quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Em busca dos Muriquis no Sitio Cheiro de Mato - São Francisco Xavier

Em busca dos Muriquis no Sitio Cheiro de Mato - São Francisco Xavier - SP
21 e 22 de Junho de 2017

"Eu sou tão inseguro porque o muro é muito alto 
E pra dar o salto 
Me amarro na torre no alto da montanha"

Mais um dia em que fui pra bela São Francisco Xavier, dessa vez com meu amigo pio Neto, tirando a zueira do pio, Neto é um grande artista, músico, esportista, educador, sociólogo. E trampamos no mesmo local, só que em turnos diferentes. Mas dessa vez trabalhamos no mesmo horário e já foi a deixa pra fazermos esse bate volta depois do expediente.

Primeiramente, colocamos as opções de lugares a visitar e como ele conhecia um pessoal em São Francisco, que fazia um certo tempo que ele não visitava, pra lá fomos. Eu só não imaginava que seria do jeito que foi. Fomos muito bem recebidos por pessoas que vivem a boa energia da tranquilidade.

Encaramos a estrada de carro, saímos de Santo Amaro, região sul de sp, pra em menos de duas horas já iniciarmos as curvas sinuosas da Rodovia Monteiro Lobato (SP-50), viagem agradável por demais e fomos sem pressa, apreciando a paisagem já na estrada. Neto, no volante, fazia questão de deixar os mais apressados passarem, chegava até a estacionar no acostamento. Sim, era pra curtir o trajeto, o momento. Velocidade nos 20, 30, 40, bem lento. 

Primeira parada em São Xico foi na casa do Tiago, e lá já foi momento pra organizarmos um churrasco, meio que quebrando a dieta vegana/vegetariana do pessoal. E lógico muito som rolou, energia fantástica a tarde toda. O pessoal acredito ser do Xamãs nas Montanhas, de São Francisco Xavier.

Depois, já ao entardecer, partimos rumo ao Sitio Cheiro de Mato, agora lá no meio da montanha. Mais uma recepção acalorada da amiga de outras datas do Neto, a Silvana. Ao anoitecer teve o luau regado de mais música, mas eu já cansado do dia de trampo e fui dormir.

O Sítio tem uma vasta área para camping, lugar organizado, muito bem cuidado e arborizado. Fica bem na entrada da trilha para o Mirante Pedra da Onça e também de onde parte para a travessia São Francisco x Monte Verde. Quem não quiser ou não puder acampar lá no mirante, a melhor opção é passar nesse sítio. Além disso, mesmo que não seja pra ir até o mirante, vale a pena passar o dia ou vários dias pelo sítio mesmo, pois se têm diversas trilhas com lugares interessantes e contato com a natureza exuberante de São Xico. 

Andamos por essas trilhas tendo a companhia da Silvana que nos guiava em meio ao paraíso. O dia já tinha começado com uma graciosa manhã, e a expectativa era de ver o grupo de muriquis, mas dessa vez não tivemos sorte, após muito ir atrás contando ainda com a ajuda dos cachorros do sítio, nada. Não foi dessa vez, mas não reduziu nosso rolê. Foi mágico!

Bateu a tarde e já era hora de voltar pra sampa, mesmo que a vontade seja nem voltar mais pra sp rs.

Até a próxima!
Péde Natureza!

Saiba mais sobre o Sítio/Camping na página do facebook:
https://www.facebook.com/S%C3%ADtio-Cheiro-de-Matosfx-488655111160152/


