Salve, leitores!
Hoje vou relatar minha ida pra região de Campina Grande do Sul, onde se encontra o maior pico da região Sul do Brasil: o Pico do Paraná; e se situa também o segundo mais elevado do Sul: o Pico do Caratuva, foi nesse último que eu fui! No conjunto Ibitiraquire.
De férias, então é hora de andar pelas belezas das montanhas. Para preparar essa viagem preferi não investir de vez no Pico do Paraná que demandaria uma trilha de pelo menos 5 horas e acampar no alto da montanha. Algumas condições materiais ainda me faltam pra acampar nas alturas e também de fato eu não estava afim, lógico que então iria perder uma parte do espetáculo, o nascer do sol. Dias antes eu tinha ido ao Pico da Bandeira e andei bem em tal trilha, a decisão então foi fazer o Pico do Caratuva onde eu poderia subir e descer no mesmo dia aproveitando com muita tranquilidade o role.
Então, basicamente, o roteiro foi:
11/07- Chegada na Fazenda Pico do Paraná à tarde, armar acampamento e curtir a Cachoeira Arco Íris.
12/07 - A subida ao Pico Caratuva
13/07 - Voltar pra SP de ônibus na parte da manhã.
Quinta-feira, 08h00 da manhã, lá vou no ônibus sentido Curitiba, Viação Kaissara, (R$72,00 - jul/19), a mochila carguerinha vem comigo pro assento, já que o plano é descer no meio da Regis Bitencourt (BR-116), mais precisamente no km46 (contagem do lado PR - link aqui). Por sorte tinha a última poltrona disponível e assim pude colocar a mochila atrás do banco. Em seguida o motorista deu as boas-vindas e anunciou a previsão de viagem de um pouco mais de 6 horas contando com uma parada em Registro-sp de 30 minutos. Viagem tranquila e eu sempre de olho nas quilometragens com atenção redobrada depois da parada, às 13h35 desembarquei de boa no ponto km46 após passar a ponte do Rio Tucum que fica 2km antes do Posto de Gasolina Mahle (km48). Atravessei a rodovia pra já ter de cara a entrada pra estradinha que leva ao bairro Terra boa, ou melhor, sentido Fazenda Pico do Paraná.
Depois de tudo ajeitado, às 13h45 foi a hora de iniciar a caminhada por estrada de terra. Nas minhas mãos não tinha nenhuma referência, pois todos relatos que li diziam haver placas indicando o caminho das fazendas nas poucas bifurcações ao longo do caminho, que era de um pouco mais de 5km. Algumas subidas, poucas decidas. Pouco movimento até então, algumas poucas casas num ambiente bem tranquilo. Alguns caminhões passaram e eu pensei que eram com madeiras cortadas, mas depois vi que estavam trabalhando na estrada no intuito de estabelecer uma infraestrutura pro fim de semana que viria, pois ali ainda era quinta.
Algumas poucas paradas pra beber a água que eu havia trazido da viagem, outra parada para um clique num pássaro bem lindo, na verdade antes da foto eu me coloquei a admirá-lo um tempo e por lá ele ficou, pela imagem não sei se ele não havia feito uma refeição recentemente, enfim, tô só cogitando mesmo. Eis que às 15h00 dou de encontro com a recepção da Fazenda Pico do Paraná após passar livremente por uma pontezinha. Preenchi uma ficha, avisei do meu plano e paguei R$10,00 pelas duas noites de acampamento com banho. - nesse ponto há algumas tensões de outrora no que tange à esse acesso, nem questionei o preço que no caso pra acampamento tá barato.
Agora com relação à refeição, no meio de semana não serve, ainda bem que eu tinha levado uns lanches a mais, já que na real eu ainda tinha uma certa vontade de fazer o Pico do Paraná, então me preparei pra se caso na hora eu decidisse acampar lá na montanha. Será que na Fazenda Rio das Pedras serviria? Quando perguntei pro garoto da Fazenda Pico do Paraná que me atendeu, ele disse pra voltar os 3km de caminhada e tal. A mesma coisa disse sobre o sinal de celular pra um grupo que queria dar noticias aos familiares, mas lá ele tinha Wi-Fi, custava passar a senha? Mas falou pra voltar 1km pra encontrar o sinal.
Na verdade minha estadia lá foi bem tranquila, na real o fato é que sobre servir refeição não compensa mesmo fazer, pois o movimento em dia de semana é bem suave. E como tinha cerveja, comprei uma latinhas e fui curtir o fim da tarde na Cachoeira Arco Íris. A trilha para a queda é bem demarcada, autoguiada e demora por volta de 15 minutos desde a Fazenda. Foi um show mesmo. Gostei muito da cachu, já me trouxe a paz que precisava e me ambientou na calmaria de lá. O reflexo disso tudo, ainda foi uma noite lindíssima de céu muito estrelado e uma Lua a iluminar toda aquela região da minha barraca que estaria escura. Noite bela, bora dormir então!
pançinha rs |
Cachoeira Arco Iris - PR |
Acordei um pouco depois das 08h00, relativamente atrasado, mas como eu tinha desligado o celular não teve despertador. Mas nada daquele estresse do "vish, perdi a hora", muito pelo contrário tive uma hora de sono a mais, e outra, tinha muito dia pela frente ainda, já que a decisão foi mesmo subir o Pico do Caratuva. Assim se fez, e eis que às 08h30 iniciei minha pernada.
