terça-feira, 28 de março de 2017

Caminhando até o Pico do Lopo - Extrema MG

Caminhando até o Pico do Lopo - Extrema MG
Março de 2017

Essa caminhada por estrada e trilha sentido a Serra do Lopo em Extrema, foi feita após eu ter passado por alguns picos de Monte Verde, já estava totalmente ambientado com o clima da natureza, com uma certa pegada rural misturada com aventura e exercício, de ter sentido a superfície de uma folha de árvore e de ter tido contato com aquela terra. Nesse link a primeira parte do relato, que contem o primeiro e o segundo dia, e aqui nessa postagem vou relatar o terceiro dia de viagem.

Pico do cume - Extrema MG

"Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão..."

Dia 3 - Carona pra extrema e subida ao Pico do Lopo

Tocou o despertador do celular as 05h00, após um bom descanso eu acordo na hora. Bom, na verdade tive o sono interrompido algumas vezes por um pessoal que chegou no camping aquela noite e fizeram barulho demais, principalmente no converseiro alto, prometi pra mim mesmo que não sairia de jeito nenhum do quarto, só teve uma hora que acendi a luz e acionei a descarga pra vê se percebessem que incomodavam, reduziu um pouco mas continuaram, por sorte consegui apagar e nem sei que horas o grupo foi dormir, só lembro que uma mulher gritava, pois era o primeiro camping dela e tava chovendo, ela culpava alguém da turma pela "enrascada" rs. Tinha um carinha que fazia as piadas mais sem graça e parece que ele se vangloriava em soltar puns dentro da barraca. Eu só escutava as reclamações da companheira do cara. Pelo sotaque eram de SP.

As 05h45 eu já tinha me despedido do camping e estava aguardando o busão pra Camanducaia. Foi aí que em 10 minutos veio uma grande e muito bem vinda surpresa... um senhor me ofereceu uma carona, eu disse que ia pra Camanducaia e ele "bora, entra". Poxa, que ótimo, logo cedo uma gentileza dessas e o melhor ainda, poder trocar várias ideias com o Sr Wilson, que estava indo pra SP, e logo que falei do meu destino, ele disse que me deixaria em Extrema. De ônibus eu teria que ir pra Camanducaia e de lá pegar um pra Extrema. Antes ele me perguntou se eu morava lá, eu disse que não. Aí ele perguntou onde eu morava em Monte Verde, aí eu repeti que não morava lá, e que estava hospedado no Camping Recanto dos Bambus (Camping Monte Verde). Foi então que ele disse pra eu falar mais alto. O sr Wilson tinha já seus 86 anos, mas ainda vivendo muito e aceitando desafios na vida. Ele era dono de uma pousada a 3km do centro de Monte Verde e a vendeu, mas quem disse que ficaria parado... naquele momento ele estava investindo numa fábrica de linguiças, pois aprendera a fazer desde a infância. O papo fluiu bem bacana, algumas coisas tínhamos gostos em comum, como por exemplo: Jogar Truco, e isso ele fazia com a pinguaiada de MV rs. Logo quando ele falou de fazer linguiça, veio a pauta da operação "Carne Fraca", que eu estava totalmente por fora. Aí eu me orgulhei por estar por fora dessas pautas e de ter me desligado de tudo já indo pro terceiro dia. 

Em Camanducaia paramos pra tomar um café na padaria, ele muito solicito não quis de jeito nenhum que eu pagasse a conta e de lá fomos pra Extrema, onde me deixou na rodoviária. Eu muito agradecido, me despedi e percebi que se não fosse uma trilha um pouco puxada ele iria junto rs. Com certeza o espirito da viagem já estava renovado mais uma vez, após trombar uma pessoa bem bacana e cheia de histórias de MV e região.

Sei que era 07h30 e estava eu caminhando pela Rua Hélio Pedroso de Alvarenga. A serra estava bem a frente, mas lógico que tinha uma pernada boa ainda. O inicio tinha umas casas que aos poucos foram diminuindo, essa rua se revesava de asfalto e terra, e logo tornou-se bem íngreme já pra mostrar o que teria pela frente ainda. Nessa hora tive muita cautela, fui no meu ritmo, não sei se era um ritmo bom ou não, mas se tava bom pra mim logo era uma cadência adequada. Deu trinta minutos de subida e três rapazes passaram por mim numa facilidade rs, e logo sumiram da minha vista. 

