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quarta-feira, 9 de julho de 2025

8º Pico Mais Alto BR – Circuito Morro do Couto x Base Prateleiras – PNI

De volta ao PNI (Parque Nacional do Itatiaia) para fazer dois circuitos que abrangem o 8º e 9º picos mais altos do Brasil. Morro do Couto e Pedra do Sino, respectivamente. Em 2022 havíamos visitado o parque supramencionado em um contexto pós-pandemia e procuramos fazer algo bem de boa, justamente pra engatar o ritmo aos poucos. Naquela ocasião fizemos a Pedra do Altar e nem completamos o Couto, porém pegamos dias bem bonitos e foi uma paz na Pousada/Camping que escolhemos. Daquela vez foi a Pousada dos Lírios, dessas vez foi o Espaço Cuiamazon, local onde tivemos uma estadia e experiência bem legal.

Mapa Wikiloc: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/circuito-couto-x-base-prateleiras-parna-itatiaia-19-06-25-218715885

Após o Couto e Serra Fina no fundo

O PNI por bem dizer dispensa comentários por aqui, pois, pra começar a história, é o primeiro parque nacional do Brasil e figura entre os destinos mais requisitados entre os trilheiros/montanhistas de toda parte. Cobra-se um ingresso para adentrar e curtir o parque, existe a parte alta e também a baixa. Em suma, é importante acessar o site do parque tanto para conhecer a opções, taxas e a própria história do parque, já que não a descrevi por aqui.

O roteiro foi simples. Um feriado de Corpus Christi decidimos fazer 2 bate e volta no PNI, o primeiro dia já fomos direto de SP, descansamos no dia seguinte e no subsequente fizemos outro circuito. Foi isso!

Eis um lugar que demorei demais pra visitar, sempre foi difícil de logística, ainda mais pra quem sempre priorizou viajar sem carro. Contudo, pra esse destino é muito importante estar com veículo, e se for o caso de fazer travessias, a melhor opção é contratar um resgate da região.

Então fomos de carro, partimos de SP umas 03h30, colocamos o destino no Waze (Posto Marcão Itatiaia) e rumamos pra estrada. Em grande parte pela Rodovia Dutra até chegar na BR-324, Rodovia Engenheiro Passos/Itamonte. Nesse momento começou a subida de serra numa estrada de pista única até chegar na Garganta do Registro, daí foi só virar à direita e subir direto na via que leva até a portaria do parque no planalto. Essa última estradinha de terra está bem melhorada do que anos anteriores, mas ainda assim é complicado pra carros baixos, dá uma judiada.

Antes, tomamos um café da manhã reforçado lá na Garganta do Registro, no Bar do Miguelzinho. Diga-se de passagem que tava tudo muito bom, desde o café até o queijo, dentro dos lanches então era só alegria, barriga forrada e energia pra fazer uma bela travessia, na verdade um circuito: Morro do Couto x Base Prateleiras, que daria um total de 12,5 km aproximadamente.

Já tínhamos assistido o dia nascer e vinha dia bom, a previsão para os dias não era de chuva, pois no final de junho costuma chover bem menos naquela região, por isso é propício subir tais picos sem o risco de tempestades, raios e afins.

Deixamos pra comprar nossos ingressos lá na Portaria Posto Marcão, agora aceitam cartão na hora, ou seja, é possível passar na maquininha. Lembro-me que da outra vez tivemos que entrar no site através do wifi fornecido na portaria, irregular por vezes. Normalmente, a gente deixa pra comprar na hora quando não tem o risco de ficar lotado e porque, às vezes, devido ao trabalho, pode haver alterações nas datas e tal. Mas enfim, pagamos 2 entradas e o estacionamento.

cume
subindo

 

Até o Cume

A manhã tava gelada, tive que tirar a luva pra ligar o trajeto no app wikiloc e também já gravar a nossa caminhada que, apesar do parque ser bem demarcado e sinalizado, é sempre bom ter o costume de andar com um mapa da trilha.

O primeiro trecho é uma subida de via calçada, nada de dificuldade até virarmos à direita e iniciar o trecho de trilha propriamente dito. A caminhada seguiu muito tranquila, o visual é estonteante de lá, tanto dos atrativos do parque como da serras ao redor, que de lá parecem tão perto, mas estão a quilômetros de distância. No caso é que são tão imponentes que aparenta estar pertinho.



A trilha do Morro do Couto é uma das mais procuradas da região, então sua trilha permanece demarcada e vale o destaque pra manutenção da trilha que tá em dia. Portanto, é um ótimo custo-benefício devido à sua beleza e à relativa facilidade de acesso para montanhistas iniciantes, mas ainda assim exige preparo. O cenário dos Campos de Altitude é muito peculiar e o da Serra do Itatiaia é algo de outro mundo.

Para chegar ao cume do Couto é preciso vencer um trepa pedras moderado, com cuidado é possível vencê-lo na paciência e já vi crianças fazendo também. Esse trecho fica bem perto do pico e daí é só alegria... curtir o 8º mais alto do Brasil com uma vista 360º pra diversas serras e atrativos do parque. Em suma, esse cume oferece vistas panorâmicas do planalto do Itatiaia, junto com o Pico das Agulhas Negras, Pedra do Sino, Asa de Hermes; da Serra Fina (com a Pedra da Mina em destaque no 4º ponto mais alto BR), da Serra do Papagaio e do Vale do Paraíba.


Até a Base Prateleiras

Após uma breve pausa de contemplação, continuamos rumo à Base Prateleiras por um caminho muito interessante, que enxergávamos através dos jogos de rochas toda a travessia. Perdemos um pouco de altitude, pra depois seguir sem grande aclives ou declives, passamos por um suposto ponto de água (não achamos água lá nessa época). Adiante, com 2km após o cume, encontramos uma bifurcação: Abrigo Rebouças à esquerda e à direita, Toca do Índio (800m) e Base Prateleiras (2km). Com mais uma caminhada, apareceu a opção para um Mirante de visual pro Agulhas Negras.

