terça-feira, 27 de junho de 2017

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP
30 / 31 de maio 2017



Da primeira vez que fui pra São Francisco Xavier, fiquei sabendo do Pico Queixo D'anta, que fica distante 10 km do centro, e vale lembrar que São Francisco é um distrito de São José dos Campos, interior de SP. O ponto culminante do Queixo D'anta tem em torno de 1700 metros de altitude.

Lugar ideal pra um bate-volta com pernoite, ou até mesmo para acrescentar aos outros atrativos em SFX. Então fui eu pra mais uma caminhada em meio à natureza.

---*São Francisco Xavier é um pequeno distrito de São José dos Campos SP e está localizado entre as montanhas da Serra da Mantiqueira. Com o passar do tempo o turismo no local foi crescendo por seus encantos naturais como cachoeiras, rios, trilhas, montanhas, picos de altitude, fauna e flora preservadas.---

Pra voltar em SFX eu tinha me programado pra ir nesse pico e emendar com outros atrativos, mas como o tempo foi justamente pra um bate-volta, decidi fazê-lo isolado. Aquela velha folga de Terça-feira não passou batida e sem nada pra fazer. Acordei de madrugada, ajeitei a mochila e recolhi as informações do local. Assim, logo cedo sai de casa, a previsão não falava de sol, mas do mesmo jeito não falava de chuva, então eu fui.

No Terminal Rodoviário do Tietê, embarquei no ônibus sentido São José dos Campos (R$32,14), que partiu às 6:00 da manhã. Em menos de duas horas cheguei na rodoviária de São José, ainda tive tempo pra tomar um café reforçado e parti no ônibus das 8:00 horas sentido São Francisco Xavier (R$8,45) (link da linha aqui). A viagem durou em torno de uma hora e meia, desci no ponto que dá acesso à estrada até o pico. (aqui).

A partir de então foi uma pernada legal. O tempo estava nublado, mas com um clima quente. Logo no inicio, uma placa mostrou a direção seguindo à direita e foi só seguir subindo e subindo. Uma outra bifurcação veio, mas bem depois de quase uma hora caminhando (foto 2). Depois dessa bifurcação a estrada ficou mais fechada e não tinha subida, mas antes teve alguns trechos pesados e íngremes. Se for de carro e tiver chovendo, tem o risco de não subir.

Uma região montanhosa de um verde bem lindo, no caminho vários pés de limão e mexerica. A cada parada para respirar fundo, via-se diversos pássaros. Os bois e as vacas, do outro lado da cerca, ficavam só de olho. Quando deu 11h15, cheguei no sítio onde eu iria acampar e onde se dá acesso ao pico. Eles cobram uma taxa de conservação de R$20,00 e o camping foi R$20,00 também. Não tem banho e nem refeição, é mais para acampar mesmo. Como eu tava sozinho e eles estavam com visitas, fechei de jantar com eles. Agora pensa numa comida boa? Pensa aí, pois aquela janta foi demais. Assim como a recepção muito boa da dona Ricardina e seu Janildo.

Mas antes de jantar ainda tinha a subida, montei a barraca e levei na mochila só o necessário. Meio dia iniciei a subida. Eu tinha na minha cabeça que seria algo bem de boa, porém me deparei com trechos difíceis, que exige um certo preparo e uma vontade a mais de subir. Foi subida demais, na primeira hora foi por uma trilha íngreme mas bem batida, passei por um ponto de água. Na segunda hora, foi o trecho de maior dificuldade, tendo diversas escalaminhadas que não acabavam mais. Fui me aliviar quando chegou um ponto de referência, uma pedra enorme indicava que o pico estava chegando. Ainda continuei...

Eis que às 14h00 cheguei no topo do Queixo D'anta, ufa! Foi uma atividade e tanto. O visual tava fechado, aparecia possibilidade de abrir e de fato abriu um pouco, mas isso após um cochilo que tirei lá em cima. Foi um sono abençoado, que revigorou pra eu continuar a apreciar o local. Quando deu 15h50 era hora de voltar, encarei as descidas íngremes sempre com o apoio das mãos. De fato foi mais rápida a descida, apesar de ter feito bem na cautela pra evitar acidentes. Então, às 17h00, eu já estava no camping de volta, deitei de cansado e veio um dos cachorros do sitio me dar boas vindas. Normalmente ele sobe com o pessoal, mas não quis ir comigo porque tinha visita lá, paciência!

Só de pensar que eu tinha a intenção de subir 2 vezes, mas quando vi que exigia um certo esforço só subi uma mesmo. O dia seguinte fez um dia de céu limpo, o visual lá em cima deveria tá impecável, mas mesmo assim curti demais. Vale a pena!!!

Péde natureza sempre! É nois!

