De volta ao PNI (Parque Nacional do Itatiaia) para fazer dois circuitos que abrangem o 8º e 9º picos mais altos do Brasil. Morro do Couto e Pedra do Sino, respectivamente. Em 2022 havíamos visitado o parque supramencionado em um contexto pós-pandemia e procuramos fazer algo bem de boa, justamente pra engatar o ritmo aos poucos. Naquela ocasião fizemos a Pedra do Altar e nem completamos o Couto, porém pegamos dias bem bonitos e foi uma paz na Pousada/Camping que escolhemos. Daquela vez foi a Pousada dos Lírios, dessas vez foi o Espaço Cuiamazon, local onde tivemos uma estadia e experiência bem legal.
Mapa Wikiloc: https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/circuito-couto-x-base-prateleiras-parna-itatiaia-19-06-25-218715885
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Após o Couto e Serra Fina no fundo |
O PNI por bem dizer dispensa comentários por aqui, pois, pra
começar a história, é o primeiro parque nacional do Brasil e figura entre os
destinos mais requisitados entre os trilheiros/montanhistas de toda parte.
Cobra-se um ingresso para adentrar e curtir o parque, existe a parte alta e
também a baixa. Em suma, é importante acessar o site do parque tanto para
conhecer a opções, taxas e a própria história do parque, já que não a descrevi
por aqui.
O roteiro foi simples. Um feriado de Corpus Christi
decidimos fazer 2 bate e volta no PNI, o primeiro dia já fomos direto de SP,
descansamos no dia seguinte e no subsequente fizemos outro circuito. Foi isso!
Eis um lugar que demorei demais pra visitar, sempre foi difícil de logística, ainda mais pra quem sempre priorizou viajar sem carro. Contudo, pra esse destino é muito importante estar com veículo, e se for o caso de fazer travessias, a melhor opção é contratar um resgate da região.
Então fomos de carro, partimos de SP umas 03h30, colocamos o
destino no Waze (Posto Marcão Itatiaia) e rumamos pra estrada. Em grande parte
pela Rodovia Dutra até chegar na BR-324, Rodovia Engenheiro Passos/Itamonte.
Nesse momento começou a subida de serra numa estrada de pista única até chegar
na Garganta do Registro, daí foi só virar à direita e subir direto na via que
leva até a portaria do parque no planalto. Essa última estradinha de terra está
bem melhorada do que anos anteriores, mas ainda assim é complicado pra carros
baixos, dá uma judiada.
Antes, tomamos um café da manhã reforçado lá na Garganta do
Registro, no Bar do Miguelzinho. Diga-se de passagem que tava tudo muito bom,
desde o café até o queijo, dentro dos lanches então era só alegria, barriga
forrada e energia pra fazer uma bela travessia, na verdade um circuito: Morro
do Couto x Base Prateleiras, que daria um total de 12,5 km aproximadamente.
Já tínhamos assistido o dia nascer e vinha dia bom, a
previsão para os dias não era de chuva, pois no final de junho costuma chover
bem menos naquela região, por isso é propício subir tais picos sem o risco de
tempestades, raios e afins.
Deixamos pra comprar nossos ingressos lá na Portaria Posto Marcão, agora aceitam cartão na hora, ou seja, é possível passar na maquininha. Lembro-me que da outra vez tivemos que entrar no site através do wifi fornecido na portaria, irregular por vezes. Normalmente, a gente deixa pra comprar na hora quando não tem o risco de ficar lotado e porque, às vezes, devido ao trabalho, pode haver alterações nas datas e tal. Mas enfim, pagamos 2 entradas e o estacionamento.
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cume |
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subindo |
Até o Cume
A manhã tava gelada, tive que tirar a luva pra ligar o
trajeto no app wikiloc e também já gravar a nossa caminhada que, apesar do
parque ser bem demarcado e sinalizado, é sempre bom ter o costume de andar com
um mapa da trilha.
O primeiro trecho é uma subida de via calçada, nada de dificuldade até virarmos à direita e iniciar o trecho de trilha propriamente dito. A caminhada seguiu muito tranquila, o visual é estonteante de lá, tanto dos atrativos do parque como da serras ao redor, que de lá parecem tão perto, mas estão a quilômetros de distância. No caso é que são tão imponentes que aparenta estar pertinho.