São Francisco Xavier é um distrito do município brasileiro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 3 852 habitantes, sendo 1 965 homens e 1 887 mulheres, possuindo um total de 2 117 domicílios particulares. Foi criado pela lei nº 59, de 16 de agosto de 1892.O distrito fica a 59 quilômetros do centro de São José dos Campos e o acesso é feito por estrada asfaltada, utilizando a rodovia SP-50, através do município de Monteiro Lobato. A estrada até o distrito é em meio à Serra da Mantiqueira, sendo que o trecho entre Monteiro Lobato e São Francisco Xavier foi restaurado no início de 2009. Outra opção é a ligação por trilhas e estrada de terra para o distrito de Monte Verde de Camanducaia, em Minas Gerais.Possui uma área de preservação ambiental (APA) que abriga inúmeros animais como jaguatiricas, pacas, capivaras, esquilos, cobras, lagartos e o famoso macaco muriqui; e tem várias cachoeiras, como as Cachoeiras Pedro David, das Couves, e do Roncador.
fonte wikipédia

Outras vezes que estive em SFX:

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP
https://pedenatureza.blogspot.com.br/2017/06/pico-do-queixo-danta-sao-francisco.html

De São Xico até Monte Verde + Cachoeira Pedro David + Itapeva

Fotos:

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:









domingo, 1 de outubro de 2017

Pedra do Baú e Cachoeira dos Amores - São Bento Sapucaí - sp

Segue um pouco de um grande rolê que fiz sozinho por São Bento do Sapucaí, interior de São Paulo. Apesar de ter sido de dois dias, pude alcançar meu objetivo. Fiquei acampando na Cachoeira dos Amores e claro que subi até a Pedra do Baú (alt.1950m). Foi magnifico!

Data da viagem: de 09/06/2017 a 11/06/2017.

Existem diversos motivos para viajar, seja viagem longa ou curta, pra perto ou longe, o que conta é a sensação de sair. Pode ser considerado ainda um privilégio para alguns, já que nem sempre é tão fácil ou simples pegar as coisas necessárias, fugir um pouco da rotina e viajar. Tem a questão da falta de tempo e grana, a questão do excesso de compromisso, outras prioridades, outras dificuldades. Na minha realidade da periferia de São Paulo, apesar de ter mudado muito, ainda existe uma fixação pelo território. Então além dos pontos apontados tem essa questão de não almejar conhecer outros lugares. 

Tá, escrevi isso porque quis escrever, mas na verdade queria falar de motivos para viajar. Eu mesmo já tive diversos motivos, mas dessa vez eu precisava disso, dessa forma. Sozinho! Precisava tentar me encontrar, precisava de uma reflexão. Se isto reflete minha vida? Não, acredito que não. É voluntário? Se eu disser que sim, estarei mentindo; se disser que não, serei dramático. Existem lutas diárias, existem também lutas para meu povo, pela pretitude e em respeito aos meus ancestrais. Existe a saudade! Existem os sonhos! Os versos de uns poemas e algumas canções no meu ouvido. Seu eu sou vazio, a natureza me preenche. Se eu sou incompreensível com as pessoas, deixe-me compreender a mim primeiro.

Pedra do Báu - vista da trilha Pedra Ana Chata


Era uma sexta feira de junho, e de manhã já estava eu no Terminal Rodoviário do Tietê para embarcar num ônibus até São Bento do Sapucaí. A empresa era a Pássaro Marron e essa linha vai de São Paulo para Brasópolis passando por Paraisópolis. Custa entre R$40,00 e R$45,00 (contatar a empresa para saber dos horários). Fiz uma viagem tranquila que durou, se não me engano, um pouco mais de duas horas. Basicamente, o plano era ir à Pedra do Baú e ficar acampando ao longo dos dois dias. O camping escolhido foi o Cachoeira dos Amores, que fica 5 km da rodoviária de São Bento, Bairro do  Paiol Grande. (mapa google aqui)

Só que essa linha não para na rodoviária de são bento, tive que desembarcar na beira da estrada bem próximo do portal de entrada da cidade. Eu tava meio apreensivo e com medo de deixar passar a cidade, quase desci antes, em Sapucaí Mirim. Foi aí que o motorista me disse que ainda iria chegar São Bento. Logo quando desci e peguei minha mochila do bagageiro, um rapaz me perguntou para onde eu ia. Eu ainda meio que perdido disse que não sabia ao certo, mas era pro camping da cachoeira dos amores. Ele perguntou se eu ia de táxi. Eu disse que ia a pé. Ele disse que tinha um caminho considerável e que cobraria um valor simbólico, além do mais já estava ali pra dar uma carona a uma senhora. Eu agradeci e mencionei que iria a pé mesmo. Ele disse "Entra aí vai". Mesmo nesse tom de carona eu paguei no final, foi barato.