Após esse mirante, o atrativo foi a Toca do Índio, algo que eu não tinha imaginado que seria tão interessante, são rochas enormes que formam uma espécie de abrigo, ou seja, um pouco de sombra naquele momento e um friozinho da serra também.



Depois, subimos uma rocha e trilha que continua. O próximo atrativo foi uma rocha no formato de Poltrona, de um ângulo tem o visu do Agulhas e por outro ângulo, o Prateleiras. Uns clicks necessários e já estávamos avistando o Prateleiras mais de perto e assim seguir pro segundo trecho um pouco mais exigente, o de subir até a base do prateleiras. Mas enfim, vimos crianças fazendo essa trilha também, é preciso muito cuidado, mas realmente é possível. Ao chegar na base, foi tempo de uma pausa a mais.


 Antes de subir esse trecho, pudemos perceber a quantidade de visitantes naquela parte, ouvimos que em apenas 1 grupo havia mais de 40 pessoas. Logo imaginamos a organização de tal empreitada, porém anteriormente a trilha foi feita com um público mais razoável, já neste ponto a montanha ficou com mais barulho. Tudo joia também! Prendendo a atenção agora mais pra direção da rocha do Prateleiras, deu pra perceber a dimensão da natureza ao ver um grupo descendo de rapel, minúsculo lá ao longe, um único destaque para a corda que usavam, aquela cor chamativa de verde fluorescente rs.

Dali decidimos seguir em direção ao Abrigo Rebouças, ou seja, voltar pra estradinha de terra no intuito de completar o circuito, o cansaço já batia ali, até pelo acumulo de ter viajado e já chegar pra trilhar. Minha água já tinha acabado e eu ia repor lá no Abrigo mesmo. Se quiséssemos ainda poderíamos esticar a travessia e continuar pra mais atrativos, mas a volta era mais prudente naquele momento. Eu mesmo já tava satisfeito e dias depois voltaríamos pra fazer a Pedra do Sino via Circuito dos 5 Lagos.

Circuito
Dados





  






Quando atingimos a Abrigo, reabastecemos de água, fomos no banheiro, fizemos um lanche de leve já pra encarar os último 3km até o estacionamento. E foi assim que finalizamos um belo circuito com 12,8 km num parque que não para de surpreender os amantes das caminhadas.

Tmj, Pé de Natureza!

Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ (2019)

https://pedenatureza.blogspot.com/2019/11/pico-das-agulhas-negras-parque-nacional.html

Pedra do Altar e Morro do Couto – Parque Nacional do Itatiaia (2022)

https://pedenatureza.blogspot.com/2023/04/pedra-do-altar-e-morro-do-couto-parque.html

 Playlist de vídeos Curtos dessa trilha.

https://youtube.com/playlist?list=PLTpd6B8CHfMhHLmlktEAvu8dBQmhkKjOK&si=p_3revdj1QaL6PtY


 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

6. Chapada dos Veadeiros: Saltos, Parque Nacional - São Jorge

Salto 120 - Parque Nacional

6. Chapada dos Veadeiros: Saltos, Parque Nacional - São Jorge


Chegou o dia de me despedir de Cavalcante após duas noites no Hostel e Camping Cavalcante, o destino próximo seria a Vila de São Jorge em Alto do Paraíso. Ainda de ônibus como transporte, acordei antes das 05h da manhã, fui pro ponto de ônibus pra esperar o das 05h20, sendo aquela linha nova de Cavalcante que, de acordo com o cobrador, é uma rota que veio pra ficar. Vale lembrar que o busão sai da Rodoviária de Cavalcante uma vez por dia sentido Brasília, horário único das 05h20, valor de R$20,00 até Alto do Paraíso.

Um papo bem legal eu tive com uma senhora muito atenciosa e bem receptiva que estava no ponto de ônibus com seu filho e sua nora. Ela me contou várias histórias e eu me senti muito bem com isso, sinal que eu inspirei confiança pra ela. Com isso, fiquei sabendo dos principais acontecimentos de Cavalcante, de como ela foi morar lá e como criou os filhos. Soube até que, naquele dia, tinha sido decretado feriado em Cavalcante devido o falecimento de uma política muito próxima do povo e que ajudava muita gente. Alguns minutos depois eu embarquei no busão depois de me despedir dela.

Um pouco depois das 07h00 da manhã eu já estava próximo ao portal da cidade de Alto Paraíso e sentido São Jorge, parei no ponto de carona e era hora de conseguir uma. Após uns 40 minutos consegui, foi um rapaz gente boa que estava a caminho do Parque Nacional para fazer estágio de guia turístico. Maior vibe!

Ao chegar na Vila de São Jorge, depois de uns 36km, o meu objetivo do dia era ir ao Parque também, mas antes eu teria que procurar um camping. O Paulo, amigo do hostel em Cavalcante, me indicou o Camping Umay, porém além de não encontrar o mesmo, a vila estava bem vazia ainda e a maioria dos campings fechados. O Taiuá Ambiental estava aberto e lá já fiz o check in. Paguei R$40,00 a diária, um pouco a mais do que tinha previsto na média de R$25,00. Foi bom da mesma forma, um camping muito bem estruturado, funcionários atenciosos e regras de boa convivência para serem seguidas. O diferencial pra mim foi com certeza os diversos espaços de descanso com pufs, colchões, cadeiras, enfim. Super tranquilo! Pra se ter uma ideia, nem na barraca eu dormi durante as duas diárias.

