Após trabalhar no feriado de
carnaval, assim que chegou quinta-feira, estava eu partindo rumo a uma bela
caminhada pelo Sul de Minas, na Serra da Mantiqueira. No total foram nove dias
de pura diversão, tranquilidade e paz rural. Fiz meu planejamento ao meu modo,
mas no decorrer do périplo eu soube que alguns trechos fazem parte do Caminho
dos Anjos, e eu estava o fazendo ao contrario. Bom, como eu já havia visitado e
me encantado por Aiuruoca, decidi começar por lá novamente e conhecer a Cachoeira
do Batuque. Segue um relato!
27/02/2020
- 06/03/2020 - Roteiro:
Dia
1:
Ônibus de São Thomé das Letras até Aiuruoca. Caminhada do centro de Aiuruoca
até a Cachoeira do Batuque. Pernoite no Abrigo do Batuque R$40,00 (Distância 9km)
Dia
2:
Abrigo Batuque em Aiuruoca até o centro de Alagoa. Pernoite na Pousada Pica-Pau
R$50,00 – (Caminhada de 25km)
Dia
3:
Cachoeira Zé Pena + Corredeira de Itaoca até a Pousada Casarão R$90,00 com café
e refeição (Caminhada de 20km)
Dia
4:
Pico do Santo Agostinho ou Pico do Garrafão – altitude 2380 metros (Caminhada
de 20km) Pernoite Pousada Casarão R$90,00
Dia
5:
Cachoeira do Facão e Cachoeira do Veloso – (Caminhada 7km) – Pernoite Pousada
Casarão R$90,00
Dia
6:
Cachoeira Ingá e Camping do Formigão Amarelo – Pernoite R$20,00 – (Distância
19km)
Dia
7:
Cachoeira do Escorrega (Caminhada 19km) – Pernoite Chalé Formigão Amarelo
R$20,00
Dia
8:
Descanso no Formigão Amarelo – diária R$20,00
Dia
9:
Ônibus para Itamonte centro (R$6,00)
Atrasado pra pegar o ônibus
das 07h30, saí praticamente correndo em direção ao ponto e cheguei no exato
momento em que o ônibus passava, só deu tempo de tirar a mochila das costas e
subir os degraus. Não deu 30 minutos e uma vontade horrível tomou conta de mim,
com aquele sacolejo todo, de repente, eu queria era urinar, foi aí que tive que
me concentrar até chegar em Cruzília, quase uma hora de puro desespero. Também
me vem um latão sem banheiro e eu estava sem jeito de pedir pra parar na
estrada, até esperei alguma deixa, mas depois de Sobradinho ninguém mais desceu
ou subiu. Umas 08h50 pensei em descer de vez e ir andando até Cruzília, mas
sabia que ia melar a viagem já desde o inicio, pois a previsão em Cruzília era
de chegar 09h10 e às 09h20 já saia um ônibus para Aiuruoca pela viação Sandra.
Contudo, aguentei e a minha
chegada em Aiuruoca transcorreu perfeitamente. Logo quando desembarquei, me pus
a almoçar no mesmo self-service de outrora, o Restaurante Central. Além de
comida boa é com preço justo: R$16,00. Vale a pena! Com isso, foi só seguir
caminhada até a Cachoeira do Batuque, essa cachoeira eu não havia visitado das
duas vezes em que estive em Aiuruoca e nesta ocasião eu fui direto e somente
pra ela, no que diz respeito a minha passagem em Aiuruoca.
Vou contar pra vocês que a
previsão do tempo não estava nada boa para se fazer caminhadas, os dias estavam
chuvosos e não costumo dizer que é um dia ruim, até porque chuva é sempre bem
vinda, uma dádiva, uma benção. Por isso eu disse que só não era apropriado para
as andanças, mas “era o que tinha pra hoje” e assim se fez. O jeito foi
proteger o que não podia molhar e bora walking and singing in the rain...