A trilha do Morro do Couto é uma das mais procuradas da
região, então sua trilha permanece demarcada e vale o destaque pra manutenção da
trilha que tá em dia. Portanto, é um ótimo custo-benefício devido à sua beleza
e à relativa facilidade de acesso para montanhistas iniciantes, mas ainda assim
exige preparo. O cenário dos Campos de Altitude é muito peculiar e o da Serra
do Itatiaia é algo de outro mundo.
Para chegar ao cume do Couto é preciso vencer um trepa pedras moderado, com cuidado é possível vencê-lo na paciência e já vi crianças fazendo também. Esse trecho fica bem perto do pico e daí é só alegria... curtir o 8º mais alto do Brasil com uma vista 360º pra diversas serras e atrativos do parque. Em suma, esse cume oferece vistas panorâmicas do planalto do Itatiaia, junto com o Pico das Agulhas Negras, Pedra do Sino, Asa de Hermes; da Serra Fina (com a Pedra da Mina em destaque no 4º ponto mais alto BR), da Serra do Papagaio e do Vale do Paraíba.
Até a Base Prateleiras
Após uma breve pausa de contemplação, continuamos rumo à
Base Prateleiras por um caminho muito interessante, que enxergávamos através
dos jogos de rochas toda a travessia. Perdemos um pouco de altitude, pra depois
seguir sem grande aclives ou declives, passamos por um suposto ponto de água
(não achamos água lá nessa época). Adiante, com 2km após o cume, encontramos
uma bifurcação: Abrigo Rebouças à esquerda e à direita, Toca do Índio (800m) e
Base Prateleiras (2km). Com mais uma caminhada, apareceu a opção para um
Mirante de visual pro Agulhas Negras.
Após esse mirante, o atrativo foi a Toca do Índio, algo que
eu não tinha imaginado que seria tão interessante, são rochas enormes que
formam uma espécie de abrigo, ou seja, um pouco de sombra naquele momento e um
friozinho da serra também.
Depois, subimos uma rocha e trilha que continua. O próximo
atrativo foi uma rocha no formato de Poltrona, de um ângulo tem o visu do
Agulhas e por outro ângulo, o Prateleiras. Uns clicks necessários e já estávamos
avistando o Prateleiras mais de perto e assim seguir pro segundo trecho um
pouco mais exigente, o de subir até a base do prateleiras. Mas enfim, vimos
crianças fazendo essa trilha também, é preciso muito cuidado, mas realmente é
possível. Ao chegar na base, foi tempo de uma pausa a mais.
Antes de subir esse trecho, pudemos perceber a quantidade de visitantes naquela parte, ouvimos que em apenas 1 grupo havia mais de 40 pessoas. Logo imaginamos a organização de tal empreitada, porém anteriormente a trilha foi feita com um público mais razoável, já neste ponto a montanha ficou com mais barulho. Tudo joia também! Prendendo a atenção agora mais pra direção da rocha do Prateleiras, deu pra perceber a dimensão da natureza ao ver um grupo descendo de rapel, minúsculo lá ao longe, um único destaque para a corda que usavam, aquela cor chamativa de verde fluorescente rs.
Dali decidimos seguir em direção ao Abrigo Rebouças, ou
seja, voltar pra estradinha de terra no intuito de completar o circuito, o
cansaço já batia ali, até pelo acumulo de ter viajado e já chegar pra trilhar.
Minha água já tinha acabado e eu ia repor lá no Abrigo mesmo. Se quiséssemos ainda
poderíamos esticar a travessia e continuar pra mais atrativos, mas a volta era
mais prudente naquele momento. Eu mesmo já tava satisfeito e dias depois voltaríamos
pra fazer a Pedra do Sino via Circuito dos 5 Lagos.
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Circuito |
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Dados |
Quando atingimos a Abrigo, reabastecemos de água, fomos no
banheiro, fizemos um lanche de leve já pra encarar os último 3km até o
estacionamento. E foi assim que finalizamos um belo circuito com 12,8 km num parque
que não para de surpreender os amantes das caminhadas.
Tmj, Pé de Natureza!
Pico das Agulhas
Negras – Parque Nacional Itatiaia – MG/RJ (2019)
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/11/pico-das-agulhas-negras-parque-nacional.html
Pedra do Altar e
Morro do Couto – Parque Nacional do Itatiaia (2022)
https://pedenatureza.blogspot.com/2023/04/pedra-do-altar-e-morro-do-couto-parque.html
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