Com o dia ainda todo livre e barraca montada, lá fui eu pro Parque Nacional, distante um pouco mais de 1km do camping. Após assistir um vídeo de consciência ambiental no parque e ouvir as instruções dos monitores, eis que às 10h15 começo minha caminhada pelo Parque Chapada dos Veadeiros, a trilha escolhida foi a amarela, que contêm os dois Saltos como atrativos, além do Carrossel e das corredeiras. Ah a entrada é paga agora, para brasileiros um valor de R$18,00.

Com trilhas autoguiadas, conservadas e com marcações muito bem feitas, segui numa boa por este pedaço de paraíso. A ida nessa trilha a gente perde altitude, tudo isso mostrado nos painéis na entrada. Sem maiores dificuldades,  muito empolgado e com um pouco mais de 4km caminhados, cheguei no Salto 120, é um mirante belíssimo, porém o deixei pra volta e parti rumo ao Salto 80. 

Nossa, que show! Essa foi a sensação quando avistei a Cachoeira Salto 80. Foi incrível e surpreendente, ali eu vi que a chapada dos veadeiros é mágica de fato. Aquela sensação boa transbordou sobre mim que acredito que até escoou naquelas águas gélidas e constantes. Assim fui pra sessão de fotos. Depois, veio uma chuvinha de leve enquanto eu estava descansando deitado sobre um rocha que era ligeiramente inclinada fazendo com que minhas perna ficassem pro ar.

Mais uma vez, me falta palavra pra descrever com exatidão tudo aquilo, mas voltei pro Salto 120 e ali contemplei mais um pouco. Meio anestesiado, adiante, finalizei a travessia da trilha amarela, passando ainda pelo Carrossel e pelas corredeiras.

É preciso reafirmar que a ida ao Parque é crucial na Chapada dos Veadeiros? Só vai!
É nois!!!

Site do Parna: http://www.icmbio.gov.br/parnachapadadosveadeiros/

Fotos:
orientação

Salto 80 - loko

Foco
opre, eu aí

nadando 

mirante lokoo
Selfie

Carrossel

corredeira

acessibilidade

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ


Pico das Agulhas Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ
30-31/10/2019



Hey! Hoje segue um breve relato da subida ao Pico das Agulhas Negras, o 5º ponto mais alto do Brasil, de acordo com dados do IBGE (alt.2791m), e que se situa no Parque Nacional do Itatiaia, o primeiro parque de conservação a ser criado no país e isso foi em 1937. O parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) sendo um dos berços do montanhismo contando com vários picos no ranking das montanhas mais altas brasileiras, faz parte então da famosa Serra da Mantiqueira.
É importante frisar que o acesso ao Pico das Agulhas Negras, assim como às Prateleiras, deve se dar com acompanhamento de guia e equipamentos de segurança. Contudo, existem outros picos e atrativos para serem visitados no parque (Morro do Couto, Pedra do Sino, Asa de Hermes, Circuito 5 lagos, Pedra do Altar, etc.), lembrando que estou tratando da parte alta, o planalto do parque.
Nessa parte do parque a logística para ir de ônibus é um tanto complicada, percebi nas minhas pesquisas que se deve ir até Itamonte e de lá contratar um táxi para levar até a entrada Posto do Marcão. Parece-me que Itamonte está a 20km da Garganta do Registro, que fica a 13km da portaria parte alta. Enfim, pra ir a pé se torna difícil.
Com isso, eu me juntei ao grupo Aventureiros Anônimos, que é uma agência de viagens focada sobretudo no ecoturismo. Desde já recomendo o serviço deles, pois tive uma boa experiência com eles, tudo correu bem planejado, organizado e com preço justo. Custou R$199,00 um bate volta saindo do Tatuapé em SP, na noite de 30/10, para chegarmos na portaria umas 04h15 da manhã (31/10) e voltar no mesmo dia.
A ideia de fazer uma trilha no meio de semana me possibilitou de ir, geralmente aos fins de semana não consigo participar, então essa foi mais uma deixa pra eu seguir junto com os Aventureiros. O grupo era reduzido, estávamos em 6 pessoas, assim a viagem ocorreu sem maiores problemas e de forma confortável na van própria da agência. Fizemos uma parada de 20 minutos pra então chegarmos na portaria e poder descansar um pouco até a abertura do parque, que seria às 7h00 da manhã.
Acordamos, fomos ao banheiro e após preencher uma ficha fomos autorizados a ir de van até o abrigo Rebouças, poupando então alguns km de caminhada. Tem uma concessionária (BR parques) que auxilia em algumas questões do parque e estão cobrando o estacionamento agora, (sobre isso ver mais infos no site do parque, aqui).


Agora bora trilhar!

