asfalto acompanhando algumas casas, passou 3 pessoas descendo, acenou e disse "A paz". Isso, sem maldade nenhuma, nos levantou um questionamento de como estaria o pico, sabíamos que era bastante frequentado de dia mas a noite como era? Bagunça?Cultos?Rituais??...

O frio da madrugada não surrou o corpo, e digo mais, com a caminhada se tornou bem refrescante, aos poucos víamos o centro de Mogi ficar pra baixo junto com aquele labirinto de luzes que de quanto mais alto se olha mais bonito fica. Num ritmo tranquilo e com poucas paradas estávamos ali curtindo a trilha que tem uns trechos que ficaram bem sinistros á noite, um breu total nos fazendo acionar as lanternas.

Com um pouco mais de 2 km de caminhada chegou a primeira bifurcação,(tem um lago como referencia, deve-se pegar a esquerda pro pico e a direita vai pro parque municipal).
Durante o trajeto surgiu outra à direita e já quase no topo surgiu a ultima à esquerda, onde se tinha 4 opções pra seguir.

Em um certo momento, após mais de uma hora subindo, parecia que quanto mais andávamos mais o pico se distanciava, o jeito era nos concentrar, de passos leves e pés no chão, que uma hora íamos chegar.
Essa hora chegou com ar de alivio e de uma parte do "dever" cumprido...e pra "dizer" que chegamos dei um grito de comemoração:" c!@#$%LHO é noiss.." rsrs. Observando as luzes de Mogi das Cruzes sob nossos pés.

Escolha do local e pequeno susto

Então subimos de vez  na missão de achar um lugar pra montar as barracas e ver como era o movimento noturno de lá... Tava silencioso o ambiente, uma ventania monstra, (que de cara preocupou), tinha 4 carros estacionados, ops tem gente... Numa escuridão de verdade e com neblina estávamos na procura de um lugar pra montar nosso lar da noite, fomos em direção das pedras com intenção de fugir um pouco da ventania, foi quando vimos uns vultos de gente que parecia ser 2 grupos distintos, -Boa Noite!, cumprimentei e fiquei no vácuo rsrsrs ninguém respondeu... umas 3 pessoas em pé cobertas de um lençol colorido, e outras pessoas sei lá como que tavam, pareciam agachadas beijando o chão, todos cobertos de branco, demos meia volta e fomos pra outra ponta do pico encarar de vez a ventania. Nessa altura a Dayane quase nem conseguia andar mais, suas pernas tremiam que nem vara verde, se alguém falasse vamos embora ela era a primeira a descer e correndo. Lembra do receio? Tornou-se fobia de gente, agora aposta ae se essa garota dormiu ..ainda bem que os carros estavam ali e nos deu a entender que tinha pessoas na área senão o susto ia ser maior.

Montando as barracas

Escolhemos o local pra montar as barracas, e começou um grande desafio de paciência,  a montagem em si. Ventava muito, puta escuridão, quem tava comandando a lanterna era a Dayane que se dispersava olhando ao redor pra ver se não vinha algum espirito zombeteiro fugido do ritual da galera muda. "Ow minha fia, esqueceu que tamos montando a barraca, ilumina aqui meu", repetimos uma dezena de vezes rsrs.
Com a barraca levantada era colocar as estacas rapidamente senão o vento levava. depois das 2 barracas montadas dava até dó de vê-las se contorcendo, parecendo que estavam sendo esmagadas por grandes pedras.

Parecia que estava tudo se tranquilizando, não tinha mais a pergunta; "Gente, o que era aquilo?", quando de repente: " ahhxagugoxenis xamallala gloria deus et xejus" logo pensamos que eram evangélicos  mas depois: " acabalagabadaga laburion sarava meu pai", dai voltamos atras, isso ai era umbanda. Na verdade ficamos na duvida de uma possível disputa nas rezas já que os lençóis eram diferentes.


A fogueira, o violão, o frio

Subimos, escolhemos o território, montamos os lares, era hora de uma fogueirinha de leve. Esse tal de leve, o vento não queria nem saber, tava a milhão quase sem trégua.  Pra acender essa fogueira deu trabalho, principalmente pro Felipe que foi o que mais se moveu pra fazer a fogueira vingar, depois de muitos e muitos risca esqueiro eis que a fogueira pega de vez, pra esquentar e iluminar um pouquinho nossa madruga. Nessa altura o pico era todo nosso quem estava por lá tinha ido embora,
A partir dai, algumas músicas eram tocadas no violão, de uma forma ainda tímida  pois os dedos tavam travando de tanto frio. não sei informar a temperatura, mas o que veio a esquentar um pouco foi uma mistura de vodca com sprite, isso já quase ao amanhecer.


