Janeiro de 2020
Quais máscaras usamos na
vida? Quantas são essas máscaras que cobrem nossas faces, moldam nossas
posturas e modificam nossas atitudes? Certamente um pouco que introspecção se
faz necessário para desvelar tais respostas, mesmo que não se alcance uma
exatidão. O procedimento de, em algum momento da vida, buscar se autoconhecer não
deveria ser tido como algo individualista e momentâneo, mas como uma forma de
vida. Por vezes, o retorno que se tem de
si é de uma pessoa fracassada em sua procura de liberdade, pois se está presa
nas emoções e sentimentos reprimidos, e que o auto isolamento acaba por afastar
o risco de manifestação dessas repressões. Bom, se caso em algum dia passar por
esse tipo de reflexão confusa e um tanto superficial, o fato é que visitar,
estar ou até mesmo morar em lugares dotados de magia e boas energias é o mínimo
que se pode fazer para amenizar os desequilíbrios contidos no ser.
Pico do Papagaio - Aiuruoca - MG |
Cada vez que subo uma
montanha eu me sinto uma pessoa melhor, são lições mínimas que a cada passo se
torna algo enorme apesar de imensurável. O destino da vez foi o Pico do
Papagaio que se localiza na fantástica cidade mineira de Aiuruoca. Fiz uma
postagem sobre o rolê anteriormente e aqui falarei mais sobre a minha subida ao
Pico. Vale lembrar que o Pico do Papagaio faz parte do Parque Estadual Serra do
Papagaio e pertence à cadeia de montanhas da Serra da Mantiqueira. O parque
abrange diversos municípios tais como Baependi, Alagoa, Itamonte, Pouso Alto e
o já mencionado Aiuruoca.
Existem algumas trilhas e
diversos pontos de base para encarar essa jornada, eu escolhi o Camping
Panorâmico, Vale do Matutu, de lá foram 7km até o cume, foi uma trilha bem
demarcada, sem muitas bifurcações difíceis, só que com um pouco de inclinação
acentuada logo de inicio, mas nada de muito técnico.
Acompanhado de alguns mapas
do wikiloc, que no caso tirei uns prints pelo celular, comecei a subida às
07h30 da manhã. O tempo aparentava instável, apesar de se ter ainda sol e
partes de céu azul. Na real, não é aconselhável ir na época que fui, no verão,
pois todos os dias estava chovendo na região e tomar chuva em montanha não é uma
boa, sobretudo com o risco de incidência de raios. Sendo assim, eu decidi ir
devido a uma janela de tempo com sol, mesmo sabendo que teria que ficar muito atento
a mudanças repentinas no ambiente.
No dia anterior troquei um
breve papo com o Odilon do camping e uma informação importante que me lembrei
foi que logo na primeira parte da trilha eu teria que atravessar uma casa, ele
disse que os cachorros latiriam bastante, mas que não iriam me morder. Ainda
bem que ele avisou porque se eu não tivesse esse alerta talvez eu desistisse de
passar ali rs. A trilha continua como se não tivesse a casa e logo depois uma
bifurcação mínima, a da esquerda é a trilha mais demarcada, a outra também sobe
e parece uma espécie de atalho, porém mais utilizada pelos cavalos da propriedade.
Subida firme durante um
tempo e logo já se tem as primeiras vistas da paisagem desse pedaço lindo do
sul de Minas Gerais. A vegetação avistada é de Mata Atlântica sendo que mais
acima terá a transição aos Campos de Altitude conforme a altitude se eleva. Vale
lembrar que se tem um desnível até que considerável nesses 7km de trilha, que
se aproxima dos 900 metros. Nisso a trilha continuou revezando por mata
mais fechada e algumas vezes passando por pastos.
Após 1 hora de caminhada
passei a ver a pedra de frente e então ia me aproximando de sua base, logo veio
uma placa indicando que faltavam 4,80km para o mirante e assim segui à esquerda.
A trilha permanece bem demarcada e agradável, e lógico que fui fazendo as paradas
necessárias para recompor o fôlego e as energias. Já próximo da base da rocha
se tem outra placa avisando que restavam 3,46km. Bora lá!
trilha continua à esquerda |
portal ou mini gruta |
Logo veio uma espécie de
portal ou mini gruta que aparece na direita, mas o destino é permanecer na trilha. Uma guinada para a esquerda. Bom, ao analisar
o mapa dá pra perceber que a trilha faz um contorno na grande rocha, então,
ao chegar à base da mesma não perca essa noção. A trilha se afasta um pouco da
rocha. E vai chegar o momento de encontro com outras trilhas e cada vez mais
vai unificando o caminho rumo ao Mirante do Papagaio.
Eu avistei muita jabuticaba caída na trilha, acho que era isso mesmo, não provei rs. Adiante, eu saí num
descampado e com uma vista para duas quedas em meio à montanha, cenário muito
lindo sempre a alimentar cada vez mais o fôlego do trilheiro. Depois cheguei nas
áreas de acampamento e agora já estou em direção à pedra novamente, trilha
demarcada ainda e com algumas placas indicando o caminho certo para cada
trilha, que foi muito útil para volta, já que se pode entrar em trilha
diferente, sempre vale estar atento. Tanto na ida quanto na volta!
quedas ao longe |
área de acampamento1 |
outra área de acampamento |
chegada no pico |
Eis que com 2 horas e 45
minutos eu atingi o Pico do Papagaio com seus 2105 metros de altitude com
relação ao nível do mar. O visual estava semiaberto na direção de Aiuruoca, no
oposto vinha marcada uma chuva e de fato não demorou muito, enquanto eu comia
meu lanche, após ter tirado algumas fotos, os pingos vieram até mim. Não teve
jeito e então com uns 30 minutos lá no topo eu tive que voltar. Protegi a
mochila e tudo o que não podia molhar e iniciei minha volta, ainda com um
lanche na boca. Mantive a calma, pois o trecho final tem umas rochas
escorregadias, sempre cautela e paciência. Se necessário utilizar as mãos ou
descer arrastando mesmo.
Bastaram 15 minutos e a
chuva cessou, porém preferi continuar a descida numa boa, já que se tinha essa
possibilidade do tempo virar de novo. Com isso pude curtir mais ainda a trilha
na volta, bem na calma, e cada vez mais satisfeito de estar ali, a adrenalina
da subida já não imperava tanto ali na volta e quando o cansaço bateu eu já
estava próximo do camping novamente. Desci com 2 horas e 10 minutos e ainda era
13h da tarde! Então ainda tive um bom tempo pra almoçar, tomar uma bela ducha e
curtir o Panorâmico da Pedra alcançada no dia! O desejo que fica então é o de
poder apreciar o Pôr do Sol ou o próprio nascer do sol após um acampamento, mas
aí tem que ser no inverno mesmo. Por ora é só gratidão e que boas vibrações
possam modificar minha vida pra melhor, lógico que sem querer ser ganancioso,
mas que eu possa tirar proveito dessas lições implícitas no ato de caminhar em
meio à natureza!
Até mais!
Dicas gerais para prática de trilhas na natureza!https://pedenatureza.blogspot.com/2019/01/dicas-gerais-para-pratica-de-trilhas-na.html
la city |
parte boa do visu |
direção aberta |
lado mais fechado |
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