Por volta das 07h20 demos início à caminhada, uma trilha bem demarcada passando pelo abrigo Rebouças, sem maiores dificuldades. Sempre trilhando com cuidado para não esmagar os sapinhos que vivem em meio à trilha e quando percebem a aproximação de alguém eles meio que se desesperam e não dá pra prever pra que lado vão, são bem pequeninos mesmo e representam o símbolo do parque.
Ao passar por uma espécie de barragem/reservatório a referência a seguir (depois de 1km) é uma ponte pênsil sobre o Rio Negro, - outra característica do parque é que possui algumas nascentes que acabam por drenar para grandes bacias hidrográficas, tal como o Rio Grande, afluente do Rio Paraná. Nesse trecho ainda com navegação bem tranquila, passamos por uma bifurcação e por um riacho onde é possível carregar os cantis e as garrafas, dali já estamos perto da base das agulhas negras.
Chegamos na base com menos de 1 hora de trilha, a partir de então acabou a “brincadeira”, foi preciso usar as mãos nas sucessivas escalaminhadas e ter muita atenção na aderência dos pés nas rochas, sempre no sentido de evitar escorregões e quedas. Existe uma orientação para seguir, mas não é uma trilha demarcada especifica, a gente ia trilhando e fazendo caminho sobre as rochas de acordo com a intuição de cada pessoa. Ao passarmos dois paredões sem a necessidade de uso de corda, eis que chegou um ponto onde a subida se dá de forma segura por corda. Nesse paredão ainda tem a opção de contornar por um caminho mais longo e bem perigoso, no caso foi esse que o guia me levou já que eu não estava preparado pra subir o paredão pelas cordas, até tentei, mas faltou jeito e força nos braços pra aguentar e confiar no meu peso rs.
Depois nos embocamos a subir por uma fenda entre a montanha, sempre com cautela e seguindo as dicas dos guias. Adiante, passamos por outro trecho de corda, agora mais tranquilo pra subir, porém ainda perigoso. Bastou mais alguns minutos para que pudéssemos estar no topo do Pico das Agulhas Negras, após muito suor derramado e muita força despendida na natureza. Um total de um pouco mais de 3 horas de subida desde o abrigo Rebouças.
Durante todo o trajeto tivemos um tempo aberto podendo ver que cada vez mais o nosso horizonte se ampliava, no entanto, bastou chegar ao topo que as nuvens foram chegando e por vezes surgia uns pingos de chuva. Bom, o risco de chuva era fato já que estávamos no final de outubro e não deu outra, por volta das 11h30 a chuva veio pra valer e assim colocou mais um desafio na nossa trilha de volta. A paciência mais uma vez se tornou virtude, mesmo com o frio e o risco muito maior de escorregar prosseguimos, pois não tinha outra opção, ainda bem que contávamos com o apoio dos guias. Num momento eu imaginei se tivesse sozinho a enrascada que eu estaria metido rs.
Na volta a exigência dos braços foi muito maior e nos paredões que tínhamos subido a pé, descemos de bunda no chão e apoiando a sola nas fendas para não escorregar ladeira abaixo. Em alguns trechos a tensão aumentava, pra mim foi mais no rapel tive que descer bem na calma. Por fim, acabou que tudo deu certo e a chuva acabou servindo de mais uma pitada de um bom sabor que é o de subir montanhas e poder contemplar a natureza!
Pé de Natureza! E nóis!

Guias: Ward e Daniel
Participantes: Heloísa, Jessica, Junior e eu.
Obs1: página Aventureiros Anônimos: https://pt-br.facebook.com/aventureirosanonimos/

Obs3: Na Garganta do Registro se tem diversas lanchonetes onde se vende muitas coisas, tais como: Queijos, Pimentas, Pamonhas, Cachaças, Doces, enfim uma variedade e diversos lanches também!

Fotos:

região das Prateleiras

depois da base, primeiro paredão

vamos subindo pela fenda

famosa escalaminhada

subida com sol

mais outro lance

quase chegando

na cautela quase lá

eis que cheguemo no topo

me preparando pra foto no cume

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

As Cataratas do Iguaçu – Foz do Iguaçu – PR

As Cataratas do Iguaçu – Foz do Iguaçu – PR
(24/07/2019 - 28/07/2019)

Sou o começo, sou o fim, sou o A e o Z

Lado argentino panorama Iguazu

Em continuidade da tão esperada pausa de Julho ou mais precisamente Férias, o destino da vez foi um ônibus para Foz do Iguaçu no Paraná, sul do Brasil. Eu estava muito animado para conhecer as Cataratas do Iguaçu tanto que em outras circunstâncias eu havia tentado, mas ora faltava dinheiro ora faltava tempo. Dessa vez eu quase perco essas férias, pois os planos no trabalho mudaram ou enfim cessaram, mas são questões pessoais que não convém ao texto agora. O fato é que eu já havia feito duas viagens ótimas, o Pico da Bandeira e o Pico Caratuva, eu estava tão empolgado que tinha vontade de ir para as Cataratas e a Pedra da Mina. No final das contas a Pedra da Mina ficou para outra ocasião.
Foz do Iguaçu abriga as Cataratas do Iguaçu, porém não é só dessa maravilha que se dá o turismo por lá. Localizada na região Sul do Brasil, no estado do Paraná, Foz do Iguaçu faz fronteira com a Argentina e o Paraguai. Em Puerto Iguazu (Argentina) pode-se fazer diversos passeios tais como: bar de gelo (Icebar), Cassino, etc. Já em Ciudad del Este (Paraguai) é considerada a cidade boa para fazer as compras. Aqui, só irei mencionar pois no meu role não participei desses atrativos, de fato foquei mais nas Cataratas mesmo, explicarei no decorrer do relato.
Meu roteiro foi simples.
Dia 1 - 25/07/2019 – Cataratas lado brasileiro + Parque das Aves
Dia 2 - 26/07/2019 – Lado argentino das Cataratas + Marco das Três Fronteiras.
No terceiro dia estava livre para incluir outras coisas para fazer, ainda tinha em mente conhecer a Usina de Itaipu embora estivesse com receio por ser uma hidrelétrica, no fim preferi não ir. Poderia ter ido ao Paraguai, contudo eu não tinha pretensões de fazer compras, então não valeria tanto a pena. Eu queria algo tranquilo e acabei curtindo um baita dia no camping, na paz, e a noite estava prevista minha volta pra sp.