Segui sentido Vale do
Matutu, ou seja, pela rua à esquerda da Igreja Matriz até encontrar a estrada
de chão batido e após 5km, virei à direita, no local tem placas indicando o
Vale do Matutu e as pousadas, mais alguns metros adiante e tomei à direita
novamente pra chegar até o Abrigo Batuque. Fui bem recepcionado e mesmo na
chuva, eu parti pra Cachoeira do Batuque, distante uns 30 minutos do abrigo. De
cara, após passar uma porteira, começa uma subida num morro, daí se encontra
uma via mais demarcada e com 10 minutos se encontra a placa indicando o início
da trilha mais fechada até as quedas. Foram mais 15 minutos de caminho
autoguiado até se chegar na imensa, surpreendente e bela Cachoeira do Batuque!
Devido à chuva não fiquei
mais que 30 minutos por ali, e voltei pro abrigo. Bom, já devo adiantar que é
mais que indicado se hospedar no Abrigo Batuque.
Cachoeira do Batuque - fev/2020 |
acesso ao Abrigo Batuque |
subir o morro ida cachu |
virar à esquerda |
inicio da trilha, esq. |
Acordei cedinho, com tempo
nublado e uma garoa fina, aquele aspecto do dia que não dá vontade de nada
fazer. No entanto, eu tinha o anseio de caminhar, de pegar estrada, parecia um
remédio que tinha que tomar na hora exata, mas sem hora marcada. Bom, eu ainda
estava com uma “carga” pronta pra ser despejada a cada passo dado.
O dia prometia o trajeto
mais longo do meu planejamento, seriam pelo menos 25km do Batuque até o centro
de Alagoa. Assim, ainda com o sorriso na boca, comecei a pernada. Voltei, como
se tivesse indo pro centro de Aiuruoca, às 06h25, mas logo tomei uma curva
acentuada para a direita. As placas indicavam as distâncias até cada
bairro/povoado. Neste momento nem reparei muito e nem tirei uma foto, depois de
5 minutos eu pensei comigo que deveria ter tirado uma foto só pra ter uma
referência a mais.
Em todo esse trajeto eu tive
o Rio Aiuruoca como testemunha, ele sabe que com uns 14km eu tive que abandonar
de vez a ideia de andar com tênis e usei um chinelo. Liberdade para meus pés,
pois o calçado anterior estava apertado, após certo tempo de uso (meses) e não
laceou, uma pena. E com o tênis molhado agravou mais a situação, ainda acho que
demorei bastante pra trocar.
Passaram-se poucos carros
por mim, a estrada em muitos trechos estava em condições difíceis de percorrer
com carro. Bom, foi chuva por vários dias, e nesta ocasião não tinha sido
diferente. Mesmo assim a paisagem se fazia bonita em certos trechos, no Povoado
Tamanduá eu parei no mercadinho pra abastecer de alimentos, fiz meu lanche e
depois segui novamente. Já tinha se passado das 9h.
O meu ritmo era de boa, até
porque os trechos de lama não permitiam uma velocidade maior. Nesse momento eu
ainda tentava evitar me “sujar” muito. Ao chegar no Bairro Nogueira, fiz mais
uma parada. Na verdade eu não estava cansado e não se tem tantas subidas nem
descidas íngremes e logo me acostumei com a chuva no corpo.
Após atravessar o bairro de
Campina, que se mostrou um lugar bem bonito, diga-se de passagem, eu pausei de
novo. Sempre parando num abrigo ou ponto de ônibus e dessa vez do lado de uma
placa que indicava 5km pra chegar em Alagoa. Opa, quase lá!
12h10 eu já estava numa
subida, uma lotação escolar subindo também encalhou bem na minha frente, a
motorista abandonou por ali e continuou a pé até seu destino, o qual eu não
sabia, mas o carro estava vazio, não tinha estudantes. A ideia de tirar o
chinelo nas lamas mais profundas foi ganhando força até que uma hora já tava descalço
direto mesmo, porém sempre prestando atenção por onde pisava.
Passei o bairro Ouro Fala e
ao chegar no centro, depois das 13h, procurei a Pousada Pica Pau, ao tocar a
campainha uma senhora me atendeu, me apresentei e assim fechei a pernoite.