Em um pouco mais de dez minutos pude fazer várias perguntas sobre a cidade, turismo, meio ambiente e como era viver lá. Descobri que o rapaz da carona era primo do dono do camping e logo quando o carro chegou já fui atendido pelo seu Mauricio. Ali já acertei as duas noites, perguntei da infraestrutura e sobre o caminho até a pedra do baú. Fui então montar a barraca, aliviar a mochila e já tinha previsão de subir pro pico pois ainda era antes das 13h. Mesmo preocupado com a refeição do dia, decidi subir antes pra depois comer. Eu tinha uns lanches e doces pra poder subir de boa. E assim dei prosseguimento. 

Parece que é sinal mesmo, após subida e mais subida logo de cara, eis que eu tomo um caminho errado à direita. A unica bifurcação até o pico seria essa à direita, pois o restante do caminho só na principal. Mas após ter começado por detrás da propriedade do camping e passando por algumas isoladas casas eu tomei à direita muito cedo, estava até que perceptível mas resolvi seguir, até que depois de uns 40 minutos constatei que não era ali, por dar entrada numa plantação. Esse trecho foi bem íngreme e eu senti um certo cansaço. Então resolvi abortar a missão e ir no dia seguinte, pois teria o dia todo pra curtir o pico e me preparar pra possíveis erros, ali já estava com tempo contado demais, não queria me afobar. E na hora de tomar a decisão de voltar pro camping, uma coisa que pesou foi o de eu imaginar que choveria no dia seguinte, mas mesmo assim desci pro camping. 

Ao voltar pro camping, nem parei lá e já fui direto prum restaurante ali perto, o restaurante "Sabor com Arte", que é muito bom (site aqui). Por incrível que pareça, bastou eu fazer o pedido e sentar para aguardar que uma chuva torrencial tomou conta de São Bento do Sapucaí. Choveu pra valer e se eu tivesse na trilha teria que voltar do mesmo jeito. Dei sorte!

Após uma hora de chuva, o tempo abriu um pouco pra depois fechar de novo e já escurecer o dia. Quando cheguei na barraca vi que ela tinha resistido bem às pancadas de chuva. Fiquei aliviado. Então me preparei para descansar.  

...---...

Mesmo que eu fosse mais otimista quanto possível, vocês nem podem imaginar. Acordei com um tempo belíssimo,  não sei o que aconteceu. Durante um certo tempo nem consegui mensurar como eu parei ali, como cheguei, de onde surgiu essa ideia? Puxa, eu tava besta. Ao meu lado o rio com seu fluxo liso, constante e tranquilizador, colocou-me a par da situação. Tá, eu tava cabreiro... é que eu sabia que pra subir até pedra tinha alguns lances de escada exposta pro tudo ou nada e eu sem equipamento nenhum. Na verdade, não queria chegar até lá e desistir de cagaço. Deixei pra pensar sobre isso lá na hora, mas mesmo me esforçando o pensamento vinha até mim rs.

Antes de iniciar a caminhada, dei uma olhada a mais na cachoeira, comi um prato que havia levado de viagem do restaurante e parti pra uma caminhada agradável por demais. Aquele dia estava bom demais, me agradeci tanto por ter ido praquele lugar e ter feito as escolhas que deveria ter feito, mas ainda estava eu ressabiado com os degraus.