De São Paulo até Foz do Iguaçu

Terminal Rodoviário Barra Funda, 16h00, eis o horário marcado para o embarque no ônibus semi-leito da viação catarinense. Com um preço de R$ 259,99, estava eu posto para encarar algumas horas de viagem. Na verdade a previsão era de um pouco mais de 17 horas de viagem passando por Londrina, Maringá, Campo Mourão, Cascavel, etc. Acredito que fizemos duas ou três paradas. Eu sei que nessa viagem não marquei bobeira e preparei uma boa playlist pra ouvir durante essa longa viagem, o engraçado é que para as outras duas viagens que fiz em julho não levei música para ouvir. Dessa vez apelidei minha seleção de “Apelação”. Escolhi minuciosamente todos os sons e só isso já foi uma viagem em si.
Manhã do dia 25/07/2019, um pouco depois das 09h00, já estou seguindo na caminhada para o Camping que eu havia pesquisado na net. Apesar de ter lido diversas referências boas acerca do transporte coletivo de Foz, decidi ir a pé pra ir “climatizando” com o local e outra, já estava bem tranquilo de busão naquele instante. O destino então foi o Camping Internacional, localizado na rua Manêncio Martins, nº21, uns 5,5km de distância da rodoviária internacional de foz. (O caminho no googlemaps aqui)
Sobre o camping não tenho muito o que falar, está bem localizado para quem deseja ir para as Cataratas e também não fica longe do centro. A estrutura é boa, atendimento bom e boa limpeza. O único problema foi com relação ao banho, os chuveiros não esquentavam direito, só isso, pois de resto estava muito bom e passei uma estadia super tranquila. Têm tomadas perto da barraca, lugares próprios para motorhome e internet com sinal e velocidade boa. Tem a opção de quartos também, mas não sei as condições de preço e tal, o camping paguei R$30,00 cada diária e fiquei duas.

As Cataratas do Iguaçu – lado brasileiro

Após montar minha barraca não hesitei muito e já sai andando rumo à Avenida das Cataratas para tomar o ônibus sentido o parque, linha 120 Parque Nacional preço R$3,75 (sofreu um reajuste para R$4,20 nov/19). O ônibus veio rápido e ele já iria me deixar na cara da entrada do parque após passar pelo aeroporto e depois pelo Parque das Aves, que é vizinho do Parque Iguaçu.
Muitas pessoas já estavam ao redor do parque, não tinha grandes filas devido à estrutura do local que contava com vários guichês. A entrada é paga e contém algumas variações nos preços entre mercosul, estrangeiros e brasileiros. Sei que por volta das 12h30 eu paguei R$41,00, esse foi o valor para brasileiros. Sendo assim, adentrei ao parque e logo já se embarca num ônibus que não teve muita espera também e já faz parte do serviço do parque. Nesse ônibus se tem algumas instruções e conta um pouco do que é o parque, tem uma parada para quem deseja ir ao Macuco Safari e depois continua até a entrada da trilha/passarela de contemplação das cataratas.
Ao descer, já se começa um grande passeio que não exige maiores esforços, portanto é um local para todas as idades, ambiente bem tranquilo para toda família. O espetáculo das quedas não cessa, do início ao fim se tem diversas panorâmicas dessa grande beleza natural, lógico que alguns lugares mais apropriados para fotos ficam congestionados, mas é questão de paciência que a foto sai.
O Rio Iguaçu é o principal rio da bacia hidrográfica do Iguaçu e é afluente do Rio Paraná, um dos principais rios do Brasil. Tem um comprimento de mais de 1000 km sendo um dos principais cursos do estado do Paraná. Ao passar pela região metropolitana de Curitiba ele se torna poluído pra depois bem mais à frente no seu curso conseguir ter vida ainda.
As Cataratas do Iguaçu contém mais de 270 quedas de água e, como mencionado mais acima, faz parte de um Parque Nacional criado em 1939 e é administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), portanto o Parque Nacional do Iguaçu é uma área protegida por uma unidade de conservação e resguarda a biodiversidade da Mata Atlântica no Paraná.
Sabe aquele cenário de filme ou aquelas fotos de plano de fundo do computador? A cada metro percorrido muda-se o ângulo e assim a paisagem. Então, ao meu ver eu poderia passar o dia ali que não se tornaria monótono, pois a cada passo uma percepção diferente de uma mesma maravilha. Eu teria que ser um profissional das fotos pra que elas pudessem representar o que é de fato, mas vale a intenção de deixar alguns registros mais abaixo.
A extensão da passarela chega bem perto das quedas grandes, é preciso usar proteção para não se molhar. Vale muito a pena. Mesmo com várias pausas eu fiz esse passeio em duas horas, pois bateu a fome e fui correndo pro restaurante Porto Canoas, que fica dentro do Parque. Pra um mero mochileiro pagar R$68,00 no buffet não faz parte do costume, porém estava tudo muito bom e se faz um preço justo, até pelo fato de estar numa área protegida e tals. Não me recordo tudo que servia, mas era uma variedade boa. Vale a pena também!

Na frente do parque, bora lá

panorama logo de inicio - BR

na fresta da passarela - BR

maravilha do mundo lado BR

na busca de um bom click

passarela no fim lado brasil

as cataratas do iguaçu - bra


bem próximo no lado brasil

Parque das Aves

O rolê estava rendendo bastante, sem pressa eu ainda consegui ir ao Parque das Aves, que é uma instituição de preservação de algumas aves que são encontradas nas mãos de traficantes e devido aos maus-tratos elas ficam no parque por um tempo como medida de conservação. Têm várias espécies e é interessante de se ter essa experiência de perto com as aves dentro de viveiros. O preço é de R$45,00 e se localiza bem do lado do Parque Nacional.
No final da tarde já era hora de voltar, precisava descansar um pouco e assim peguei o busão sentido camping, no dia seguinte teve mais!