Primeira vez. Travessia São Francisco Xavier x Monte Verde
http://pedenatureza.blogspot.com.br/2017/04/de-sao-xico-monte-verde-cachoeira-pedro.html

Saiba mais:
http://www.trilhadeiros.com.br/relatos/relatos/pico-do-queixo-da-anta

http://www.mochileiros.com/viewtopic.php?f=765&t=77228

http://trailsandtravels.com.br/bate-volta-queixo-anta-sfx/

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=13207551

*trecho de um folder

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Fotos:











segunda-feira, 26 de junho de 2017

Pedra do Sino (PARNASO) - Teresópolis - RJ

Pedra do Sino (PARNASO) - Teresópolis - RJ
(16/05/2017 até 17/05/2017)




Uma trilha que nos remete ao passado, assim como várias existentes, nos faz imaginar e nos conectar espiritualmente com os ancestrais que passaram por ali e abriram muitos caminhos. Os nativos indígenas e os africanos que foram escravizados. Apesar de se ter diversas homenagens à família imperial, vide o nome da cidade que é uma homenagem à Teresa Cristina, esposa do Pedro II, esforço-me sempre para ir além desses personagens; e por que não refletir como viviam os Índios Timbiras, por exemplo?

Essa foi a minha primeira vez no Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO), que é uma unidade de conservação bem extensa, contando com três sedes e com diversos desenhos montanhosos da serra, daquilo de belo e exuberante que a natureza nos oferece. A Pedra do Sino, com seus 2275 metros de altitude, faz parte de uma das travessias mais bonitas do Brasil, a Petrópolis x Teresópolis (Petrô x Terê).

Fui sozinho, aproveitando 2 dias livres e fiz a trilha para a Pedra do Sino com um pernoite no Abrigo 4. É necessário agendar previamente através do site do parque.(aqui) Pra chegar até lá, fui de ônibus mesmo, confira como foi.

Agendamento:

Especifiquei o tipo de trilha que eu iria fazer, existem pacotes já prontos pelo próprio site, no caso eu escolhi a Trilha Pedra do Sino com uma Pernoite numa beliche do Abrigo 4. Inclui no pacote um banho quente, que ficou só no pacote mesmo; contarei mais abaixo. O pagamento foi feito pelo Pague seguro. 


Preços:
- Trilha da Montanha 16/05/2017 - R$ 26,00
- Trilha da Montanha 17/05/2017 - R$ 2,60
- Beliche Abrigo 4 - R$ 40,00
- Banho quente - R$ 15,00
- Taxa de conveniência - R$ 8,36
Total: R$ 91,96

Como cheguei ao Parque:

Pela empresa 1001 (aqui), sai do Terminal Rodoviário do Tiete e embarquei sentido Terminal Rodoviário Novo Rio. Preço: R$90,00 - Horário: 00h15

Pela empresa Viação Teresópolis (aqui), saí do Terminal Rio e parti pra Teresópolis. Mas desci depois do parque nacional serra dos órgãos, lembrando que é na sede e não na subsede um pouco mais abaixo. Preço: R$35,00 - Horário: 08h00

Na trilha:

Na portaria, mostrei as fichas e logo segui subindo. Nesse trecho é todo asfaltado e vai saindo várias trilhas. Pra chegar à trilha da Pedra do Sino são 3km. Uma caminhada de leve com ambiente bem arborizado. O zigue zague já começa, mas de forma bem mais sutil do na trilha propriamente dita. Não marquei o tempo desse trecho, sei que foi em menos de uma hora. 

Olhei a hora e era 10:45 quando iniciei a tão esperada trilha. Antes, passei no banheiro, me arrumei, e também enchi a garrafa e o cantil de água. A trilha se iniciou um pouco íngreme e com navegação dificultosa devido se ter diversas rochas no caminho. Também não é nada tão difícil, basta ter cautela e ir aproveitando cada passo, cada suspiro e cada barulho no meio da mata que vez em quando rompe o silêncio natural. Com 45 minutos, cheguei ao primeiro ponto de referência, a Cachoeira Véu de Noiva. Ali fiz uma parada de 10 minutos. Estava um tempo friento, então não me pus sob a queda, apenas a visualizei e molhei meu rosto com a água de seu poço. Água límpida, queda bonita e de vista pra um morro de frente. 

Segui a caminhada de leve, o trecho ainda continuou acidentado, mas pra depois de 15 minutos mudar para trilha mais batida e com inclinação mais suave. O que aumentou foi o zigue zague, e parecia que não acabava mais. Como eu não tava com pressa e queria mesmo aproveitar cada momento, a hora foi passando rápido. Nesta parte a trilha era toda fechada, e mesmo quando abria para algum visual a neblina não deixava ver nada. De fato eu acho bem melhor caminhar quando se tem um visual de vez em quando, pois isso dá um incentivo a mais pra continuar. 