Corri pra um banho, pois eu estava todo enlameado e andava assim na cidade e
todos me olhavam, estranho rs.
Após uma boa ducha, fui
almoçar de fato no restaurante ao lado da pousada, chama-se Restaurante Pica
Pau. Agora, imagina uma comida saborosa... muito bom mesmo e era self-service
por R$15,00. Pra esse dia só descanso...
Dia 3
Mapa Alagoa até Zé pena: https://goo.gl/maps/SMueaH63SD1Tm1nH9
Mapa Zé Pena até Itaoca: https://goo.gl/maps/cSD1eh2ZtxPKpT2CA
Mapa Itaoca até Casarão: https://goo.gl/maps/4uBVk6PySQD5BfHQ9
Mais um dia nublado, mas
despertei empolgado ainda, além da expectativa de chegar à Pousada Casarão, eu
teria duas cachoeiras para visitar, a do Zé Pena e a Corredeira Itaoca. Com
isso, daria em torno de 20km de caminhada.
Voltei mais pro centrinho
até dobrar na rua Jose F. Ribeiro, já em estrada de chão, (barro e lama rs),
prossegui mais uma andança. Nesse dia eu já comecei a andar descalço logo de
cara, já não ia ficar me preocupando muito. Até a Cachoeira do Zé Pena, seriam
5,7km e uma bifurcação à esquerda. Na estrada eu passava por muitos pastos e o
silêncio imperava, só os pássaros cantavam. Ainda sem muitas subidas nem
descidas.
Eita Rio Aiuruoca que baita
companhia, com 3km veio a bifurcação e tomei o caminho da esquerda, tem até uma
placa e no fundo se avista mais um povoado. Assim, com mais 2km eu estava
próximo da cachoeira. O acesso fica atrás de uma casa, tem uma ruazinha de
acesso, nesse dia estava bem lamaceira mesmo. Ainda bem que tinha uns
trabalhadores e pude perguntar o caminho. Já digo que o acesso até a cachoeira
tava bem dificultoso, a grama do pasto alta, muita lama e pouca sinalização,
mas quando avistei a placa “welcome”, atravessei o curso d’água e na outra
margem consegui chegar na queda. Como a correnteza tava bem forte devido às
chuvas, só contemplei, comi meu lanche em pé mesmo, fotos e voltei.
atravessar o leito do rio |
Cachoeira Zé Pena |
O mesmo caminho, mas agora
eu ia virar à primeira esquerda pra seguir até a Corredeira Itaoca e passar bem
pelo povoado mesmo. Lugar muito simpático, não parei pra prosear mas acenava
cumprimentando. Cada vez mais lama e cada vez mais rural. A chuva vinha
intermitente. Os passos eram lentos e olhos atentos! Depois de 5km na mesma
estrada, virei à esquerda pra já estar na rua da corredeira Itaoca, a
corredeira é bem visível!
Panorama Corredeira Itaoca |
Araucárias no caminho |
Faltavam mais uns 8km até a
pousada casarão, mas ainda uma parte hard me aguardava, uma subida de 1km pra
chegar até a estrada principal que liga Alagoa até Itamonte (LMG-881), muita
cautela para atravessar, um pouco de dificuldade pois parecia que não andava,
pisei num grampo e sorte que não furou profundo a sola do pé. Ali pensei, "O que
eu tô fazendo aqui?" Haha. As vezes bate esse pensamento, mas é bom, imagina se
fosse tudo flores?
Ao vencer esse trecho que
considerei difícil, saí na estrada e de cara um mercadinho, fiz umas compras e
mais uns 6km até pousada, só que agora com asfalto e chuva também!
Têm placas indicativas pra
se chegar na pousada Casarão, e de lei que lá cheguei bem sujo, mesmo assim fui
muito bem recepcionado pelo Joãozinho e sua família. Ali eu iria permanecer por
3 dias super agradáveis onde deu o tom da magia e tranquilidade dessa viagem.