Las Cataratas Argentina

Choveu na madrugada, mas nada que pudesse atrapalhar o bendito sono. Dormi bem, apaguei de verdade devido um certo cansaço da viagem, acordei um pouco antes das 07h00 da manhã do dia 26/07/2019. O plano pra esse dia foi o lado argentino das cataratas e nada mais. Contemplar sem nenhuma pressa e percorrer um pouco de Puerto Iguazu. Assim se fez.
Antes, esperei passar das oito horas da manhã para poder trocar de moeda na casa de câmbio. Fui na Atlas Câmbio que fica na Avenida das Cataratas, 1419, Vila Yolanda, bem perto de onde eu estava acampado e também dali eu já poderia ir ao ponto de ônibus. Peguei AR$1800 pesos por R$195,84 e com taxa IOF ficou R$198,00.
Foi tudo bem rápido e já parti a esperar um ônibus que me levasse até a fronteira do Brasil com a Argentina. Me parece que apenas duas linhas operam na Av. das Cataratas (pelo menos na altura em que eu estava). A empresa Rio Uruguay foi a escolhida porque foi a que passou primeiro após eu ter esperado uns 40 minutos. O preço foi de 80,00 pesos. Em seguida se passa pela Aduaneira e logo mais adiante pela Imigração, nesse ponto a gente desce do ônibus para adquirir a permissão enquanto o motorista espera.
Normalmente não há necessidade de descer no final da linha, existe um ponto alguns minutos antes da rodoviária de Puerto Iguazu onde a maioria das pessoas desce. E foi lá que desembarquei para aguardar o próximo que me deixaria no parque das Cataratas.
Menos de 15 minutos de espera e já embarco na linha da também Rio Uruguay, nessa a passagem foi de 160,00 pesos. (Em reais estava R$25). Ao contrário do ônibus anterior, esse já estava cheio de turistas, dava pra ouvir diversos idiomas no ar e numa viagem curta eis que chegamos umas 09h40 de frente pro parque argentino.
Para adentrar ao Parque Nacional Iguazu, paguei AR$640,00 pesos argentinos e assim segui as placas pra curtir mais um dia de maravilha do mundo. Na minha visão o lado argentino tem bem mais variedades de trilhas e de visuais, parece que dá pra sentir um pouco mais o ambiente. No entanto, isso é muito relativo, vai da experiência e do dia de cada pessoa. Eu aconselho visitar os dois lados, porém, se a grana estiver curta, eu indico o lado do Brasil pela maior facilidade de acesso e tals.
O lado argentino contem trenzinhos que permitem o acesso às trilhas das cataratas, é organizado e com senhas que devem ser adquiridas depois da entrada, um pequeno painel demonstra a ordem das senhas. Aí vai uma vantagem do lado brasileiro, que apesar de ser menos ecológico, têm ônibus que circulam mais rápido do que os trens.
Não convém aqui caracterizar de forma minuciosa as trilhas (até pq posso me confundir), mas vale mencionar. Circuito Inferior, Circuito Superior e Garganta do Diabo, sendo então o grande atrativo do parque.
Um buffet, self-service, também tem no parque argentino e vem com Parrilla num preço de 595,00 pesos, praticamente mesmo preço do lado brasileiro. Uma comida muito boa.
Sei que passadas das 15h00 estava eu no ponto rumo rodoviária novamente. A empresa Rio Uruguay tem um guichê bem ao lado do parque com horário regular de saída de ônibus, sem maiores preocupações. Mesmo preço, AR$160,00 pesos.
Na rodoviária, fui de Cruceiro del Norte sentido Brasil e como ela não passava na Avenida das Cataratas então eu desci na General Meira e de lá já aproveitei o fim da tarde pra ir no Marco das Três Fronteiras.
Andei em torno de uma hora até o Marco, antes eu tinha passado num boteco pra calibrar e esquentar um pouco a goela pois havia caído a temperatura, até garoou de leve.

No Marco das Três Fronteiras

Mais um dia que rendeu bem, agora finalizei nessa praça de eventos onde se tem diversas atrações, uma delas é uma espécie de cineminha que retrata a história de toda região e em especial da trajetória do Álvaro Nunes Cabeça Vaca. Gostei da forma que contaram a história, vale a pena ver. Pode curtir também uma gastronomia regional e tem espaço para as crianças. Por fim, é bom tirar uma foto que demarca as três fronteiras, Paraguay, Argentina e Brasil. Paguei R$13,00 no ingresso de estudante e fica aberto até às 22h00.
Pra voltar peguei um busão que me deixou bem perto do camping, sem maiores dificuldades era só então partir pro descanso, pois o dia foi ótimo!
27/07/2019, a volta tava marcada para às 19h15, então tinha planos de fazer algo de dia, no caso seria a Usina de Itaipu. Por fim, desisti de ir e fiquei de boa curtindo um descanso e tranquilidade no camping, ouvindo um som e tomando umas rs.

Até a próxima então. Pé de Natureza!!! 



Garganta del Diablo

a milhão!!!

panorama argentino

alguns pássaros

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Sentindo os ventos do Pico da Bandeira – Parque Nacional Caparaó – MG/ES

Sentindo os ventos do Pico da Bandeira – Parque Nacional Caparaó – MG/ES
02/07/2019 a 07/07/2019

Se o vento que sopra cá é o mesmo vento que sopra lá, é preciso primeiramente constatar. Então fiz essa de visitar o Alto do Caparaó, em Minas Gerais, para poder conhecer o Parque Nacional do Caparaó e subir o tão sonhado Pico da Bandeira, que é o terceiro ponto mais alto do Brasil, com seus 2981 metros de altitude. Fui de ônibus, saindo de São Paulo, numa terça-feira à noite para no domingo de manhã já ter voltado pra casa.