Sem muitas dificuldades, cheguei na estrada que já leva direto pra entrada da trilha, sendo que já lá em cima tem um restaurante e uma estrutura de um parque, contando com sinalizações e mapas das trilhas. Já quase chegando pro inicio da trilha, ainda na estrada, trombei com um senhorzinho que tava a subir na casa do primo. Logo eu pensei, "Poxa, todo mundo é parente aqui". Que na verdade é uma realidade de muitas terras pelo interior a fora.

Cheguei pra trilha da face sul, pois a parte norte estava fechada devido desmoronamentos de rochas. Era cedo ainda e fui passando algumas pessoas. Eis que cheguei no pé da escada e sem pensar muito já fui subindo. Bastou quinze minutos pra que eu desistisse, pois não tava confiando muito, eu tinha que no mínimo ver alguém subindo rs. Voltei!

Quando desci, vi que duas pessoas estavam arrumando uns equipamentos e quando perguntei eles me disseram que trabalhavam lá, alugavam equipamentos e também faziam subida guiada. Aí eu relaxei e pensei na hora, alegre, que subir eu iria. Logo chegaram mais pessoas e já foram subindo, todas com segurança. Ali no pé das escadas ficamos esperando completar um grupo pra ir guiado por R$80,00, o nome do grupo era Primata do Baú. Eu trouxe um cartão deles, mas acabei perdendo então não poderei passar os contatos. Sei que os caras foram gente boa demais, trocaram maior ideia, várias dicas bem bacana. Nesse meio tempo, um grupo de 4 rapazes subiram sem nada de equipamento de segurança, eu até que desacreditei pois eram gordinhos como eu. Pelo que eu vi foram firmes e conseguiram.

Subir com segurança é bem tranquilo, só a sensação de estar cripado e não à merce de um deslise já traz mais conforto pra mente, pois grande parte é psicológico mesmo. Durou uns 40 minutos de subida bem tranquila, curtimos um visual mais que esplendido, aquele dia foi mesmo um dia bem abençoado. Lá no pico todo receio se foi, veio um sentimento de superação com super ação, equilíbrio espiritual, emoção. Até pensei no cachorro que subiu a trilha comigo, ele queria subir as escadas mas não deu rs. Se ele subisse ia curtir o visual também.

Ao descer da pedra do baú, ainda fui até a Pedra Ana Chata, outra trilha. Estava bem empolgado com o dia e as realizações, e apesar de ter levado pouca comida pude resistir bem ao percurso. Chegando lá, pude ver a pedra do baú de outro ângulo e assim como a tarde já queria ir embora, voltei pelo mesmo caminho. Tentei acelerar os passos pois já batia fome e sede.

Já era noite quando cheguei no restaurante da entrada da trilha, já estava fechado. Sorte a minha que os guias estavam voltando aquela hora também e me deram carona, me ajudando muito. Dali já fui matar quem tava me matando pra depois curtir uma bela noite com céu totalmente estrelado, atmosfera saudável e uma exuberante lua cheia! Detalhe, eu bem próximo da cachoeira do amores, momento que prefiro não descrever pra não alongar muito o texto. Mesmo sendo sábado, só eu estava acampado ali. Eu havia jantado no mesmo restaurante do dia anterior, e dessa vez pedi umas brejas pra viagem. Nem tomei todas e já tinha adormecido.

...---...

Manhã seguinte, um pouco de sereno, mas mesmo assim a lua se fazia presente. Decidi finalizar as duas latinhas e permaneci ali na cachoeira, momento contemplação às 06h00. Até que deu a hora de desmontar a barraca, arrumar a mochila e partir. 

Voltei andando pra rodoviária, chegando lá comprei a passagem pras 09h30, tinha 15 minutos pra ir até a estrada, já que o busão não passava lá na rodoviária. Embarquei na mesma linha da pássaro marrom sentido SP.

