Pedra Grande de Quatinga via Paranapiacaba (alt +-1150m.)
16/01/2019
Foto 1: Pedra de Quatinga - Mogi/ Paranapiaca |
Normalmente, quando se passa dos 30 anos já se consegue ter algumas percepções da vida. Algumas lições já foram lecionadas e nos exercícios de aplicação obtiveram-se os erros e os acertos devidos. Muito depende, na real, da intensidade vivida destes anos, e também das condições físicas, espirituais e materiais. Mas também essa certa idade pode ser uma armadilha ao assegurar que a vida pode ser mais bem compreendida, ou que se podem adquirir as respostas necessárias para quem às procuram sobre os dilemas cotidianos. O tempo deixa o legado de altos e baixos, ora íngremes ora mais planos, concede encruzilhadas e bifurcações, ora por vias mais longas e com diversas barreiras ora pelos espertos atalhos. Nesse período, portanto, pode se saber alguns caminhos de cor e prever, de certa forma, o que poderá acontecer, mas a certeza em geral é que pouco ou quase nada se conhece da vida, muitos caminhos a serem trilhados ainda são desconhecidos, e é preciso sempre abrir-se para o novo.
“Sempre o vento sopra mais forte
Pra quem não está acostumado com o frio daqui
Sempre o tempo passa depressa
Pra quem se interessa viver mais um pouco aqui”
Poxa, eu briso em fazer umas caminhadas e poder chegar aos picos, me manifesto e me encontro em várias reflexões lokas, sinto medo também e respeito muito a natureza. Fiz esse role para a Pedra Grande de Quatinga numa quarta feira, dia 16 de janeiro de 2019, um dia ensolarado se fez, foi daora!
Dessa vez eu madruguei de verdade, 03h30 da manhã estava eu de frente a estação Brás da CPTM aguardando o funcionamento dos trens pra me levar até a estação Rio Grande da Serra, aproveitei a operação madrugada dos ônibus em São Paulo para me adiantar no horário. Às 05h30 embarquei no ônibus Paranapiacaba (emtu 424), o dia não havia amanhecido ainda e após eu pagar a tarifa de R$4,40, o bus seguiu pela estrada completamente escura. Na real dava até medo daquela escuridão, e uma parada estranha era que bem no horizonte se via diversos relâmpagos no céu. Logo pensei, “pronto, fudeu! Vai melar o pião!”
Às 05h50 cheguei ao final da linha, que é bem de frente ao cemitério, e assim atravessei a ponte avistando parte de Paranapiacaba. Andei pelas ruas de paralelepípedo ainda desertas sentido a Estrada Taquarussu. Ao chegar à estrada o ambiente foi se fechando em mata nas bordas da via. Eram 06h07min quando olhei o celular, o dia sem amanhecer ainda e na minha mente aquele receio referente àqueles relâmpagos que vi anteriormente. Continuei caminhando em passos rápidos e aos poucos o céu foi clareando e cada vez mais eu ficava confiante de que chuva não viria no meio da minha caminhada.
Acredito que em 45 minutos cheguei ao vilarejo Taquarussu, onde atravessei pela estrada ao lado, pois a vila é cercada. Nesse momento o tempo já havia se firmado e, apesar da neblina, o dia estava bom. Até aqui foram passos em estrada de terra batida com alguns cascalhos, dois pontos de água se passaram, mas na ida não precisei abastecer, pois tinha 2,5L de água na mochila. Nesses pontos dá pra ouvir o barulho dos riachos e têm também placas indicando a necessidade de guias credenciados para adentrar as trilhas. De fato ainda não sei pra onde levam essas trilhas desses pontos de água e segui direto, rumo ao meu objetivo do dia.
Com aproximados 7km de pernada, cheguei à primeira bifurcação do trajeto, onde à direita leva pro camping do simplão de tudo, mas o caminho que segui foi o da esquerda (foto2). Logo depois, uns 500 metros, apareceu uma trifurcação na qual andei reto (foto3), a partir de então fiquei mais atento, passei por um poço e logo viria uma bifurcação pra direita, mas a referência pra essa guinada não tava tão nítida. A não ser que você esteja se orientando por um GPS é melhor prestar bem atenção. Ao passar por algumas raras casas, após esse poço, terá uma com um muro grande e um portão cinza (foto5) depois dessa casa a próxima bifurcação é à direita (foto6), que desde o poço deve ter dado por volta de 1,5km.
Então, nesse momento, a estrada foi se estreitando mais, ainda com algumas moradias bem legais e um riacho atravessando a estradinha. Ao caminhar uns 10 minutos por esse trecho, veio a primeira visão do pico (se não tiver muita neblina). Andei nessa estrada por uns 20 minutos ao todo até larga-la pra uma bifurcação à direita (foto7), agora sim bem mais restrita a caminhada com aspecto de trilha. 10 minutos nela e saí na estrada novamente curvando a direita e subindo, no lado esquerdo uma propriedade com uma placa dizendo “Cão Bravo”, desse ponto, nem 2 minutos já se encontra então o inicio da trilha à direita da estrada. Como referência tem um muro branco com um portão semi enferrujado (foto8). Eu, meio que confuso, decidi subir mais um pouco pra tentar visualizar melhor a montanha e quando a vi bem grande na minha frente, “é ali mesmo”.