A viagem foi longa, já que o Parque se situa na divisa de Minas com Espirito Santo, em torno de 14 horas no total, na qual tive que embarcar em dois ônibus.  O primeiro: São Paulo Tietê até Manhumirim – MG, das 19h até 08h30, viação Itapemirim/ Kaissara. Preço de R$173 reais. Segundo: Manhumirim até Alto Caparaó, Viação Rio Doce, preço de R$06,15 reais. Viagem de um pouco mais de 1hora de duração, essa última. Ao todo, deve ter dado mais de 900km de viagem. Ufa!

Caminho do terreirão até o Pico da Bandeira

Depois de um semestre puxado e praticamente sem tempo pra fazer qualquer caminhada mínima que seja, estava louco pra me embocar numa viagem, a saudade das montanhas falava muito alto, e então não foi pra menos que eu estava bem empolgado para seguir essa empreitada.

Tracei o plano com bastante cuidado, pois quando se está um tempinho que seja longe das trilhas já dá aquela insegurança básica. O primeiro passo então foi estabelecer se eu iria acampar na cidade ou no parque. Decidi procurar na net lugares para acampar fora do parque, já que é necessário um agendamento prévio para acampar no parque – mas vale frisar que no meio de semana não estava lotado os campings, então provavelmente não teria tanta restrição se eu não tivesse agendado e mesmo assim quisesse pernoitar no parque, pelo menos na primeira semana de julho.

Com isso, o camping escolhido foi o do Restaurante Mineiro, que fica bem de frente à Igreja Matriz e ao lado de uma igreja adventista. Por sorte o ônibus da Rio Doce “Manhuaçu x Alto Caparaó, faz final bem ao lado desse restaurante que tem um camping nos fundos. Tal facilidade não tinha visto pelo google maps, pois não consegui navegar pelo street view, mas enfim, lá pousei por 3 noites. A estrutura é simples, conta com banho quente e luz pra iluminar a área do camping, não se tem tomada. No caso terá que pedir pra carregar algo no restaurante, já que o dono é o mesmo. No restaurante serve refeição Self-service por R$15 reais no meio de semana e R$18 no fim de semana. Já marmita por R$13. Pra mim super valeu a pena!

A outra condição que coloquei no plano foi a de fazer a subida ao Pico da Bandeira num bate-volta no mesmo dia. Aparentemente algo puxado, porém nesta ocasião ainda não quis acampar na montanha.

Dia 03/07, às 08h30, o busão da Itapemirim chegou em Manhumirim onde desembarquei ainda meio confuso, mas logo vi que era o meu local pra descer mesmo, ao pegar minha mochila do bagageiro o moço logo me perguntou, “vai pra Caparaó?”, eu disse que sim e assim ele indicou que eu fosse rápido pro guichê que o ônibus da Rio Doce estava por vir. Logo que comprei a passagem por R$06,15, em 2 minutos chegou o ônibus. E numa viagem de 1 hora já estava eu no final da linha.

Conversei com o dono do camping, acertei as três diárias que deu R$75,00 e fui montar a barraca. Nos meus planos era dia de descanso por causa da viagem de 14h de duração, porém sem muito hesitar decidi ir pro parque para fazer alguma trilha mais sussa. Sem lanche na bolsa comecei a subida. O restaurante mineiro está a mais de 2km da entrada do parque e enquanto eu subia nesse primeiro trecho, percebi que tinha que comer algo, como não queria voltar ao restaurante nessa hora, procurei algum lugar aberto, foi quase em vão com exceção de uma pousada que serviu dois mistos quente pra mim e assim continuei.

Ao avistar a entrada do Parque Nacional Caparaó, conversei com o atendente que me liberou a entrada. É, a entrada é free e me parece que faz uns três anos que tá assim, pelo que fiquei sabendo ocorreu negligência pra contratar novos brigadistas e então o Estado não permitiu a cobrança. Tomei ciência por cima das histórias das diretorias e coordenações que transitavam por ali, além dos processos de privatização ou não do parque.

Adiante, após a entrada franqueada, decidi ver o que me esperava no dia seguinte e fui até o acampamento tronqueira, que fica 6km da entrada, mas antes passei pela Cachoeira Bonita. Um pouco antes de chegar na tronqueira e após passar o Mirante Jose Pedro (alt 1820m.), cheguei na Cachoeira Bonita, às 12h40, depois de aproximadamente 1 hora e meia de caminhada. A trilha pra cachoeira é curta e logo se avista um mirante pra queda, onde se pode sentar e fazer uns clicks. Após mais alguns passos se chega na base daquela bela cachoeira, onde o sol batia forte naquelas águas cristalinas e eu, dono do local, na maior vibe. Ali descansei pra quase tirar um cochilo por quase duas horas.

Seguindo o role, subi até o tronqueira e de lá já fui pro Vale Encantado até as duas piscinas naturais mais acima. O sol nesse momento havia se escondido um pouco e então fiz uma pausa breve pra caminhar de volta. Confesso que no meio do caminho de volta já bateu aquele cansaço, talvez seja por causa da viagem, mas também porque no total só nessa brincadeira ia dar 20km de caminhada. Cheguei no camping cansado de fato, mas só foi jantar, tomar banho e capotar.


mirante cachu bonita

chegando na base

poço cachoeira Bonita

ES/MG

Queda Linda

visão no Vale Encantado




O vento no topo do Pico da Bandeira

Acordei cedinho, um pouco depois das 6h00 da manhã, tive um sono bem tranquilo, não fez nada de frio e só se ouvia o barulho do curso do rio. A mochila ajeitada com tudo que eu necessitava pra subir e foi só esperar o dono do camping, no caso esqueci de mencionar que devido o teste que fiz ao subir até a Tronqueira, que do camping daria 8km, resolvi contratar o serviço de táxi por R$70,00. Com isso vai uma dica muito útil para quem pretenda fazer bate-volta e esteja sem carro, contrate o resgaste e se tiver em grupo acaba saindo mais em conta. No meu caso, eu estava só e achei melhor só pagar a ida até o Tronqueira, lembrando que já são 6km dentro do parque e é o limite de acesso com carro.