A subida já começa constante desde a Fazenda até se encontrar com outra trilha e, a partir de então, ambas sobem juntas. Nesse trecho inicial uma certa aclividade mas sem maiores dificuldades de trilhas, a cautela já se faz necessário ter presente no role, haja vista que paciência também é uma virtude na montanha. Com 15 minutos já se tem uma vista e depois com mais 15 outra panorâmica mais alta e mais aberta. De forma bem agradável e com um pouco mais de 1hora desde a base fazenda, cheguei no Morro do Getúlio, e aqui uma opção pra quem não tiver podendo encarar os picos que demandam maiores esforços.
Do Getúlio já conseguia ver o Pico do Caratuva bem de frente, e um pouco mais à direita o Pico do Itapiroca, desse ponto não se vê o Pico do Paraná ainda. Continuo a trilha, nesse trecho por ser próximo ao acampamento e por poder imaginar melhor o destino, parece que traçam algumas trilhas paralelas a que está mais demarcada, mas insisti em me manter na trilha mais caminhada. Adiante, às 09h50 chego na bifurcação de referência, onde à direita se vai para o Pico do Paraná e eu segui à esquerda, pro Caratuva.
Foi nesse momento que percebi a trilha se fechar mais e começar a apresentar alguns obstáculos. Passei então a seguir algumas fitinhas vermelhas ou as amarelas que serviram de orientação. Com isso, ao passar onde seria um ponto de água, que na ocasião estava seco, a pirambeira inclinou de vez e assim acabou a "moleza", a escalaminhada rolou solta. Minha única preocupação ali foi a questão da água, tive que racionar até o pico e ainda o lanche e a descida.
De fato foi uma subida que exigiu um pouco mais do corpo, porém foi tudo muito saudável, acredito que meu físico e psicológico estavam bem preparados para tal que nem senti nada, e eis que um pouco antes das 11h00 alcancei aquele belo cume. Vale frisar um grande detalhe, eu estava sem o peso da barraca e das coisas que deixei na barraca. Fiquei pensando... se eu fosse acampar no Caratuva como seria sem água. Desconheço informações de que naquela área do cume tenha ponto de água. Até curioso que durante a subida tem quatro pontos de deposito de recipiente de água, que no caso poderia ser utilizado em situações de incêndio.
No topo não encontrei ninguém, depois de um certo tempo passou um pessoal que vinha de outra trilha. Mas lá em cima foi só felicidade e a velha resenha de: fotos, visuais, reflexões, observações, lanches, descanso e despedida pra descer. Foram duas horas de vivência lá no topo e na descida avistei no total 6 pessoas, espalhadas em distintos grupos, subindo pro Caratuva. Os cumprimentos e os desejos de boa subida, pra adiante, um pouco depois das 15h, eu já ter estado de volta à base na Fazenda. Então foi me preparar com umas latinhas de amstel na beira da cachoeira até a noite chegar! Cantar e cantar...
Manhã do dia 13, acordei um pouco atrasado de novo rs, só que agora às 06h30. desmontei a barraca rápido pois tinha que tá na rodovia pelo menos às 08h00. Enquanto eu ajeitava a mochila pra voltar à rodovia, os carros iam chegando cada vez mais. E durante o trajeto percebi que o final de semana seria badalado de pessoas na montanha, ali consegui ver o porque deram um tapa na estrada, pois o fluxo ia aumentando.
Cheguei cinco minutos atrasado no ponto, mas como tinha um moço esperando, me aliviei. No entanto, os horários de ônibus não bateram. Um dos garotos da fazenda me disse que passava um às 9h, o outro garoto disse às 08h, num intervalo de quatro horas, muita coisa. Por isso me apressei. O moço no ponto tava esperando que passasse às 08h15, mas nada de nenhum deles. No caso eu tinha que ir pra Curitiba e de lá pegar um pra SP. Tinha duas opções: 1- ônibus direto pra Curitiba pela Viação Princesa campos. 2- ônibus até o Jardim Paulista, que é um terminal, e de lá pegar um busão até o terminal Guadalupe, que fica menos de 2km da rodoviária. (horários em anexo - jul/2019).
A sacada foi que, ao bater 08h45, nenhum dos dois tinham passado, tivemos a ideia de andar dois km até o posto Mahle e de lá obter maiores infos sobre os horários corretos aos sábados. Eis que com 10 minutos de caminhada e me passa o Curitiba da viação Princesa rs. Após os xingamentos de leve, decidimos apertar ainda mais o passo, pra então, em mais 5 minutos, chegar o ônibus pro terminal jardim paulista, mas nesse já estávamos perto do ponto de ônibus, então só foi dar aquele pique final. Ufa! Mas não terminava ali, a volta estava apenas começando. E eu? Mais um pouco revigorado, o esquema é alimentar mais ainda essa paz, apesar dos pesares de todo o cotidiano em geral rs. Fotos, fotos...
Valeu, é nóis!
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
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Chegando no topão! |
a gente vai contra corrente... |
meio suavão |
meio marrudo rs |
paz interior tem seu valor... |
pico do paraná, desfocado no fundo |
foco no Pico do Paraná, pra prox. |
A parte final, veja as antenas. |
horários circular - na semana |
horário circular aos sábados |
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!
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