Amanhecendo e a insonia

O tempo passou tão rápido que ficamos surpresos com o inicio da luz do dia, decidimos ficar acordados pra ver o sol nascer, a neblina não deixou, mas mesmo assim formou uma cena diferente no céu  um tipo de horizonte com uns 4 tons de cor entre laranja e lilas e tudo por cima das nuvens ou neblinas. parecendo que estávamos viajando de avião, se isso é normal nem sei, mas eu fiquei chapado com aquela vista.
Meia hora depois, o cansaço bateu de vez, era hora de dormir já que a neblina tomou conta de tudo, não se via mais nada.
Tinha tudo pra ser um sono tranquilo, por incrível que pareça, dentro da barraca estava uma temperatura agradável  o único incomodo era que o vento tava tão forte que a barraca inclinava encostando toda na minha cabeça, parecia que a vareta iria quebrar a qualquer momento. Surgiu então um empecilho inusitado, a insonia da Dayane, que de uma forma bem solidaria queria compartilhar a sua ausência de sono, me acordava dizendo que queria ir embora... eu na hora falei que tava sem condições de descer, e voltar sem dormir iria ser uma verdadeira tortura. E como eu tava falando de jogo no começo, suspeito que ela não passaria no exame antidoping hahaha.

O dia todo lá

Era umas 11:00 horas da manhã e a neblina ainda estava por lá, porem já tinha um pessoal no pico, a maioria praticante de esportes, uns com bikes, outros se preparando para saltar de paraglider: nós no canto oposto ao deles, donos daquele território que apesar de bastante visitas ao pico ninguém veio nos incomodar, o mesmo a gente fez e procurando gerar menos impacto possível pra aquele ambiente, que por ser bastante visitado tem o dedo da porqueira humana em seu cume. O nosso lixo recolhemos e alguns outros que couberam nas sacolinhas, não dava pra recolher tudo, infelizmente.

Ver o pessoal saltando era um espetáculo à parte, a sensação deve ser muito da hora, não perguntamos o preço mas um dia quero fazer.
A vodca, por incrível que pareça, não acabou antes de irmos dormir, alias nem na metade chegou, isso é bem raro, continuamos a bebê-la tocando um violão, acompanhado da gaita e admirando a paisagem. A Dayane, por sua vez, pegou seu livro e começou a ler,encostada numa rocha, aquilo também transmitia uma paz, pena que eu não tinha levado nada pra ler, não coube na mochila.

Já próximo do por-do-sol estávamos no caminho de volta, que tinha a principio uma puta descida pra vencer, uma caminhada de leve até a estação, uma parada para a breja e o embarque no trem, naquele velho estilo mendigão hauhaha.

A gente pede natureza, pé de mochila nas costas!!!

Amplexos!

Fotos:






22 comentários:

  1. Opá.. tu esqueceu de mencionar os três carinhas q colaram na gente pra trocar ideia e compartilhar o pouquinho de calor q a fogueira nos proporcionava... e claro, a Dayana ficou cabrerassa ... rsrsrsrs

    ResponderExcluir
  2. Meu rachei o bico ficou ótimo muito bom.

    ResponderExcluir
  3. Tu esqueceu de mencionar tbm o grito MACABRO q vc deu quando conseguimos chegar la no pico, q talvez por isso q a galera q lá estava não nos cumprimentaram kkkkkk acho q ficaram assustados.... kkkkkkk

    ResponderExcluir
  4. kkkkkkkkk é então,mencionei sim bro, tá no final do capitulo caminhado.

    ResponderExcluir
  5. parabéns pelo role muito loco eu vo para o parque do rio perequê só para dar uma caminhada kkkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu Adilson, é isso ae, uma caminhada no parque perequê é uma boa rsrs, bom passeio.

      Excluir
  6. Carlos. Quero acampar la amanhã.
    como vocês fizeram com a madeira pra fogueira? Tem bastante madeira la? Você levou? Como fez?
    obrigada.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Bruna. A gente fez com as madeiras que tinham lá, porque estávamos à pé não daria pra levar lenha pra fogueira.
      Provavelmente vc já foi, mas tá ai. Abraço.

      Excluir
    2. Oi Carlos, não acessei meu e-mail depois. Estava vendo hoje e vi sua resposta. Já tinha ido sim. Foi maravilhoso. Fui com uma amiga, fizemos uma fogueirinha singela. Bem legal. E obrigada pela resposta.

      Excluir
  7. Carlos, to querendo acampar lá amanhã.
    Como vocês fizeram com a madeira pra fogueira? Tem la? Vocês levaram? Como fez? Obrigada

    ResponderExcluir
  8. Muito boa a descriçao da viagem. Gostei disso.

    ResponderExcluir
  9. Acampei lá também,um lugar ótimo. Um pouco perigoso por ser aberto. Mas a vista é linda...

    ResponderExcluir
  10. Que massa! Também tenho um grupo de trilhas e camps, queremos ir nesse pico em breve. Se quiserem entrar em contato podemos combinar algo juntos e até trocar experiências de picos, cachoeiras e etc.

    Meu número: 11988848395

    ResponderExcluir
  11. Que texto top. Eu consegui sentir o medo, o vento e a adrenalina lendo ele haha. E sem contar que as experiências compartilha das serão úteis pelo resto da vida. Parabéns

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...