Sem mais delongas, comecei a tão esperada caminhada às 07h40 da manhã, esse trecho já se apresenta uma certa aclividade e é preciso ir saltando em algumas rochas, nada de maiores dificuldades, porém exige certa cautela. Ao passar a parte das subidas, chega-se num trecho com mata mais fechada e uma trilha de terra mais batida. Em seguida a trilha parece que se dá num vale, sem tanta dificuldade, sem proteção das arvores também e por vezes alguns pontos de água, que aliás não foi problema nessa trilha a questão da água, e isso no mês de julho, com uma estiagem de quase dois meses. Eis que às 08h45 cheguei ao acampamento Terreirão. Até aqui foi um pouco mais de uma hora andando e uma parada.

No terreirão se tinha apenas 3 barracas e ali fiz um lanche em umas das mesas disponíveis, passei no banheiro e peguei mais água. A trilha continuava à esquerda e sempre demarcada com as madeiras com fitas amarelas na ponta ou também me guiava pelos totens nas rochas. Nesse ponto devo agradecer e parabenizar a conservação das trilhas, e quem fez esse trabalho dos sinais de guia realmente tá bem feito, e fiquei pensando que em meio aos entraves que parecem existir, ainda tem pessoas que cuidam não só pelo trabalho, mas pelo amor às montanhas, já que se tem voluntários também.

fechei a barraca, bora trilhar

na tronqueira, inicio caminhada

Depois de mais 20 minutos a coisa começa a ficar mais tensa e depois dá uma suavizada. Quando chega o momento que se percebe já o morro a ser subido bem de frente, a partir de então a escalaminhada fica constante e mais técnica. A pressa pode ser inimiga, a concentração pode ajudar muito mais, é importante fazer as pausas para retomar o fôlego, comer algo rápido e se hidratar.

Eram 10h30 da manhã quando alcancei o tão desejado e sonhado cume do Pico da Bandeira, após quase três horas de caminhada desde o tronqueirão. A princípio bateu um medo devido ao forte vento que por um momento pensei que não aguentaria manter os pés no chão. Acho que se não existisse a gravidade era bem capaz de eu voar ali, queria até medir aquela velocidade do vento, mas sem equipamento para tal, o que fiz foi proteger o rosto.

Logo procurei um abrigo lá em cima, o pico é bem amplo e um pouco mais abaixo tem uma estrutura para uma pequena torre, ali foi onde fiquei por muito tempo contemplando aquela beleza da natureza, muito contente com o feito e comecei a me alimentar. Que paz. Que tempo lindo. Que felicidade. Pretendo carregar por muito tempo a lembrança daquele momento, pois foi de sufocar a vontade gritar pros ares rs. Lógico que mantive mais o silêncio e comecei a praticamente meditar. Só eu no pico e o barulho vinha dos ventos, que não cessaram, porém o abrigo me deixou super tranquilo, nada de ventania!

A condição física e psicológica estava ok, e após uma permanência de quase duas horas no topo, decidi voltar. Dá-lhe joelhos, segura as coxas, vai que vai pés, porque a descida exige muito deles de fato. Fiz praticamente o mesmo tempo da subida pra descer, talvez até um pouquinho mais, o cansaço batia. O pior de tudo é que meu pensamento se voltava aos 8km da Tronqueira até o camping. E não é que foi isso mesmo. Mas agora pensa numa labuta que foi fazer esse trecho final. Os pés doíam sem parar, eu fazia passinhos bem curtos, tipo como se existisse um trote pra caminhada da mesma maneira que existe o trote de corrida rs.

Eu ainda fiz a cagada de negar uma carona haha, é que eu estava tipo abastecendo a energia numa bica, tava sem bota, mochila jogada, daí neguei. Há de se falar também que o cara ofereceu naquela maneira tipo já quase não querendo, mas pensei comigo depois “Ofereceu pô rs”. Paciência e muita, eis que às 17h00 cheguei no camping, exausto. Fui pro banho direto.  

No resumo de tudo, foi Ótimo. Sensação de missão cumprida, nada demais pra alguns, e também sem querer ser melhor que ninguém, vale frisar que não foi tão simples assim, exige um pouco de noção! Pra mim significa um sonho realizado. As vezes dá até vontade de escrever mais sobre as sensações de subir uma montanha, em suma, tentarei algum dia fazer um texto só para isso, servindo para todas as experiências de cada tipo de montanha e tals.

Na sexta-feira, 05/07, resolvi descansar no camping, li meus livros que levei e fiquei bem de boa. Eu iria para a cachoeira das andorinhas, preferi não forçar muito. Afinal, estava satisfeito de verdade. Vale muito a pena esse rolê. E quem não dispor de acampar lá na montanha e quiser fazer esse bate-volta estando a pé, aconselho fazer o que fiz! E dá-lhe vento na face!!!

Abraços!!!

*Pessoal, quando pensei em escrever o relato imaginei que daria pra abordar a questão da guerrilha, a questão do plantio de café, a história da emancipação do Alto Caparaó, a história do parque e etc.! Não fiz, mas vale pesquisar isso, vale entrar no site do parque e dar uma googlada sobre tais assuntos. Valeu!


Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Cheguei!!!!

na cautela pra não voar, vento forte

nuvem se formou na minha frente

lanchando nesse visu

o topo lá atrás

um pouco do caminho

por traz do "abrigo"

visual lindo

a conquista foi aquela

no caminho de volta, quase lá

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
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