Informações:
Valor Camping = entre R$20,00 / R$25,00 (junho/2017)
Altitude Pedra do Baú = 1950 metros
Altitude Pedra Ana Chata = 1670 metros
Mapa Cachoeira dos Amores = https://goo.gl/maps/wyWdVeGJAz32
Site Restaurante Sabor com Arte = https://restaurantesaborcomarte.com.br/site/



Valeu a pena mesmo. Até a próxima!
Péde natureza!

Fotos:

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Cachoeira dos Amores

Queda dos Amores

visão  inicio da caminhada

mais perto agora

ele queria subir também

tão subindo

subindo guiado

uma pausa. tá certo

Bauzinho

Cidade lá no fundo

Visual de primeira

é nois!!!

cheguei na Ana Chata

olha a pedra do baú


mais um dia que se vai

mais um dia que se nasce

terça-feira, 27 de junho de 2017

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP

Pico do Queixo D'anta - São Francisco Xavier - SP
30 / 31 de maio 2017



Da primeira vez que fui pra São Francisco Xavier, fiquei sabendo do Pico Queixo D'anta, que fica distante 10 km do centro, e vale lembrar que São Francisco é um distrito de São José dos Campos, interior de SP. O ponto culminante do Queixo D'anta tem em torno de 1700 metros de altitude.

Lugar ideal pra um bate-volta com pernoite, ou até mesmo para acrescentar aos outros atrativos em SFX. Então fui eu pra mais uma caminhada em meio à natureza.

---*São Francisco Xavier é um pequeno distrito de São José dos Campos SP e está localizado entre as montanhas da Serra da Mantiqueira. Com o passar do tempo o turismo no local foi crescendo por seus encantos naturais como cachoeiras, rios, trilhas, montanhas, picos de altitude, fauna e flora preservadas.---

Pra voltar em SFX eu tinha me programado pra ir nesse pico e emendar com outros atrativos, mas como o tempo foi justamente pra um bate-volta, decidi fazê-lo isolado. Aquela velha folga de Terça-feira não passou batida e sem nada pra fazer. Acordei de madrugada, ajeitei a mochila e recolhi as informações do local. Assim, logo cedo sai de casa, a previsão não falava de sol, mas do mesmo jeito não falava de chuva, então eu fui.

No Terminal Rodoviário do Tietê, embarquei no ônibus sentido São José dos Campos (R$32,14), que partiu às 6:00 da manhã. Em menos de duas horas cheguei na rodoviária de São José, ainda tive tempo pra tomar um café reforçado e parti no ônibus das 8:00 horas sentido São Francisco Xavier (R$8,45) (link da linha aqui). A viagem durou em torno de uma hora e meia, desci no ponto que dá acesso à estrada até o pico. (aqui).

A partir de então foi uma pernada legal. O tempo estava nublado, mas com um clima quente. Logo no inicio, uma placa mostrou a direção seguindo à direita e foi só seguir subindo e subindo. Uma outra bifurcação veio, mas bem depois de quase uma hora caminhando (foto 2). Depois dessa bifurcação a estrada ficou mais fechada e não tinha subida, mas antes teve alguns trechos pesados e íngremes. Se for de carro e tiver chovendo, tem o risco de não subir.

Uma região montanhosa de um verde bem lindo, no caminho vários pés de limão e mexerica. A cada parada para respirar fundo, via-se diversos pássaros. Os bois e as vacas, do outro lado da cerca, ficavam só de olho. Quando deu 11h15, cheguei no sítio onde eu iria acampar e onde se dá acesso ao pico. Eles cobram uma taxa de conservação de R$20,00 e o camping foi R$20,00 também. Não tem banho e nem refeição, é mais para acampar mesmo. Como eu tava sozinho e eles estavam com visitas, fechei de jantar com eles. Agora pensa numa comida boa? Pensa aí, pois aquela janta foi demais. Assim como a recepção muito boa da dona Ricardina e seu Janildo.