Aqui, já eram umas 08h50, a trilha começou bem batida e agradável de trilhar, a inclinação era básica, mas aos poucos já tava ganhando altitude. Já tinha em mente de relatos pesquisados de que um trecho íngreme viria e assim fui caminhando até esse momento. Tinha muita teia de aranha atravessando e lógico que tomei cuidado pra não desfazer todas as teias, algumas eram inevitáveis e outras eu nem via, só sentia algo meio que coçando nos ombros. Logo avistei uma rampa improvisada e nesse ponto a aclividade começou a se apresentar firme. Então, de bate pronto deduzi que desciam de bike naquela via, algo confirmado conforme fui subindo. Outras rampas apareceram e a pista sempre batida e sem bifurcações aparentes. Acredito que após uns 15 minutos a situação começou a ficar séria. A inclinação realmente existia ali, mas com a vontade de subir esse esforço foi tirado de letra, mas o cuidado era intenso já que o perigo era constante. Qualquer derrapada causaria uma queda feia, e sozinho nunca é bom sofrer esses tipos de acidentes. A trilha é conservada pelos bikers, que em vários pontos colocaram fitas de delimitação da pista e também improvisaram rampas. Realmente, imagino eu, deve ser uma aventura e tanta descer essa via de bike e deve se ter uma baita experiência para tal, pois só visualizo acidente fatal ali em caso de queda.
Com 45 minutos cheguei ao topo, ufa!!! Ao sair da trilha tinha uma placa vermelha alertando motoqueiros a não zoarem o trabalho dos MTB. Vi outras trilhas saindo lá do topo, segui tal trilha por um tempo e fiquei na duvida se o caminho que subi era o que eu deveria subir mesmo. Enfim, o importante é que cheguei bem e fiz um exercício bom. Hora de curtir o pico!
Aquela velha resenha: fotos, lanches, respiração profunda, descanso pras pernas, visual loko, etc. Pra depois de 30 minutos voltar num ritmo bom ainda, pois tinha horário a cumprir. Fiz o mesmo caminho da ida, desci em 35 minutos e fui estilingando na estrada. A intenção era embarcar no busão das 13h.
Resumindo, cheguei 13h05 e por milagre veio outra linha as 13h30 que passava em varias estações de trem, mas cobrava R$6,75. Fui nela mesmo. Bebi os últimos goles de água que eu havia pegado em um dos pontos do caminho. Fresquinha, fresquinha! Ponto de água que na verdade salvou, pois mesmo levando bastante água, tinha faltado em certo momento da volta. Mas correu tudo ok! Só agradeço! Não sei se Mogi das Cruzes ou Paranapiacaba, pois parece que Quatinga e a pedra ficam num bairro já em Mogi.Ou talvez os dois municípios dividem essa natureba. O que também segui como referência foi as placas "Caminho do Sal", as vezes segui-las pode salvar na horada da duvida!
PeDeNatureza a pé!!! É nóis!
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
seguir à esquerda, direita é simplão. |
seguir reto na encruzilhada |
poço no caminho |
casa antes da bifurcação |
virar à direita aqui! importante |
trecho à direita |
inicio da trilha!!!direita |
rampa de bikers na trilha |
trecho mto íngreme |
no topo ainda meio neblinado |
visão do pico |
outro ângulo |
Shooow de bola esse pico, em 2019 vou subi, belas fotos.
ResponderExcluirBrother me tira umas dúvidas você faz usando o Wikiloc?
Ao total deu quantos km +/?
Esse poço fica em qual km da caminhada +-? Vlw
ExcluirIae Willian. Valeu o salve!
Então, antes de ir eu olhei um wikiloc, mas não uso ainda. Há tempos preciso providenciar e não fiz até entao. Porem fiz anotações ao estudar esse link aqui https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/paranapiacaba-x-pedra-grande-da-quatinga-23681656#morePhotos
Esse é bom pois tem fotos, no caso passei por duvida no caminho pq baixei as fotos no computador e esqueci de passar pro celular. Mas deu certo.
No total ida e volta deu por volta de 20km. O poço é logo depois da triburcação. Dá uma analisada nesse wikiloc e verá.
É nois!
Uma dica pra fazer esse rolê se for de fds. É acampar no simplão e dps ir pro pico. Não fica cansativo e dá pra curtir dois dias na região. Acredito que tem até transporte de 10$ do centro de paranapiacaba até o simplao. Transporte do proprio camping. Na página deles tem essas infos.
ExcluirCarlos, tudo bem caro? Leio seu blog já tem tempão, nunca comentei, já fiz algumas trilhas por dica que voce tem dado, pretendo acampar aí com meus amigos ainda esse mes (Agosto - 2019), é Nois mano, parabéns pela dedicação ai, sucesso nas suas aventuras da vida mano
ResponderExcluirIae Edicarlos. Tudo tranquilo por aqui. Poxa que daora ter recebido seu comentário. Mto agradecido e tudo de bom pras suas trilhas, acampamentos e aventuras. Abraço!!!
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