quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Cachoeira da Usina Capivari via Jamil - Marsilac - SP

Cachoeira da Usina Capivari via Jamil - Marsilac - SP
Fevereiro 2017

Ainda é verão na parte sul do hemisfério, e por ser a estação mais quente consegui pegar um dia típico de verão, ainda tive a sorte de não contar com as pancadas de chuva à tarde. Digo sorte principalmente devido a uma parte da trilha ter que ser cruzada pelo leito do rio e se chovesse aumentaria o nível d'água.

O plano era basicamente conhecer e acampar na Cachoeira do Jamil e no dia seguinte ir pra Cachoeira da Usina, ambos em Marsilac, distrito de Parelheiros. Perdi um dia para resolver algumas coisas que estavam pendentes então ao invés de dois dias e meio, tive um dia e meio. Mas correu tudo tranquilo, aproveitei em um dia pra ir aos dois destinos e retornar ao camping pra descansar. 

Cachoeira do Jamil

A Cachoeira do Jamil é na verdade um complexo com cachoeira, corredeiras e conta ainda com uma prainha bem tranquila no final da propriedade. De infraestrutura bem simples, com ar típico de interior e paisagens belas, o camping é um bom lugar pra contemplar a natureza na paz. 

Por volta das 09h00 de uma terça-feira, fui recepcionado pelo Jamil e após as apresentações fiquei sabendo um pouco da história do local e um pouco do que já ocorrera por ali. Na minha estadia por lá fui bem recebido e fiquei de boa até umas 13h00.

Pra chegar no camping eu desci no final do ônibus "6L05-Barragem" que saiu do Terminal Parelheiros. As 07h30 comecei a caminhada depois de ter comido um lanche no bar de esquina bem de frente onde desci, abandonei o asfalto pra já se ter uma estrada de terra e após duas placas indicativas das cachoeiras e antes de passar a terceira placa virei a direita pra seguir por uma estrada bem mais 'tranquila'  por durante uma hora até sair na linha da EE sorocabana que vai pra Santos. Ao chegar nessa ferrovia, segui sentido a estação Evangelista de Souza (desativada), antes de chegar na estação virei a esquerda e após uma subida de 10 minutos vi mais placas indicativas dizendo faltar apenas 2km até a cachoeira do Jamil.  A partir daí foi só seguir as placas sem erro. É sempre bom levar um mapa junto.

Cachoeira da Usina

Já sem muito peso nas costas, mas sob um sol forte comecei minha caminha pelos trilhos do trem,  no mapa apontava em torno de 7km até a cachoeira. De início um pouco de receio e também dificuldade pra se acostumar a andar pelos trilhos, coisa que depois de 15 minutos já estava bem apampa, só bem atento onde eu pisava. No inicio teve alguns acostamentos, mas logo se acabou e teve que ir pelos trilhos mesmo. A paisagem é sem palavras, um contraste muito loko entre os trilhos e as arvores, até quando se passava algum trem de carga era bacana, apesar de fazer um baita barulhão e ter vagão que não acaba mais. Após passar a primeira ponte tinha um pessoal trabalhando na manutenção do trilhos, passei rapidamente deixando um breve salve.

Depois de uns 40 minutos a caminhada se torna cansativa, pois o sol tava rachando, mas foi questão de 10 minutos e cheguei no inicio da trilha (foto 9), quando se avista a parte direita do túnel já se vê a trilha à direita com um corredeira ao lado. Um pouco antes teve uma placa dizendo que faltava 200 metros para chegar no túnel, ao avistar essa placa já fiquei atento.

Depois de me embocar na trilha a sensação foi demais, trilha bem batida e um ar bem típico da serra do mar, um frescor tomou conta do corpo e o fôlego renovou. Eu pensava a todo momento de como estaria o rio que eu teria que cruzar mais à frente. Foi coisa de 20 minutos e chegou a hora da ponte, por cima não dava pra passar então fui por baixo mesmo, algumas cordas ajudavam a travessia que apesar de perigosa foi tranquila. Agora, o risco de escorregar ali é bem visível, atravessei no cagaço e depois que atravessei fiquei pensando na volta que não poderia chover rs. 

Logo fui passando por uma casas abandonadas, após passar por uma clareira pra acampar, segui a trilha da esquerda, o som do rio já estava a mil e de primeira já presenciei algumas quedas, uma delas parecia ser uma barragem e as outras naturais. Fui seguindo o leito do rio pelas rochas com muita cautela, pois escorregar ali é risco de morte na certa.  A tranquilidade do canto dos pássaros teve espaço para o alto som das águas do rio capivari, bem forte!

Ao chegar no topo da cachoeira o visual era esplendido, olhar aquela baita queda de lado formando um arco-iris bem lá embaixo onde as águas batiam com toda agressividade natural nas rochas, foi a recompensa de todo o esforço. Ao visualizar a natureza de frente tem todo panorama da paisagem local com diversos picos arborizados. 

Fiz a pausa pra um lanche e pras fotos. Voltei e fui pra outra trilha e ao enxergar a cachoeira por uma fresta me contentei e evitei de descer a trilha aquela tarde, já fica uma pedida pra próxima. Pois a pressa ali poderia causar um escorregão e sozinho ali seria difícil se recuperar. E sempre o receio da chuva que por sorte não veio.

Na volta fiz o mesmo caminho, foi tudo sob controle, só o cansaço que veio então diminui o ritmo e fiz mais paradas de descanso. Esse lugar com certeza foi uma aventura bem bacana, pretendo voltar mais vezes, pois querendo ou não moro aqui no extremo sul da cidade de São Paulo. Sim, tudo isso foi em sampa ainda.

Preços: Condução ida e volta- R$07,60 / Camping R$30,00

Pede natureza, pé nos trilhos! 

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Fotos e vídeo abaixo:




















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