Após batermos um papo, fui
me ajeitar, pois mais tarde já tinha janta! Na pousada Casarão eles fazem com
que os hospedes se sintam em casa. Vale muito a pena passar por lá, seja qual
tipo de viagem for a sua, o lugar tem uma ótima estrutura e chalés família,
casal, etc. Bom, confira nas redes e verás.
Após um sono muito
confortável, acordei com uma sensação ótima pra se iniciar o dia. Eu havia
marcado o café da manhã às 07h com a dona Ana, e assim pude me fortalecer pra
subir o Pico do Santo Agostinho ou Pico do Garrafão, que tem no seu cume 2380
metros de altitude. O céu permanecia nublado, mas não se tinha mais chuvas. O
café da manhã é muito bem servido e contém, é claro, o famoso queijo parmesão
artesanal de Alagoa, no dia anterior o Joãozinho havia me mostrado parte da
produção e me encantei, uma pena que dessa vez eu não ia comprar pois ia pesar
demais na minha mochila, senão ia trazer umas peças comigo.
A jornada do dia seria o
ponto alto da minha caminhada, alto em todos os sentidos. Muito eu esperava por
esse momento e assim me pus a caminhar rumo ao Parque Estadual Serra do
Papagaio. Após passar alguns sítios e chegar numa igreja, logo tomei à direita
e a subida já se mostrou acentuada e constante. E era isso mesmo, já dizia o
ditado: quem tá na chuva é pra se molhar. No meu caso só fui presenciar chuva na
volta da trilha.
Foram quase 7km até a porteira
que marca o inicio da trilha, ou seja, dali não se passa mais carro. Eu estava
acompanhando um mapa wikiloc e em certo ponto me confundi um pouco depois de
adentrar a porteira, mas a dica é: a trilha sobe sentido oposto ao de uma casa
bonita e é subindo o morro beirando uma cerca.
à direita e inicio aclive |
à esquerda pro pico |
pico santo agostinho encoberto |
primeiro morro vencido |
Após vencer esse morro e com
algumas paradas para recompor o fôlego, cheguei na placa indicando “Vale do
Garrafão”, um pouco mais de subida até se estabilizar, foi um trecho de quase
3km, a trilha super tranquila de se guiar. Eu sempre atento aos passos pra não
pisar em nada que não deveria. O visual estava neblinado o tempo todo, só por
um momento que pude visualizar à minha direita o Pico do Papagaio, mas ainda
foi pouco perante todo potencial de visual que aquela região tem. Logo adiante,
e quase chegando na parte final da trilha, consigo visualizar o Pico do Santo
Agostinho, mas rapidamente a neblina o cobriu novamente. Nesse último trecho a
trilha se faz por uma mata fechada pra depois abrir nos campos de altitude.
Eis que após 3h30min de
caminhada, cheguei no grande topo do Pico do Santo Agostinho (ou Pico do
Garrafão). Lá no alto andarilhei, vi todas as possibilidades de visual
(neblina) e também as possibilidades de acampamento, realmente é muito bacana o
espaço pra acampar lá no topo. Legal de lembrar sempre de manter uma
preservação e seguir uma boa conduta em meio à natureza.
A única coisa que me incomodava era o meu tênis! Complicado mesmo, e fazia tempo que não passava por isso. Se não fosse tal incomodo, minha volta seria bem mais tranquila, no entanto, tive que fazer diversas paradas e andar todo torto rs. Contudo, com 3h de trilha eu estava de volta na Pousada Casarão, de lei aquele merecido descanso!
inicio vale do garrafão 2,7k |
visu do Pico Papagaio |
Pico Santo Agostinho ou Pico do Garrafão |
opa tá chegando |
topo, neblina, placa caída |
Dia
5
Mapa Cachoeira do Facão: https://goo.gl/maps/cpZ7gTBPjtbSGWXX8
Já é Março, nesse dia
acordei um pouquinho mais tarde, no planejamento inicial eu havia deixado pra
ir até as principais cachoeiras do bairro quilombo, mas resolvi alterar e fazer
um pouco mais light, afinal de contas eu fiquei bem satisfeito com o rolê até
então. Por isso o novo plano era ir até a Cachoeira do Facão e depois ir à Cachoeira do Veloso, passei também pela Cachoeira Boa Vista, que fica bem no
acesso ao Bairro do Engenho, porém a trilha se mostrou bem fechada, eu tava
light rs. Andei uns 7km ao todo.