Mas antes de jantar ainda tinha a subida, montei a barraca e levei na mochila só o necessário. Meio dia iniciei a subida. Eu tinha na minha cabeça que seria algo bem de boa, porém me deparei com trechos difíceis, que exige um certo preparo e uma vontade a mais de subir. Foi subida demais, na primeira hora foi por uma trilha íngreme mas bem batida, passei por um ponto de água. Na segunda hora, foi o trecho de maior dificuldade, tendo diversas escalaminhadas que não acabavam mais. Fui me aliviar quando chegou um ponto de referência, uma pedra enorme indicava que o pico estava chegando. Ainda continuei...

Eis que às 14h00 cheguei no topo do Queixo D'anta, ufa! Foi uma atividade e tanto. O visual tava fechado, aparecia possibilidade de abrir e de fato abriu um pouco, mas isso após um cochilo que tirei lá em cima. Foi um sono abençoado, que revigorou pra eu continuar a apreciar o local. Quando deu 15h50 era hora de voltar, encarei as descidas íngremes sempre com o apoio das mãos. De fato foi mais rápida a descida, apesar de ter feito bem na cautela pra evitar acidentes. Então, às 17h00, eu já estava no camping de volta, deitei de cansado e veio um dos cachorros do sitio me dar boas vindas. Normalmente ele sobe com o pessoal, mas não quis ir comigo porque tinha visita lá, paciência!

Só de pensar que eu tinha a intenção de subir 2 vezes, mas quando vi que exigia um certo esforço só subi uma mesmo. O dia seguinte fez um dia de céu limpo, o visual lá em cima deveria tá impecável, mas mesmo assim curti demais. Vale a pena!!!

Péde natureza sempre! É nois!

Primeira vez. Travessia São Francisco Xavier x Monte Verde
http://pedenatureza.blogspot.com.br/2017/04/de-sao-xico-monte-verde-cachoeira-pedro.html

Saiba mais:
http://www.trilhadeiros.com.br/relatos/relatos/pico-do-queixo-da-anta

http://www.mochileiros.com/viewtopic.php?f=765&t=77228

http://trailsandtravels.com.br/bate-volta-queixo-anta-sfx/

https://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=13207551

*trecho de um folder

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:

Fotos:











segunda-feira, 26 de junho de 2017

Pedra do Sino (PARNASO) - Teresópolis - RJ

Pedra do Sino (PARNASO) - Teresópolis - RJ
(16/05/2017 até 17/05/2017)




Uma trilha que nos remete ao passado, assim como várias existentes, nos faz imaginar e nos conectar espiritualmente com os ancestrais que passaram por ali e abriram muitos caminhos. Os nativos indígenas e os africanos que foram escravizados. Apesar de se ter diversas homenagens à família imperial, vide o nome da cidade que é uma homenagem à Teresa Cristina, esposa do Pedro II, esforço-me sempre para ir além desses personagens; e por que não refletir como viviam os Índios Timbiras, por exemplo?

Essa foi a minha primeira vez no Parque Nacional Serra dos Órgãos (PARNASO), que é uma unidade de conservação bem extensa, contando com três sedes e com diversos desenhos montanhosos da serra, daquilo de belo e exuberante que a natureza nos oferece. A Pedra do Sino, com seus 2275 metros de altitude, faz parte de uma das travessias mais bonitas do Brasil, a Petrópolis x Teresópolis (Petrô x Terê).

Fui sozinho, aproveitando 2 dias livres e fiz a trilha para a Pedra do Sino com um pernoite no Abrigo 4. É necessário agendar previamente através do site do parque.(aqui) Pra chegar até lá, fui de ônibus mesmo, confira como foi.

Agendamento:

Especifiquei o tipo de trilha que eu iria fazer, existem pacotes já prontos pelo próprio site, no caso eu escolhi a Trilha Pedra do Sino com uma Pernoite numa beliche do Abrigo 4. Inclui no pacote um banho quente, que ficou só no pacote mesmo; contarei mais abaixo. O pagamento foi feito pelo Pague seguro. 


