Pico das Agulhas Negras – Parque
Nacional Itatiaia – MG/RJ
30-31/10/2019
Hey! Hoje segue um breve relato da
subida ao Pico das Agulhas Negras, o 5º ponto mais alto do Brasil, de acordo com
dados do IBGE (alt.2791m), e que se situa no Parque Nacional do Itatiaia, o
primeiro parque de conservação a ser criado no país e isso foi em 1937. O
parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) sendo um dos berços
do montanhismo contando com vários picos no ranking das montanhas mais altas
brasileiras, faz parte então da famosa Serra da Mantiqueira.
É importante frisar que o
acesso ao Pico das Agulhas Negras, assim como às Prateleiras, deve se dar com
acompanhamento de guia e equipamentos de segurança. Contudo, existem outros
picos e atrativos para serem visitados no parque (Morro do Couto, Pedra do
Sino, Asa de Hermes, Circuito 5 lagos, Pedra do Altar, etc.), lembrando que estou tratando da
parte alta, o planalto do parque.
Nessa parte do parque a logística
para ir de ônibus é um tanto complicada, percebi nas minhas pesquisas que se
deve ir até Itamonte e de lá contratar um táxi para levar até a entrada Posto do
Marcão. Parece-me que Itamonte está a 20km da Garganta do Registro, que fica a
13km da portaria parte alta. Enfim, pra ir a pé se torna difícil.
Com isso, eu me juntei ao
grupo Aventureiros Anônimos, que é uma agência de viagens focada sobretudo no
ecoturismo. Desde já recomendo o serviço deles, pois tive uma boa experiência
com eles, tudo correu bem planejado, organizado e com preço justo. Custou
R$199,00 um bate volta saindo do Tatuapé em SP, na noite de 30/10, para chegarmos
na portaria umas 04h15 da manhã (31/10) e voltar no mesmo dia.
A ideia de fazer uma trilha no
meio de semana me possibilitou de ir, geralmente aos fins de semana não consigo
participar, então essa foi mais uma deixa pra eu seguir junto com os
Aventureiros. O grupo era reduzido, estávamos em 6 pessoas, assim a viagem ocorreu
sem maiores problemas e de forma confortável na van própria da agência. Fizemos
uma parada de 20 minutos pra então chegarmos na portaria e poder descansar um
pouco até a abertura do parque, que seria às 7h00 da manhã.
Acordamos, fomos ao banheiro e
após preencher uma ficha fomos autorizados a ir de van até o abrigo Rebouças,
poupando então alguns km de caminhada. Tem uma concessionária (BR parques) que
auxilia em algumas questões do parque e estão cobrando o estacionamento agora,
(sobre isso ver mais infos no site do parque, aqui).
Agora
bora trilhar!
Por volta das 07h20 demos início
à caminhada, uma trilha bem demarcada passando pelo abrigo Rebouças, sem
maiores dificuldades. Sempre trilhando com cuidado para não esmagar os sapinhos
que vivem em meio à trilha e quando percebem a aproximação de alguém eles meio
que se desesperam e não dá pra prever pra que lado vão, são bem pequeninos
mesmo e representam o símbolo do parque.
Ao passar por uma espécie de
barragem/reservatório a referência a seguir (depois de 1km) é uma ponte pênsil
sobre o Rio Negro, - outra característica do parque é que possui algumas
nascentes que acabam por drenar para grandes bacias hidrográficas, tal como o Rio
Grande, afluente do Rio Paraná. Nesse trecho ainda com navegação bem tranquila,
passamos por uma bifurcação e por um riacho onde é possível carregar os cantis
e as garrafas, dali já estamos perto da base das agulhas negras.
Chegamos na base com menos de
1 hora de trilha, a partir de então acabou a “brincadeira”, foi preciso usar as
mãos nas sucessivas escalaminhadas e ter muita atenção na aderência dos pés nas
rochas, sempre no sentido de evitar escorregões e quedas. Existe uma orientação
para seguir, mas não é uma trilha demarcada especifica, a gente ia trilhando e
fazendo caminho sobre as rochas de acordo com a intuição de cada pessoa. Ao
passarmos dois paredões sem a necessidade de uso de corda, eis que chegou um
ponto onde a subida se dá de forma segura por corda. Nesse paredão ainda tem a
opção de contornar por um caminho mais longo e bem perigoso, no caso foi esse
que o guia me levou já que eu não estava preparado pra subir o paredão pelas
cordas, até tentei, mas faltou jeito e força nos braços pra aguentar e confiar
no meu peso rs.
Depois nos embocamos a subir
por uma fenda entre a montanha, sempre com cautela e seguindo as dicas dos
guias. Adiante, passamos por outro trecho de corda, agora mais tranquilo pra
subir, porém ainda perigoso. Bastou mais alguns minutos para que pudéssemos
estar no topo do Pico das Agulhas Negras, após muito suor derramado e muita
força despendida na natureza. Um total de um pouco mais de 3 horas de subida
desde o abrigo Rebouças.
Durante todo o trajeto tivemos
um tempo aberto podendo ver que cada vez mais o nosso horizonte se ampliava, no
entanto, bastou chegar ao topo que as nuvens foram chegando e por vezes surgia
uns pingos de chuva. Bom, o risco de chuva era fato já que estávamos no final
de outubro e não deu outra, por volta das 11h30 a chuva veio pra valer e assim
colocou mais um desafio na nossa trilha de volta. A paciência mais uma vez se
tornou virtude, mesmo com o frio e o risco muito maior de escorregar prosseguimos,
pois não tinha outra opção, ainda bem que contávamos com o apoio dos guias. Num
momento eu imaginei se tivesse sozinho a enrascada que eu estaria metido rs.
Na volta a exigência dos
braços foi muito maior e nos paredões que tínhamos subido a pé, descemos de
bunda no chão e apoiando a sola nas fendas para não escorregar ladeira abaixo. Em
alguns trechos a tensão aumentava, pra mim foi mais no rapel tive que descer
bem na calma. Por fim, acabou que tudo deu certo e a chuva acabou servindo de
mais uma pitada de um bom sabor que é o de subir montanhas e poder contemplar a
natureza!
Pé de Natureza! E nóis!
Guias: Ward e Daniel
Participantes: Heloísa,
Jessica, Junior e eu.
Obs3: Na Garganta do Registro
se tem diversas lanchonetes onde se vende muitas coisas, tais como: Queijos,
Pimentas, Pamonhas, Cachaças, Doces, enfim uma variedade e diversos lanches também!
Fotos:
região das Prateleiras |
depois da base, primeiro paredão |
vamos subindo pela fenda |
famosa escalaminhada |
subida com sol |
mais outro lance |
quase chegando |
na cautela quase lá |
eis que cheguemo no topo |
me preparando pra foto no cume |
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
Parabéns pela conquista e obrigado pela confiança. Tamo junto ;)
ResponderExcluirEu que agradeço a vc Daniel. Tmj até uma próxima. Abs.
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