Fiz a segunda parada após uma hora e dez minutos desde o primeiro stop na cachoeira. No relógio era 12h50. Comi um doritos e umas barras de cerrais. Sentei brevemente numa rocha e depois de 10 minutos continuei a pernada. O trecho continuou tranquilo, demarcado e com diversas curvas. Nesse momento continuo bem abastecido de água, ainda da que eu abasteci 20 minutos depois de passar pela cachoeira.

Às 14h20 fiz outra parada, eu tava contando ser a penúltima. Eu tava num descampado, realmente tinha percebido a mudança da vegetação, mas como tava com muita neblina, não reparei que ali já era o trecho final. Na real eu só percebi porque quando eu voltei a caminhar o tempo abriu um pouco e pude visualizar o abrigo 4. Na hora a euforia tomou conta novamente. Como tava guardando energia pra mais pelo menos duas horas, então acelerei o passo. E melhor ainda, o tempo tava sinalizando que iria abrir, mas ainda restava duvidas. Independentemente disso, segui firme e forte.

Eis que cheguei ao abrigo 4 às 15h10, junto comigo chegou um pessoal que veio da travessia iniciada em petrópolis. Apresentei-me pros monitores, mostrei a ficha e já fui escolher meu lugar nas beliches. Separei o que eu ia levar pro ataque da pedra, fiz um miojão com pão, comi mais umas barras de cereal e às 15h40 parti rumo ao sino.

20 minutos depois lá estava eu no topo do topo. Bastante contente com a realização, com certeza foi um passo enorme pra mim. Não foi fácil, cheguei de viagem e já fui direto, desde a portaria a pé. Mas a disposição venceu, e pra quem gosta, não tem erro é só curtir. Mesmo com o tempo ainda fechado de nuvens, a expectativa era de que abrisse mais perto do fim da tarde. Tudo indicava para isso e não foi diferente. Após 40 minutos o sol pode mostrar sua imponência sobre uma região mais que privilegiada. As transformações eram constantes lá em cima, o mar de nuvens transitava a todo momento e diferenciando de várias formas as visões, os visuais. O vento era forte e frio, por isso eu estava bem agasalhado, com luvas, toca. Se não prestar atenção no frio vai passar perrengue, tanto lá em cima quanto no abrigo. Faz muito frio à noite. 

De volta pro abrigo 4 já de noite, era só aguardar o banho e capotar. Troquei um pouco de ideias com os outros montanhistas, mas como estava exausto não participei muito da roda de conversa. Eu já deitado esperando a hora do banho, escuto uma discussão. O pessoal que tava aguardando o banho teve a notícia de que só viria o gás às 22h, pois tinha um homem trazendo o botijão lá da sede. O fato é que o funcionário não soube explicar direito o que tava ocorrendo e as reclamações foram feitas com razão, todos nós tínhamos pagado adiantado por aquele serviço pra chegar lá e ter esse descaso? Eu ainda tinha feito um bate-volta, agora imagina quem veio da travessia? A situação piorou quando o monitor disse que já não tinha hora pra chegar e que talvez nem chegasse rs.

De fato não chegou, também nem paguei pra ver. Como estava frio, dormi sem banho mesmo, pois encarar água gelada ali nem pensar. Na madrugada o frio não deu trégua, a temperatura fica baixa de verdade. Dormi tranquilo e acordei umas 6 da manhã, quando fui pra cozinha fazer um café o monitor veio e disse que não podia usar antes das 8h devido à lei do silêncio rs. Acatei numa boa, mas por bem dizer ele não tinha mais moral nenhuma ali pra falar o que é regra ou compromisso, mas enfim, não tirei minha paz e deitei de novo.

O daora foi quando eu vi na descida um botijão bem onde era o antigo abrigo 3. O cara tava subindo mesmo, mas alguma coisa aconteceu que ele desistiu rsrs. Pelo menos os monitores perderam a fama de mentirosos. Agora, pra subir tudo aquilo com um botijão nas costas, haja força, hein?...

Trilhas dos Parque:

Trilha Pedra do Sino
Extensão: 11000 metros (ida)
Classificação: Pesada
Duração aprox.: 5h

Trilha 360:
Extensão: 2600 metros 
Classificação: moderada
Duração aprox.: 2h30 min


Trilha Suspensa

Extensão: 1300 metro (ida)
Classificação: Leve
Duração aprox.: 30 min


Trilha Mozart Catão

Extensão: 1050 metros (ida)
Classificação: Moderada
Duração aprox.: 40 min


Trilha Cartão Postal

Extensão: 1200 metros
Classificação: Moderada
Duração aprox.: 50 min

Até a próxima!!!


Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


Fotos:
Percebi que tava chegando

cheguei no cume

muito loko

Tempo neblinado e o marco do cume

liberdade sol

hora de fotos

que cena!!!

mais loko

o mar de nuvens

tá quase nos deixando

portal se abriu

que é isso?

Indo embora no dia seguinte

Não teve banho quente

me despedindo

pega a visão...

Cachoeira Véu de Noiva


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