Conforme os dias iam se
passando o tempo ia abrindo de pouco em pouco, A Cachoeira do Facão, que era chamada de Cachoeira da Usina antes, fica a 3km da Pousada Casarão e é só pegar a estrada
sentido Alagoa e virar no Bairro Companhia. Ao descer a rua, tem uma placa
indicando a trilha no meio do pasto. Trilha demarcada e depois vem um trecho íngreme,
tem até umas cordas de apoio em momentos mais críticos, mas no geral é uma
trilha curta e tranquila.
entrada trilha cachoeira facão |
acesso ao bairro companhia |
Cachoeira do Facão por cima |
cachoeira facão por baixo |
Queda bonita, Cachoeira do Facão |
A outra cachoeira era a do
Veloso, pra ir eu tive que voltar até a pousada e seguir por mais uns 500 metros e
pronto, à direita tem uma trilhinha e então segui pelo leito do rio pra se
chegar na queda mais acima, parece ser meio fechado, mas é tranquilo. E do lado
da pousada!
trilha saindo da estrada |
Uma Queda, Cachoeira Veloso |
Minha última manhã na
Pousada Casarão, mais um café da manhã farto e ainda pude fazer um lanche para
a caminhada do dia. O destino era o Camping Formigão Amarelo em Itamonte e dar
uma passada antes na Cachoeira Ingá, no bairro Quilombo. Bom, a queda eu só vi
de panorama mesmo. Segui a estrada e agora com fone de ouvido eu entrei numa
brisa muito dez, pus minha playlist pra funcionar e assim fiz uma caminhada agradável
por demais. Veja bem, Minas Gerais ajuda também, muitas montanhas ao redor, o
clima rural ameno, respirando aquele ar puro por dias já. Eis um cara mais uma
vez transformado pela caminhada, eu mesmo. Com 1 hora 30 minutos de caminhada, uma
rapaz me ofereceu uma carona. Aceitei e assim pude bater um bom papo até chegar
ao camping formigão amarelo, foi mais uns 10km de estrada, que ora era
asfaltada ora de terra ainda. Quando começou a descida de serra eu fiquei
atento e ao passar o Mercadinho do Bairro Cachoeira, veio o portão do camping,
pedi pra descer e já me despedi, poxa adiantou um bom lado!
Bati palmas e ninguém me
atendia, o portão tava aberto e então adentrei pra ver se a recepção era mais pra
baixo. O camping, apesar de bem estruturado, estava com ar de que não tinha
ninguém ali por um tempo, voltei pro portão e lá tem um chalé bem do lado, vi
que tinha umas roupas e resolvi chamar novamente. Daí então apareceu uma
senhora e disse que estava hospedada lá e que os proprietários estavam
viajando. De prontidão ela disse que ia pegar o número do whats app deles e me
passou também a senha do wifi.
Logo entrei em contato, e
demonstrei interesse de pousar no chalé de baixo, que era rústico de madeira. A
diária era de R$20,00. Só fui checar se estava aberto e sim, estava. Confirmado
e então era só eu entregar o dinheiro no centro de Itamonte, pois lá eles têm
uma funcionária numa lan house. Chamei a senhora novamente, mas acho que ela
não me ouviu, então resolvi descer.