Preços:
- Trilha da Montanha 16/05/2017 - R$ 26,00
- Trilha da Montanha 17/05/2017 - R$ 2,60
- Beliche Abrigo 4 - R$ 40,00
- Banho quente - R$ 15,00
- Taxa de conveniência - R$ 8,36
Total: R$ 91,96

Como cheguei ao Parque:

Pela empresa 1001 (aqui), sai do Terminal Rodoviário do Tiete e embarquei sentido Terminal Rodoviário Novo Rio. Preço: R$90,00 - Horário: 00h15

Pela empresa Viação Teresópolis (aqui), saí do Terminal Rio e parti pra Teresópolis. Mas desci depois do parque nacional serra dos órgãos, lembrando que é na sede e não na subsede um pouco mais abaixo. Preço: R$35,00 - Horário: 08h00

Na trilha:

Na portaria, mostrei as fichas e logo segui subindo. Nesse trecho é todo asfaltado e vai saindo várias trilhas. Pra chegar à trilha da Pedra do Sino são 3km. Uma caminhada de leve com ambiente bem arborizado. O zigue zague já começa, mas de forma bem mais sutil do na trilha propriamente dita. Não marquei o tempo desse trecho, sei que foi em menos de uma hora. 

Olhei a hora e era 10:45 quando iniciei a tão esperada trilha. Antes, passei no banheiro, me arrumei, e também enchi a garrafa e o cantil de água. A trilha se iniciou um pouco íngreme e com navegação dificultosa devido se ter diversas rochas no caminho. Também não é nada tão difícil, basta ter cautela e ir aproveitando cada passo, cada suspiro e cada barulho no meio da mata que vez em quando rompe o silêncio natural. Com 45 minutos, cheguei ao primeiro ponto de referência, a Cachoeira Véu de Noiva. Ali fiz uma parada de 10 minutos. Estava um tempo friento, então não me pus sob a queda, apenas a visualizei e molhei meu rosto com a água de seu poço. Água límpida, queda bonita e de vista pra um morro de frente. 

Segui a caminhada de leve, o trecho ainda continuou acidentado, mas pra depois de 15 minutos mudar para trilha mais batida e com inclinação mais suave. O que aumentou foi o zigue zague, e parecia que não acabava mais. Como eu não tava com pressa e queria mesmo aproveitar cada momento, a hora foi passando rápido. Nesta parte a trilha era toda fechada, e mesmo quando abria para algum visual a neblina não deixava ver nada. De fato eu acho bem melhor caminhar quando se tem um visual de vez em quando, pois isso dá um incentivo a mais pra continuar. 

Fiz a segunda parada após uma hora e dez minutos desde o primeiro stop na cachoeira. No relógio era 12h50. Comi um doritos e umas barras de cerrais. Sentei brevemente numa rocha e depois de 10 minutos continuei a pernada. O trecho continuou tranquilo, demarcado e com diversas curvas. Nesse momento continuo bem abastecido de água, ainda da que eu abasteci 20 minutos depois de passar pela cachoeira.

Às 14h20 fiz outra parada, eu tava contando ser a penúltima. Eu tava num descampado, realmente tinha percebido a mudança da vegetação, mas como tava com muita neblina, não reparei que ali já era o trecho final. Na real eu só percebi porque quando eu voltei a caminhar o tempo abriu um pouco e pude visualizar o abrigo 4. Na hora a euforia tomou conta novamente. Como tava guardando energia pra mais pelo menos duas horas, então acelerei o passo. E melhor ainda, o tempo tava sinalizando que iria abrir, mas ainda restava duvidas. Independentemente disso, segui firme e forte.