Depois de uma hora fiz uma primeira pausa pra tomar água e cinco minutos depois continuei. Eis que o tempo fechou de vez, num piscar de olhos. Fiquei de certa forma bem incomodado com a mudança repentina e mais ainda porque caia uns pingos. Ora parecia pingos da neblina ora parecia inicio de chuva mesmo. Apertei o ritmo, mas logo voltei ao meu normal porque senão ia me dar mal antes de chegar lá em cima. Vale lembrar que é tudo bem sinalizado e não tem erro é só subir e subir seguindo as placas de voo livre e trilhas.Sei que as 09h35 cheguei no portal de inicio das trilhas, após ter passado o estacionamento e a rampa, e também de ter feito mais duas paradas de cinco minutos.

Passando o portal, em poucos metros cheguei numa pousada e lá estavam cobrando a taxa de R$5,00, paguei e segui por mais alguns metros descendo até chegar ao inicio da trilha à esquerda, tem uma placa sinalizando. Na verdade essa trilha é bem aberta, coisa que antes era uma estrada onde os matos cresceram, Coisa de 10 minutos chegou a primeira bifurcação, no caso peguei o da direita descendo (Foto 4). Menos de 15 minutos cheguei em outra bifurcação onde a trilha se fecha, tudo isso tem placa sinalizando (foto 5). Mais 7 minutos atravessei um córrego e segui sempre pela principal, nesse momento trilha bem demarcada, sem erro. Mais 15 minutos e sai na Pedra das Flores, me deparei com visual das neblinas, não enxergava nada da paisagem. Fiz um tempinho ali, mas já logo segui rumo a pedra do cume ainda na intenção e torcida de que o tempo se abrisse. Na extremidade da direita na Pedra das Flores, tem a continuação da trilha, acredito que em mais 15 minutos veio uma bifurcação importante, essa parece ser a unica que pode confundir, mas tomei à esquerda (foto 8), existe umas marcações na árvore. Dali foi papo de 10 minutos pra chegar ao pico, após uma subida mais íngreme nas pedras, tendo em um dos pontos uma corda pra ajudar na escalada.

Chegando lá, sensação de liberdade, vento forte na cara, mas o visual nada ainda. Andei pelo pico e achei um lugar bacana pra comer meu lanche e relaxar um pouco. O tempo não abriu, apenas um momento que deu uma brecha e consegui ver um pouco da potência do visual. Mas parecia que seria só aquilo mesmo e então decidi descer após uns 40 minutos de curtição do pico.

Pra voltar fiz o mesmo caminho e fui num ritmo bom. Só fui parar na descida do morro, já na estrada. Fiz duas pausas, uma de meia hora e outra de quinze minutos, mesmo na descida senti um pouco do cansaço, mas era 15h15 eu já estava na rodoviária de volta, comprei a passagem pras 15h30 e bem rapidamente fui me trocar no banheiro pra então voltar pra sampa. Sim, bastante satisfeito com o rolê, foi um bom reconhecimento do local pra investir em outras caminhadas na região mais pra frente!

Ônibus: Extrema x São Paulo (tietê) --> R$22,80

É nois! Péde Natureza

Dicas gerais para prática de trilhas na natureza:


Fotos:
Começo da caminhada na Rua Hélio Pedroso de Alvarenga


Direita

Inicio de uma trilhas mais fechada à esquerda

cruzando um riachinho

Já pra sair na Pedra das Flores

À esquerda aqui, bifurcação importante

Visão antes de subir o último trecho

corda pra ajudar


O topo, a neblina e eu.

3 comentários:

  1. Adorei seus textos. Cheio de detalhes. Parabéns e por favor nos escreva mais 😊 Uma duvida: não é mais barato ir de SP - Extrema e depois Extrema - Camanducaia? Abracao!

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    Respostas
    1. Olá Carla. Poxa, obrigado por deixar seu comentário. Mto grato. Sempre busco informações na net e isso me impulsiona a dividir um relato. Acaba se tornando uma parte da viagem ou o fim de uma etapa. :)

      Sobre o ônibus, essa linha que passa em extrema é a mesma que vai pra Camanducaia com final em Cambuí. Então a própria empresa já cobra a passagem de acordo com o local de desembarque e é a auto viação cambuí.

      Abraços!!!

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