Cachoeira dos Garcias, Aiuruoca - MG
28 - 30/01/2020
Muito embalado pelo som de
Durutti Column (Estoril À noite), fui descansar um pouquinho em meio à natureza de Aiuruoca.
Dessa vez o destino foi o Vale dos Garcias, vale lembrar que escrevi outro
texto sobre Aiuruoca quando visitei o Vale do Matutu, deixarei o link abaixo. Vale
a pena ler! http://pedenatureza.blogspot.com/2020/01/vale-do-matutu-camping-o-panoramico.html
Parti de São Thomé das
Letras bem cedo, pois o ônibus diário sai às 07h30 da rodoviária até Caxambu.
No caso eu parei em Cruzília porque ali logo em seguida já chegava um ônibus da
Viação Sandra com destino a Aiuruoca.
Cachoeira dos Garcias, Aiuruoca - MG |
Uma boa caminhada me
esperava quando desembarquei em Aiuruoca, lá pelas 11:15 da manhã. Assim, já
providenciei de almoçar no restaurante bem ao lado onde o busão parou. A comida
é muito boa e é self-service por R$16,00, lá eu também tinha almoçado da outra
vez que estive em Aiuruoca. Depois de muito bem alimentado, inclusive tive que
repetir o rango, pois a Abobora tava show de bola, dei inicio a pernada.
O sol estralava e meio dia
(12h00) eu comecei a seguir o caminho correto. Um pouco antes eu havia tentado
uma estrada indicada pelo google maps como um trajeto mais curto pra quem tá a
pé, no entanto, essa estrada dava em sítios apenas, se tivesse alguma ligação
para a estrada do Vale dos Garcias deveria ser por trilha. Decidi voltar!
Não perdi nem 20 minutos e
eu já estava orientado, agora ao adentrar a estrada do Vale dos Garcias não tem
erro e nem perigo de se perder, enfim o trajeto é sinalizado onde existe
necessidade e indica também as quilometragens. Pra quem vai de ônibus de
Caxambu x Aiuruoca, pode descer antes de chegar no centro, é bom avisar o
motorista ou o cobrador que com certeza saberão informar o local de descida. No
mais, é melhor ainda estudar bem o mapa de onde se pretende ir.
Acredito que por esses tempos
eu tenho me achado um andarilho contente, caminhando por belas paisagens e
curtindo minha paz. Mas para ir aos Garcias eu sofri um pouco rs. Foi aí que eu
vi o cansaço bater de vez, e uma pena não ter tido nenhuma caroninha no trajeto
todo. Bom, sei que era meio de semana, plena terça-feira, e eu tava de chinelo
e tal, mas mesmo assim valeria uma carona hein. Sei também que não se passava
muitos carros. Enfim, ao todo foram mais de 4 horas camelando sob o sol e muita
subida de fato e cada vez mais minha cargueirinha ia aumentando seu peso exponencialmente
rs.
Ao longo dos 3km iniciais, a
estrada se manteve em boas condições, digo isso mais pra quem tá de carro. Apesar
de que, no geral, é tranquilo subir a serra até os Garcias de carro. Talvez no
último quilômetro até a chegada do restaurante é que a situação complica mais.
Com quase 5km se chega numa
base do Parque Estadual Serra do Papagaio, é interessante parar pra deixar o
nome e fortalecer a visibilidade do parque. Quando eu passei estava fechado, se
não estivesse, eu faria uma pausa ali. A partir de então já se começa a ter
alguns calçamentos em locais estratégicos para subida, e assim vai se revezando
durante a subida.
Eu fiz umas cinco pausas,
caminhei na mais pura calma, pois não adiantava ter pressa, o jeito era
procurar esquecer que se estava exausto. Por vezes eu olhava para trás e o
visual esplêndido eu pude apreciar, além do Pico do Papagaio e sua serra se
tornar imponente à minha esquerda.
Quando passei pela pousada
canto das bromélias eu voltei a ficar mais de boa com a caminhada, dali faltava
uns 3km ou menos. Com a garrafa abastecida de água novamente, continuei mais
energizado a parte final.