Eis que cheguei ao abrigo 4 às 15h10, junto comigo chegou um pessoal que veio da travessia iniciada em petrópolis. Apresentei-me pros monitores, mostrei a ficha e já fui escolher meu lugar nas beliches. Separei o que eu ia levar pro ataque da pedra, fiz um miojão com pão, comi mais umas barras de cereal e às 15h40 parti rumo ao sino.

20 minutos depois lá estava eu no topo do topo. Bastante contente com a realização, com certeza foi um passo enorme pra mim. Não foi fácil, cheguei de viagem e já fui direto, desde a portaria a pé. Mas a disposição venceu, e pra quem gosta, não tem erro é só curtir. Mesmo com o tempo ainda fechado de nuvens, a expectativa era de que abrisse mais perto do fim da tarde. Tudo indicava para isso e não foi diferente. Após 40 minutos o sol pode mostrar sua imponência sobre uma região mais que privilegiada. As transformações eram constantes lá em cima, o mar de nuvens transitava a todo momento e diferenciando de várias formas as visões, os visuais. O vento era forte e frio, por isso eu estava bem agasalhado, com luvas, toca. Se não prestar atenção no frio vai passar perrengue, tanto lá em cima quanto no abrigo. Faz muito frio à noite. 

De volta pro abrigo 4 já de noite, era só aguardar o banho e capotar. Troquei um pouco de ideias com os outros montanhistas, mas como estava exausto não participei muito da roda de conversa. Eu já deitado esperando a hora do banho, escuto uma discussão. O pessoal que tava aguardando o banho teve a notícia de que só viria o gás às 22h, pois tinha um homem trazendo o botijão lá da sede. O fato é que o funcionário não soube explicar direito o que tava ocorrendo e as reclamações foram feitas com razão, todos nós tínhamos pagado adiantado por aquele serviço pra chegar lá e ter esse descaso? Eu ainda tinha feito um bate-volta, agora imagina quem veio da travessia? A situação piorou quando o monitor disse que já não tinha hora pra chegar e que talvez nem chegasse rs.

De fato não chegou, também nem paguei pra ver. Como estava frio, dormi sem banho mesmo, pois encarar água gelada ali nem pensar. Na madrugada o frio não deu trégua, a temperatura fica baixa de verdade. Dormi tranquilo e acordei umas 6 da manhã, quando fui pra cozinha fazer um café o monitor veio e disse que não podia usar antes das 8h devido à lei do silêncio rs. Acatei numa boa, mas por bem dizer ele não tinha mais moral nenhuma ali pra falar o que é regra ou compromisso, mas enfim, não tirei minha paz e deitei de novo.

O daora foi quando eu vi na descida um botijão bem onde era o antigo abrigo 3. O cara tava subindo mesmo, mas alguma coisa aconteceu que ele desistiu rsrs. Pelo menos os monitores perderam a fama de mentirosos. Agora, pra subir tudo aquilo com um botijão nas costas, haja força, hein?...

Trilhas dos Parque:

Trilha Pedra do Sino
Extensão: 11000 metros (ida)
Classificação: Pesada
Duração aprox.: 5h

Trilha 360:
Extensão: 2600 metros 
Classificação: moderada
Duração aprox.: 2h30 min


Trilha Suspensa

Extensão: 1300 metro (ida)
Classificação: Leve
Duração aprox.: 30 min


Trilha Mozart Catão

Extensão: 1050 metros (ida)
Classificação: Moderada
Duração aprox.: 40 min


Trilha Cartão Postal

Extensão: 1200 metros
Classificação: Moderada
Duração aprox.: 50 min

Até a próxima!!!


Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


Fotos:
Percebi que tava chegando

cheguei no cume

muito loko

Tempo neblinado e o marco do cume

liberdade sol

hora de fotos

que cena!!!

mais loko

o mar de nuvens

tá quase nos deixando

portal se abriu

que é isso?

Indo embora no dia seguinte

Não teve banho quente

me despedindo

pega a visão...

Cachoeira Véu de Noiva


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