Só deixei as coisas, relaxei
um pouco e com um tempo de sobra, fui ver como era o acesso à Cachoeira da
Conquista, e não estava muito a fim de fazer trilhas longas, pois estava de chinelo,
não queria usar aquele tênis mais nunca rs. Quando fui sair, o portão estava
trancado, ou seja, a senhora saiu e nem percebeu que eu estava por lá. Arrumei
um jeito de sair e segui rumo ao bairro da conquista. Descendo à direita do
camping, logo virei à esquerda e segui numa boa em mais um povoado rural. Muita
tranquilidade por sinal, muitos pastos e aos poucos a vista da Serra da Mantiqueira
ficava mais linda. Nessa tarde o tempo já estava ensolarado. Andei por uns 40
minutos e logo percebi que não tinha nada de sinalização da Cachoeira da
Conquista. Enfim, conforme o mapa que eu tava mostrava de fato o começo de um
leito do rio, mas de acordo com algumas informações que colhi teria mais uns 40
minutos de trilhas. É, realmente não dava naquele momento. Uma pena!
Andei mais um pouquinho
subindo mais só pra ver se não tinha alguma placa mais acima e do nada me
deparo com uma moça na beira da estrada, sentada e ouvia um som. Era a mesma
senhora que me atendeu no camping, que coincidência. Ela estava rezando ali e
logo voltei pra não atrapalhar! Assim, foi essa breve caminhada pelo bairro.
Passei no mercadinho do bairro Cachoeirinha e fiz um rango/ lanche para aquela
tarde! Na paz. Nesse dia eu devo ter andando uns 10km.
Mais uma manhã que eu acordo
extremamente bem, e realmente apesar da boa disposição eu fiz mais uma mudança
no roteiro, a intenção era ir para a grande Cachoeira da Fragaria, porém de ida
e volta daria uns 40km e mesmo que conseguisse alguma carona ainda ficaria
muito para caminhar. Então resolvi ir para a Cachoeira do Escorrega, distante
menos de 10km do camping e assim peguei estrada, bem de manhã.
Sentido Itamonte eu segui
por uns 5,5 km, até que avistei a placa Usina dos Bragas, então tomei à direita
rumo ao Bairro do Morro Grande. Mais 600 metros fiz uma curva à direita de novo
e então em 2km eu estava próximo da Cachoeira do Escorrega, já perto da
cachoeira tem uma placa indicativa. Se for de carro cobra-se estacionamento,
coisa de R$5,00.
Com uma água bem gelada, que
não tive coragem de testar o tobogã natural, o lugar guarda sua beleza. São varias
quedas para poder refrescar num dia de calor, ali parece que costuma lotar nos
finais de semana. Bati umas fotos, comi meu lanche e fiquei numa boa ali! Paz
maior não existe, o sol já era bem presente no dia. A caminhada foi
sensacional! Vale muito a pena.
Caminhada do dia: ida e volta
uns 20km.
indo pra Cachu Escorrega, direita |
Usina dos Braga |
esquerda, poucos metros |
primeira corredeira |
Cachoeira do Escorrega |
Dia
8 e Dia 9
Tirei o dia pra descansar já
que o camping era propicio para isso. Recomendo o Camping Formigão Amarelo,
eles contam com algumas atividades como tirolesa no próprio local, tem uma
cozinha comunitária, churrasqueira, banheiros com chuveiros quentes e preço
bom! Esta a 13km do centro de Itamonte.
Na minha estadia, pude
refletir na pura tranquilidade, por ora comecei a relembrar a leitura de Walden
ao visualizar o chalé de madeira, só que em meio aos eucaliptos o bosque.
Chalé Formigão Amarelo |
Até uma próxima |
No centro de Itamonte eu ia
embarcar no ônibus para São Lourenço e depois, para Três Corações (passou por
Cachoeira do Carmo, Jesuania, Lambari, Cambuquira). E, por fim, embarquei num
ônibus para São Thomé das Letras. Tomei ciência de um ônibus que ia até o
centro de Itamonte, horário único, às 07h, a um custo de R$6,00. Esse ônibus
sai de Alagoa às 06h e volta às 15h. Fica aí a dica. (o preço de Alagoa até
Itamonte eu não sei). É bom até pra mim, pois quem sabe logo poderá ter outros
passeios por essa região que tanto me agrada!
Faltou com certeza a
Cachoeira da Fragária, mas ainda darei um jeito de visita-la e emendando com
outro pico.
Assim é Pé de Natureza! Até
a próxima!
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