No último km, já em
propriedade do restaurante, desci na calmaria até encontrar com a Camila, que me
atendeu e mostrou como funcionava o camping. Diária com café é R$50,00 e sem
café é R$25,00. As duas diárias eu fiquei sem café, pois o restaurante estaria
fechado na quarta-feira, dia seguinte da minha chegada. No entanto, não tive
problema algum, os funcionários foram muitos solícitos comigo, no sentido que
coaduna com o ambiente natural ao qual eles vivem. Só tenho a agradecer e
indicar pra quem quer ficar um pouco em paz.
O local é muito bem
estruturado e procura se encaixar em meio a natureza preservada, ao invés de eu
descrever vá conferir os perfis das redes sociais deles. Posso adiantar que se
pode almoçar com vista panorâmica da Cachoeira dos Garcias!
A Cachoeira dos Garcias
Não liguei pro meu aparente esgotamento
físico e, após montar a barraca, segui pra Cachoeira dos Garcias. Lá é tudo muito
bem sinalizado e tem suporte (corrimão) para descer a trilha. Bom, ali logo de
cara têm duas opções, a queda em si ou ir para a prainha. Nesse final de tarde
eu fui pra queda.
Controlando minha avidez,
mas chegou a minha vez e assim se fez o meu visitar a uma belíssima cachoeira,
forte, límpida e constante. Por vezes, direta, remediadora e alucinante. 30
metros de queda livre formando um poço incrível o que se denomina Ribeirão do
Papagaio.
O meu roteiro era
basicamente este e o dia seguinte inteiro eu pude contemplar estas belezas da
natureza.
O camping é lá no alto da
montanha, tem um visu super dez, inclusive ao anoitecer eu via diversos relâmpagos
ao invés de estrelas, e não deu outra que a chuva veio. De lei que minha
barraca molhou e tive que migrar pra um lugar coberto e largar a barraca, bem
na madrugada. Mas enfim, são ossos do oficio e no caso eu sempre carrego um
plástico pra cobrir a barraca, porém eu peguei o mais curto e não cobriu por
inteira. Ainda bem que dormi tranquilo mesmo assim!
***
Amanheceu e lá pelas 07h eu
voltei pra minha barraca, dormi mais umas 3 horas e depois parti para a
prainha. O sol não estava forte e permanecia a maior parte do tempo coberto de
nuvens. Mesmo assim me deslumbrei com o que vi na Prainha. Só não entrei na água,
nem me deu vontade. Apenas descansei bastante a meditar naquele templo natural
de todas as forças maiores. Adiante, fiz uma trilha e saí em outras quedas e
corredeiras. Tudo muito em paz!
Claro que tive voltar até a
majestosa Cachoeira dos Garcias e não foi só uma vez não, após o almoço também.
Também, tudo ali bem pertinho e eu já tinha caminhado bastante pra chegar até
ali, o jeito foi aproveitar e me energizar positivamente.
***
Nada como um dia após outro
dia, eis que à noite o céu estrelado se concretizou, não pude deixar de deitar
na grama com as luzes todas apagadas e curtir o momento. Eu estava relax no
nível máster rs. A volta foi feita ainda sob efeito dessa boa energia emanada e
concentrada também em mim. O visual pra se voltar para a cidade é bem mais de tirar
o fôlego, e além do mais o dia estava amanhecendo. Que show! A cada passo se
descobria mais e mais toda a serra do papagaio, agora à minha direita e por vezes na
minha frente. Se eu comecei a pernada um pouco antes da 06h00 da manhã, as
09h00 eu já estava tomando o café da manhã na padaria de Aiuruoca, no centro.
Ah e têm dois horários de ônibus
pra Caxambu, um às 10h00 (Viação São Cruz) e outros às 11h15 (Viação Sandra),
R$19,00!
Me parece que Aiuruoca não
está com um turismo massificado, não sei o que os locais acham, mas acredito
que seja bom, apesar de o turismo movimentar a economia, mas nem tudo é
dinheiro, é bom manter o equilíbrio em tudo!
Pé de natureza, até!
Fotos:
Jan/20 Cachoeira dos Garcias |
Jan/20 - vista do camping |
Jan/20 - prainha - garcias |
Jan/20 - de cima |
Jan/20 - após breve trilha |
Jan/20 - quase entalei aí |
Jan/20 - um dia assim |
Jan/20 - continuação gracias |
Jan/20 - casa maneira |
Jan/20 - de volta amanhecer |
Jan/20 - Serra do Papagaio |
Jan/20 - bem sinalizado |
https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
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